Clipping, Coberturas

FESTIVAL DOSOL 2009 REPERCUSSÃO: COLETIVO MUNDO, PRIMEIRO DIA

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Cobertura Festival DoSol

PRIMEIRO DIA.

Por Diego Second. Fotos: Rafael Passos

cassim

Cassim e Barbária

É pessoal, mais um festival para movimentar a cena musical independente do País, em especial o Nordeste. O Festival DoSol 2009 teve 31 bandas, dois palcos simultâneos, muita gente, bons papos, artistas gringos, muitas guitarras altas e isso tudo em dois dias. Ufa! No popular do Coletivo Mundo definimos isso como: GRÉA. E como não somos bestas e nem nada, nos armamos com câmera de vídeo, máquina fotográfica e notebook para tentar registrar tudo para vocês.  No primeiro dia acabamos nos atrasando um pouco, e ao chegar à rua do Chile já podíamos ouvir os riffs pesados e bem característicos do Rejects (RN). A nova banda do Anderson Foca, organizador maior do DoSol, tem um som encorpado lembrando muito os sons mais pesados do Grunge. Com a guitarra puxando todo o som – destaque para o amp orange que deu um gás a mais no som-, o power trio tomou conta do palco principal do DoSol, fazendo uma boa apresentação e ainda meteu um Neil Young no final para instigar mais ainda. Assim, vão destacando-se como mais uma das boas bandas do som pesado no Nordeste.

Quando um festival trabalha com dois palcos simultaneamente todo mundo ganha com isso. Por quê? Porque o público não perde a vibe de uma banda para a outra, as bandas ganham mais tempo para passar melhor o som e o festival acaba ganhando tempo e não atrasando. E felizmente foi isso que aconteceu no Festival DoSol 2009, onde esses 3 elementos se deram muito bem e de forma organizada. Podemos notar isso quando acabou o Rejects e o pessoal do Sick Sick Sickners (PR) já estava mandado o primeiro acorde. Aliás, como algumas particularidades fazem uma banda soar tão legal! É bem isso que podemos perceber ao assistir o show desses caras, sendo mais um power trio na noite. Os caras usam um contrabaixo clássico, uma guitarra vintage e um batera que não usa chimbal e que no final fazem um psychobilly muito visceral e que botou a galera para polgar.

A rotatividade de bandas estava tão intensa que quase não deu tempo para pegar uma cerveja para curtir o show doRetrofoguetes (BA). Fazendo rock instrumental de primeira, movido a uma bateria pulsante, um baixo bem marcado e uma guitarra endiabrada, os caras botaram todo mundo para dançar com o seu som recheado de surf music e  psychobilly, música latina e até a influência dos conterrâneos Armandinho, Dodô e Osmar. Fora que, a presença de palco do Morotó é um espetáculo à parte. Sem dúvida um dos melhores shows do DoSol.

Logo após rolou o show dos chapas do The Baggios (SE), banda com apenas dois caras e que faz um som na linha dos anos 60, com pitadas de blues e baterias que marcam bem os riffs. Mesmo desfalcados do baterista original da banda, a apresentação foi boa e despertou a curiosidade do público de Natal. Comparar com o White Stripes parece já ser rotineiro para os caras, porém, nos shows os dois mostram muita personalidade e se garantiram nas composições autorais.

Não vou mentir: o show mais esperado por todos do Coletivo Mundo era o do Danko Jones (CA). Viajamos ao som dos caras, muita gente do coletivo é fã de carteirinha deles e quando começou o show estávamos todos grudados em frente ao palco. O André e João Paulo do Cerva Grátis (PB) quase choraram quando os 3 caras subiram no palco, a histeria era enorme. No primeiro acorde, todos nós berrávamos e cantávamos com a banda. O Danko tem uma presença de palco fora do normal, é um dos maioresfront-man da atualidade. Provocava o público, perguntava quem era rockeiro de verdade e disparava caras e bocas para todos os lados. Os caras mandaram suas melhores músicas, com destaque para: “Invisible”, “First Date” e o hit “I want you”. O show foi tão bacana que quebrei meu óculos e não estava nem aí. Depois disso tudo, impossível não colocá-los como o número 1 em nossoTop Five. Ficou o gosto de um verdadeiro show de Rock n’ Roll.

danko

Danko Jones

Depois do show do Danko Jones o cansaço bateu bonito e a rouquidão também. Peguei mais uma cerveja e tava rolando o tal “barulhinho bom” no meio do ambiente do DoSol. Confesso que não curti muito e fui dar uma sacada no show do pessoal do NUDA (PE), que faz uma mistura de sons que vai desde o típico regional pernambucano a guitarras mais pesadas, cheias de solos. Fizeram um show competente e agradou o público que estava por lá.

No palco maior, no Armazém Hall, o trio do Dusouto (RN) logo botou o pessoal para dançar e cantar ao seu som. Todos cantavam alto e sabiam de cor todas as músicas. Isso tornou o espetáculo bonito e a casa cheia. Até quem não tava muito na viagem acabou caindo no som e se divertindo. A vibe foi uma das melhores do festival.

Continuando o clima dançante, veio a banda Orquestra Boca Seca (RN) que tem um som bem samba-rock e que, mais uma vez, fez o povo balançar o esqueleto. Para completar a viagem do som, meteram um Tim Maia e o povo foi à loucura. Mesmo cansado, peguei minha cerveja e fui viajar ao som de Que beleza.

Quem ficou responsável para fechar a primeira noite do DoSol 2009 foi a Eddie (PE). Mesmo depois de um sábado com 18 atrações, ainda tinha neguinho balançando os esqueletos e brindando com o Fábio Trummer. A cada música tocada, o vocalista brindava à Natal, à noite, ao som, ao samba, à Olinda, a você e a mim. Enfim, depois de tantos brindes e de tantas bandas legais, eu estava morto de cansado e dormindo, literalmente, em pé. Voltamos para o hotel, voltamos à realidade e a cama era o único combustível para o dia seguinte. Era o dia de vestir preto e bater cabeça.

publico

Continua…

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