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MARLOS ÁPYUS: A SUPER TEORIA DOS DOIS ROCK AND ROLLS

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Se há uma maneira justa de dividir a humanidade, ela pode ser feita colocando de um lado as pessoas que fazem sexo, e do outro as que fazem amor. Porque o amor é civilizado, e o sexo é um animal selvagem. O amor é a felicidade, e o sexo é a alegria. O amor tem como contrapartida a tristeza e o ódio, e o sexo a indignação e a dor física. Enquanto o amor se senta, o sexo dança. Enquanto o amor abraça, o sexo chupa. O amor é de esquerda, o sexo é de direita. O amor é branco, o sexo é negro. O amor é frágil, o sexo é forte. O amor é feminino, o sexo é masculino.

O rock nasceu do sexo. Era selvagem. Descerebrado. Americano. Era Little Richards e Elvis Presley. Um negro e um branco de alma negra. Então vieram os europeus, os ingleses, os brancos de alma branca, os Beatles. E trouxeram com eles o romance, o amor. Desde então existem dois rock and roll’s altamente distintos, que não se misturam e que ignoram um a existência do outro. Que se alternam no poder, dando ao mundo momentos amorosos e de pornografia pura, não necessariamente nesta mesma ordem.

O rock and roll sexual é bom de guitarra, o romântico é bom de letra. Led Zeppelin é sexo puro. Ramones não. O punk é romântico, o funk é é a maior putaria. Os fãs do Iron Maiden, filhos do sexo, aceitam numa boa as guitarras de Jimi Hendrix, mas negariam qualquer som influenciado pelo Joy Division, ou coisa de quem ama demais.

O Rock Progressivo, por mais estranho que soe esta definição, é sexo. Porque no início é até amor, mas o seu fim é sexo. E os fins justificam os meios.

O Brasil adere às ondas com pelo menos 10 anos de atraso. Enquanto o fim dos anos 70 foi amor com todo o movimento punk, este mesmo sentimento só chegou aqui no fim dos anos 80, quando o mundo lá fora era puro sexo. Axl Rose é sexo. Renato Russo não.

Então veio Kurt Cobain, que é amor, iniciando por lá uma nova onda, que começou grunge e cedeu espaço aos indies. Enquanto isso por aqui tivemos Chico Science, sexo no mangue, na lama, sujo, mal lavado, oinc oinc.

Hoje o mundo é Rap e New Metal. Sexo em duas vertentes distintas, uma negra e outra branca. Por aqui somos emos. Brancos sem sal. Amor sem graça, repetitivo, enfadonho. Mas o tempo está passando. E daqui a pouco é 2010. E o rock nacional vai voltar a ser a maior putaria.

E você? Faz sexo ou amor?

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