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RESENHA FESTIVAL DOSOL – ROCK PRESS (RJ) – TERCEIRO DIA

Domingo, dia de vestir preto e se acabar nas rodas de pogo

 

Cedo, por volta das 16h, assim como no sábado, começou o último dia da maratona Festival DoSol 2007, com metal, hardcore, thrash, stoner e todos os estilos e subdivisões que fazem a alegria de quem gosta de som barulhento. Todos os representantes, de Natal e de fora, fizeram shows muito bons. TRAUMAM, RAVANES, PSICOMANCIA, COMANDO ETÍLICO e VERDADE SUPREMA foram as primeiras potiguares a subir ao palco.

 

 

O público, em torno de duas mil pessoas, vagava do Bar ao Armazém para curtir a tarde-noite infernal. ATAQUE PERIFÉRICO (RJ) veio para mostrar um som rápido e impulsionar o público a se bater diante do palco, cantar as músicas e curtir o calor que imperava na noite abafada, com possibilidade de chuva e um grande público lotando o largo da Rua Chile.

 

 

INSURRECTION DOWN veio de Recife e encheu a frente do palco do Armazém para mostrar o metal que já foi levado inclusive à Europa. A essa altura, 19h, muitos indies e emos da sexta e sábado podiam ser vistos batendo cabeça no domingo. Todos de preto, é claro, para não serem hostilizados pela outra tribo, que não é muito de se misturar.

 

 

Em seguida o JASON, que também tem passagens pela Europa, formou uma das rodas de pogo mais violentas da noite. Em dado momento a pancadaria saudável quase foi levada às vias de fato – mas ficou no quase para a sorte de todos que estavam presentes. O hardcore veterano e rápido era cantado, ou gritado se preferir, por todos das primeiras alas. Os menos corajosos olhavam, mais atrás. Na bateria, o ex-Los Hermanos Barba. O pouco tempo com a banda levava o mesmo a ser orientado pelo baixista e o guitarrista, principalmente no início e fim das músicas. Mas ele segurou a onda muito bem e fizeram mais um dos shows infernais da noite.

THE NATION BLUE veio da Austrália para Natal depois de vários shows com o Jason Brasil afora. A banda literalmente deu o sangue na apresentação: logo no início via-se um ferimento na testa do vocalista e guitarrista que, vez por outra, deixava uma linha vermelha escorrer pelo meio do rosto. Nada incomum já que em um show o indivíduo foi retirado do palco à força após quebrar a perna. Ao contrário do público do Jason, nessa performance o povo ficou mais a observar. A roda de pogo continuava ativa, embora menor.

 

 

O LEVANTE levou o público de volta ao Bar para fazer um som que mistura metal e hardcore. Macaco berrou, instigou a platéia e a banda não deixou por menos, quebrou tudo e fez uma das melhores apresentações potiguares da noite.

 

 

Com um público cativo em Natal e o mais recente CD bem aceito pela crítica especializada, o som baseado no metal tradicional do EXPOSE YOUR HATE era ensurdecedor, dispersando muita gente. Foram bastante aplaudidos levando o sorriso ao rosto dos integrantes, satisfeitos com a receptividade.

 

 

A última banda potiguar da noite trouxe de volta a tríade cerveja-pogo-riffs. O DRUNK DRIVER atende pelo que chamam de stoner rock. Influenciados por Descendents, Cascavelletes, Motörhead e bandas barulhentas levaram o público a continuar as cusparadas de cerveja da noite de sábado. A bateria por duas vezes se desmontou devido à delicadeza de Catraca. A banda está com EP gravado e é uma das que prometem, se se dedicarem, a sair daqui.

 

 

A expectativa pelo encerramento com MATANZA não levou o Bar a ficar lotado, mas quem estava lá gostou do que viu. Um caso à parte, todas as vezes que veio a Natal, o grupo levou muita gente aos shows para ouvir o tal do mais puro countrycore, estilo que dizem ter criado ao misturar Johnny Cash e hardcore.

 

 

Desta vez a dose foi forte. O público era tamanho que frente ao palco não havia controle. Quem estava no meio ia junto com a massa, a roda de pogo espremia quem tentava cantar no gargarejo. Podia ser visto o povo como uma onda, indo e vindo sem conseguir ficar parado.

 

 

Com sua costumeira delicadeza, Jimmy jogou palco abaixo um sujeito mais romântico que tentou dar-lhe um beijo. O público subia e descia em moshes. Sons como “O Chamado do Bar” e “Ressaca Sem Fim” provam como o último disco está cheio de músicas-convites às mais francas bebedeira e quebradeira – prontamente aceitos pela platéia.

 

 

 

Fim de festival e três conclusões:

1- O palco do Bar, que comporta cerca de 400 pessoas, deixava, obviamente, banda e público mais próximos, fazendo com que os shows fossem mais incendiários.

 

2 – A decisão de diminuir o espaço físico do festival também aproximou bandas e público trazendo de volta a cara de underground que ele defende.

 

3 – Estão de parabéns todos os envolvidos na empreitada que foi realizada sem patrocínio.

 

 

 

 

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