Dia do Rock sem celebração
13/07/2006 – Tribuna do Norte
Dois festivais de música independente, cinco selos fonográficos, bandas saindo pelos poros do underground potiguar. A verdade geral que corre boca miúda de quem gira a roda do rock produzido no Rio Grande do Norte é óbvia: esse é o melhor momento do Estado.
Ainda assim, e mesmo comemorado há 21 anos no planeta, o Dia Mundial do Rock não despertou a atenção dos produtores locais. À exceção do site do selo DoSol (www.dosol.com.br) que vai disponibilizar hoje quatro CDs que estão fora do mercado local para o internauta baixar na ?grande rede?, nada foi divulgado oficialmente para marcar a data. A TRIBUNA DO NORTE procurou algumas referências dos bastidores do rock potiguar atual para comentar a nova fase.
Para o produtor e idealizador do festival Música Alimento Da Alma (Mada), que ocorre há nove anos em Natal, Jomardo Jomas, o crescimento se deu nos últimos cinco anos por conta de uma espécie de ?extinto de sobrevivência? dos músicos. ?As rádios locais não tocavam muito rock como fazem hoje em dia. As pessoas foram se organizando, a internet foi fundamental nessa história. Os festivais e os selos foram importantes também. O Mada contribuiu muito para isso e com ele apareceram novos festivais… para você ter uma idéia, há cinco anos existia apenas o Solaris de selo. Hoje temos vários. Acho que bateu um extinto de sobrevivência?, analisa.
O proprietário do selo Mudernage, Vlamir Cruz, encara a coisa da mesma maneira. No entanto, chama a atenção para a facilidade que a tecnologia trouxe para a cena. ?Neste início de século, está rolando uma estruturação, as coisas estão menos soltas, a gente tem mais selos, apareceram o Budda Pub e o Dosol Rock Bar como pontos fixos de shows. Em contrapartida, quando alguém fala que duas mil pessoas foram ver apenas bandas independentes fico lembrando dos anos 80 aqui mesmo em Natal quando uma banda só levava isso tudo. E nem tinha essa tecnologia toda que tem hoje?, afirma.
O DoSol Rock Bar foi uma das apostas do produtor Anderson Foca. Tanto que, hoje, localizadana Ribeira, a casa é um dos points do rock independente de Natal. ?Hoje o músico sabe que tem uma porta aberta do DoSol Rock Bar e no Budda Pub. Não é que tenha começado com a gente. Mas é como se tivéssemos especializado a coisa?, afirma.
O jornalista e idealizador do site RN Rock, Rodrigo Cruz, também está convencido da mudança. E compara com outras cenas. ?João Pessoa, por exemplo, está como Natal estava há dez anos. Também acho que estamos no melhor momento. É só ver as casas de show. Antigamente tinham até mais que hoje, mas abriam apenas para as bandas covers. Se você perguntar sobre as bandas mais queridas do público vão falar Seu Zé, Os Bonnies… a diferença está aí?, reflete.
