Clipping, Coberturas

FESTIVAL DOSOL – MÚSICA CONTEMPORÂNEA 2009 REPERCUSSÃO: O INIMIGO BLOG

onoffre

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É muito bom ver boas apresentações e público atento ao que se passa, com a possibilidade de unir o bom show a uma boa iluminação e um bom som. A Casa da Ribeira proporciona isso, o incoveniente é ficar sentado quando dá vontade de ficar de pé, ou dançar. E tomar aquela cervejinha também não. Bem, nem tudo é perfeito. As apresentações das 12 bandas no DoSol Música Contemporânea quase foram.

O horário dos quatro dias de apresentações sempre foi as 19h. Sempre começando com um pequeno atraso de quinze minutos para acomodação do público com o ambiente. E passado esse quarto de hora, o que se viu foram ótimas apresentações, onde podem ser destacadas as novas bandas locais Tesla Orquestra, Onoffre e Projeto Trinca. Este com o adendo de dois músicos para formar um quinteto. Nervosos fizeram um show irregular, mas que deixou o interesse em conhecer melhor a banda. O Onoffre é projeto de Luiz Gadelha e Gabriel Souto, mais o acréscimo de Tadeu na bateria, que também tocou com o Trinca. Boas letras, boas incursões eletrônicas e um som que passeia pelo rock. Hora mais pesado, hora mais eletrônico. O Tesla fez um show reto, com músicas instrumentais difícil de descrever. O Fóssil, de Fortaleza, é um bom parâmetro. Claro que os Alencarinos tem mais experiência. O Tesla fez apenas seu segundo show, o que prova que a banda vai crescer bastante, ainda mais nesse momento onde a música instrumental ganhou bastante força.

Entre as veteranas locais fizeram bons shows também a Automatics, Seu Zé e Experiência Apyus, que deu prioridade a versões tal qual o último disco lançado. O show ficou com cara de barzinho, quando a pessoa vai tomar uma e conversar e nem liga pra quem está tocando. Bola fora. Já o Seu Zé, na presença de Lipe Tavares agradeceu exatamente a chance de tocar fora de um barzinho, num ambiente onde as pessoas podem prestar atenção na banda. E isso foi muito bom porque a banda mostrou novas músicas e a costumeira desenvoltura, até cômica, de Lipe e Fell. Se bem que basta olhar para eles e dar vontade de rir. O Automatics fez o costumeiro show “inglês” alto e oscilando entre guitarras noise e outras mais detalhadas, mais harmônicas.

Simona Talma poderia fazer um show com o Macaxeira Jazz, seria uma experiência ótima. Boa banda instrumental com uma ótima cantora, de uma presença de palco muito forte. E não é de hoje, tanto que o domingo, contrariando minhas expectativas, lotou e o público ovacionou a cantora e o Onoffre. O Macaxeira é trilha sonora da melhor qualidade para beber, lembro da Companhia de Choro Potiguar e de tardes de sábado de cerveja e paçoca. Já a Camarones Orquestra Guitarrística perdeu um pouco da força nas tais guitarras, mas ganhou Foca nos barulhos eletrônicos e dancinha-com-as-mãos-sentado. O show continua recheado de músicas próprias e versões para clássicos como Dick Dale e os desenhos animados.

As “gringas” fizeram ótimos shows. Visitantes apesar de nova, apenas dois anos, faz boas músicas com letras engraçadas e boa presença dos integrantes. Destaque para o vocalista Cardelli cheio de caras, bocas e piadas. O som passeia por influências dispares como Mutantes e Nirvana. Eu Serei a Hiena e o ajuntamento de músicos de várias bandas barulhentas do cenário roqueiro brasileiro. A música é predominante instrumental, indo de dedilhados de guitarra até explosões hardcore, mas eles também tocaram músicas com letras, como do Fuhazi, influência deles, para delírio da massa hardcore presente no local. A pernambucana A Banda de Joseph Tourton lembra o Mombojó em início de carreira sem vocalista. Muito boa e pela proximidade merece voltar várias vezes. Ótimos músicos, ótimos temas instrumentais e diversidade sonora.

Ao fim dos quatro dias de festival foi bom perceber que o público se interessou mesmo com bandas desconhecidas e novas. E nos momentos que uma banda não despertava tanto interesse, do lado de fora os malassombrados batiam papo, bebiam, tudo em um clima de confraternização. Tomara que as bandas percebam que a Casa da Ribeira é um excelente lugar para se fazer show, já que a iluminação e o som do local são muito bons. O festival serviu também para conhecer as boas bandas novas e mostrar que enquanto uns dominam o palco, outros ainda carecem de mais experiência. O formato do festival (Armazém DoSol e Casa da Ribeira) está definido e o público também, só resta diversificar mais a programação na Rua Chile com bandas inéditas por essas bandas. Não é fácil sem parceiros em cidades vizinhas, mas é uma boa meta a se atingir: proporcionar ao público a chance de ver boas bandas sem sair de casa.

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