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RESENHA FESTIVAL DOSOL – POPUP (PE) – PRIMERO E SEGUNDO DIA

Fiquei sem Internet em Natal. Quem passou perto de mim durante os três dias sentiu o desespero.

Chegamos em Natal – Eu, Guilherme e Jarmeson – depois de quase sete horas de estrada. Três a mais que o tempo comum, sem uma batida envolvendo 16 carros na estrada. Já tinha perdido oficialmente o desafio de Foca em assistir todas as bandas, porque o DoSol é pontual. Muito pontual, então às 22h já tinha perdido boa parte dos shows.

O DoSol mudou de formato e achei essa a melhor surpresa. Abaixo os palcões e a pretensão pelo rock de arena. Os tempos são outros: a maneira de lançar música mudou, a de consumir também, até as bandas hoje nascem de maneira diferente. Os festivais precisam se adequar. No lugar de uma área aberta, duas casas de shows conectadas por uma zona de circulação. Lembrando bastante do Tim Festival e do Goiania Noise, guardadas as devidas proporções.

Vacilo das empresas que não patrocinaram. Perderam a oportunidade de estar próximo a algo novo – além de ser citada em vários veículos de mídia de grande circulação. Sem grana no bolso, a equipe do DoSol, liderada por Anderson Foca, colocou 47 bandas em 26 horas de música. Quem quisesse acompanhar tudo mal tinha tempo para dormir.

Da primeira noite, perdi dois shows que queria muito ter visto. O Motherhell, da Paraiba, e o Monophone de Fortaleza. A primeira já tive chance de ver vários shows e sei que promete. Aliás, prometia. A notícia conta que a banda fez seu último show ali. Conversei com o vocalista do Monophone. “Nosso primeiro show fora de casa, foi fantástico, adorei muito o esquema daqui de Natal“, dito entre um sorriso de orelha a orelha.

Confesso que já vi shows mais legais do Vamoz!. Acho que o som ficou meio abafado, mas a galera parece ter curtido muito. Gomão é um gênio no palco, difícil arrancar resultado diferente. Logo na sequência, surpresa com os Sinks. Todo mundo cantando uma banda que nunca lançou um disco. Só MP3 pelo site do DoSol. Recado de Foca, em entrevista para a Trama Virtual: “põe sua música de graça na Internet que nego vai ver teu show“.

Esperava mais do Cascadura, que só conhecia de CD e elogios afora. Não me chamou atenção, mas muita gente discordou da minha impressão lá pela área de circulação. Essa, aliás, era a melhor área até que os palcos. O DoSol foi democrático e bandas e públicos circulavam todos juntos, de igual para igual, lado a lado.

Foi divertido ver o Moptop juntar tanta gente cantando todas as músicas em coro. (Aviso do Luciano Matos sobre o comentário: Bruno é suspeito para falar qualquer coisa do Moptop). Falei com o Gabriel na sequência, perguntando se a postura da imprensa mudou com eles. “Acho que sim, a gente deu muito mais bola dentro do que fora, isso ajudou bastante. Quando você faz algo que é seu, que é honesto, as pessoas percebem uma hora ou outra“. A banda está na reta final dos shows para então preparar o novo disco. Decepção com o Cachorro Grande, show bom, mas com uma pose rockstar vetou acesso de um monte de gente para falar com eles. Menos as meninhas, claro.

SEGUNDA NOITE
A ressaca traz outro atraso. O DoSol começa às 16h e só chego lá já na noite. Surpresa total com o Secks Collin autografando calcinhas e sutiãs enquanto entrava no festival. Cheguei na hora da Arquivo. A banda mudou de som e, ainda bem, começa a partir para algo mais próprio e original. E em pouco tempo já deve ter chegado em metade desse caminho. Faço parte de uma minoria que curte a voz do vocalista.

A noite só foi me chamar atenção mesmo bem mais tarde, com o Rockefellers. No meu top 5 de shows de festival, devem ter sido os caras que mais ganharam fãs. Com um vocalista identico ao Neil Young, não tinha como ser diferente. Tenho que dar o braço a torcer pela Jane Fonda. Acho o som da banda para lá de ruim, mas eles são quase heróis locais. Todo mundo cantando tudo. É impressionante.

Parecia que o DoSol entraria numa sequência de bons shows. Lucy and the Popsonics entendeu o valor da performance no palco e, mesmo com a guitarra delibitada, fez um bom show. Deve ser divertido chegar na cidade sem CD com gente cantando as músicas. Pouca gente dançando, suficiente apenas para valer a noite. O Honkers, na sequência, destruiu tudo. Primeira vez que vi um show deles, admito, e fiquei no time do queixo caído. Mais caído ainda quando Rodrigo, o vocalista, sai do palco e volta totalmente ao estado normal.

O Honkers vence pela performance. Não entendi direito em que lingua eles cantavam até a terceira música e, sinceramente, não estava nem ai para entender. Só quando passou o primeiro impacto que pensei “mas peraí, o que esse cara tá falando?“. Violência no palco que o Zefirina Bomba manteve com estilo. Tudo parecia perfeito até o Supergalo dar um banho de água fria e espantar todo mundo do show.

Pelo último show que tinha visto do Rock Rocket, jamais escalaria eles como headliners de um evento. Mas foi impressionante como a banda cresceu. Fica no número dois do meu top 5 de shows (publico só final). Nessas horas que dá para notar como a MTV ainda ajuda muito uma banda. Disco com pouca repercussão na imprensa, mas com todo mundo cantando tudo. Uma fila interminável de moshes no palco dava a impressão que nada podia superar essa noite.

Engano meu… continuo em outro post, porque ainda tenho muito para colocar em dia do lado de cá! E logo arrumo o português, coloco fotos, mais links e etc.

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