O Violins é uma das bandas mais legais e produtivas do Brasiil. A banda coleciona fãs por onde passa e veio ao nordeste no meio do ano passado para shows no Festival Dosol e Ponto CE. Para falar um pouco sobre a banda, disco solo, influências e outros assuntos entrevistamos aqui pro site Beto Cupertino, principal compositor, vocalista e guitarrista dos ótimos goianienses do Violins. Acompanhe.

DOSOL – O Violins veio ao Nordeste no ano passado e tocou no FestivalDosol, PontoCE. Quais foram as impressões da banda sobre o rock e a música independente na região?
BETO – Cara, eu achei os dois festivais diferentes. O Ponto.CE eu achei um festival com um público um pouco mais disperso, nem sempre interessado nas bandas novas, um pouco mais concentrado nas atrações principais. No festival de Natal eu senti o pessoal mais interessado em conhecer, escutar, essas coisas. Como o festival de Fortaleza é jovem, isso é natural, o público vai sendo formado com o passar dos anos. Mas ambos os festivais são fodas no sentido de fazer a coisa acontecer nas suas cidades, isso aí não tem preço e eu sempre digo que é ofício de heróis locais!

DOSOL – O Violins é uma banda instrospectiva que as vezes trata de assuntos polêmicos. Já tiveram problemas por causa disso?
BETO – Problema sério, não. Só bla bla bla mesmo, mas bla bla bla não é problema, é divertido. A maior parte dos mal entendidos acontece porque a pessoa viu a letra de alguma música em algum blog ou site, sem conhecer a história da banda ou mesmo o contexto do disco em que a música está inserida, aí tira conclusões precipitadas e sem uma noção melhor do propósito das letras

DOSOL – Depois de dois discos intensos como os dois últimos como vão e para onde vai apontar o disco novo?
BETO – O disco novo é dividido em 2 partes que são bem diferentes entre si. Ele tem um pouco de cada disco anterior, mas o resultado não é semelhante a nenhum. É um disco bem diferente do Tribunal Surdo, principalmente. Tem muito mais sutilezas, mais preocupação com arranjos, melodias…

DOSOL – Seguindo essa linha mais confessional soubemos que você vai fazer um disco solo. Como você tá pensando esse trabalho?
BETO – O disco solo é um lugar pra eu desembuchar as composições que eu não consigo ficar sem fazer. Não temos como fazer 3 discos por ano no violins, então pra não sacanear os caras com mil músicas novas toda hora, eu resolvi soltar um disco solo, que seria um disco posterior do violins que não foi parido porque nós nem lançamos o novo ainda. haha

DOSOL – Então tem canções na lista de espera?
BETO – As músicas do disco solo eu compus pensando em soltar como trabalho solo mesmo, justamente porque com a banda nós acabamos de fazer um disco novo. Eu não teria paciência de deixar as músicas esperando 1 ano pra serem gravadas, e nem conseguiria ficar sem fazê-las, então compus com esse fim. Desde o início eu fiz as músicas sabendo que não seriam pra banda pra não “encavalar” disco demais.

DOSOL – E a relação do Violins com a Monstro? Continuam para este próximo trabalho?
BETO – Sim, o disco novo será lançado pela Monstro. A festa de lançamento do disco inclusive será um dos 10 eventos que a Monstro fará esse ano pra comemorar seus 10 anos. A Monstro está com a gente desde o primeiro EP em 2001.

DOSOL – Você ainda acredita em cds ou acha que o futuro do áudio está mesmo nos hds e na internet?
BETO – Eu tenho que ser coerente comigo. Eu não compro cds faz tempo, não posso exigir que comprem da minha banda. Acho que o cd será daqui uns dias como o vinil é hoje, coisa de colecionador e afixionado. Eu não tenho essa relação simbiótica com as coisas físicas, de ter que pegar o encarte, cheirar o disco, então não me faz falta o disco físico, mas eu entendo quem gosta de ter em casa. Eu acho que o futuro é a mp3 mesmo.

DOSOL – Depois dos Los Hermanos, várias bandas passaram a adotar uma sonoridade mais calcada em melodias, uma coisas mais sombria e menos pulsantes. Incomoda um pouco Violins estar inserido nesta cena, mesmo sendo uma banda 100 vezes mais pesada por exemplo?
BETO – Incomoda, não. A gente vive meio a parte dessas coisas, nosso negócio é se encontrar, ensaiar e fazer discos que a gente goste de tocar. Não estamos muito interessados em que tipo de classificação nos colocam, quem são as referências, pra mim tanto faz, não vai mudar o valor do dólar, a crise dos EUA e nem meu contra-cheque. rs

DOSOL – Para terminarcite três bandas nacionais e trê sinternacionais que você etá puvindo no momento.
BETO – Nacionais: Ludovic, OLHODEPEIXE, Mersault e a Máquina de Escrever
internacionais: Band of Horses, Cold War Kids, Beirut

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