A primeira vez que eu vi um show da Sweet Fanny Adams – que também era uma das primeiras vezes que eles começavam a se apresentar – a banda parecia uma péssima aposta para boa parte dos observadores. Eles demoravam uma eternidade entre cada música, recheando o show com silêncio e desconforto. É difícil até dizer que essa banda que tocou na primeira noite do festival DoSol é aquela mesma que tentava arriscar uma vaga no Abril Pro Rock em um concurso para estudantes. Depois de circular por todo o Brasil, aparecer em vários festivais e até arriscar um show em Nova York no CMJ, a Sweet Fanny Adams chegou naquele ponto ideal em que até uma apresentação ruim deles é muito boa.
Talvez nem os próprios integrantes do Sex on the Beach saibam quanto é alto o Q.I. – Quem Indique – deles. Pelo menos três de cada cinco pessoas envolvidas com a música independente no Nordeste dizem que esse é um show que precisa ser visto. Que essa é uma banda que tem que estar nas grandes programações. Apesar de tanta recomendação, demorei para ver ao vivo o trio de Campina Grande. Deve ser bronca fazer Surf Music morando em uma cidade que não tem praia. Não menor que a bronca que é ser uma promessa de um gênero em pleno Nordeste, região onde moram os Retrofoguetes, que são tipo um dos melhores do mundo no que fazem, nesse mesmo gênero.