A acústica do ginásio prejudicou muito o som da banda. Ainda assim, o que eu parecia ver ali tão próximo era a encarnação das origens do reggae jamaicano. Percebi com mais clareza que o reggae é dos poucos gêneros musicais em que nossa turma potiguar ainda precisa amadurecer para alcançar tal estágio. O som era sofisticadíssimo, completo, realçado ainda por duas negonas de vozes simplesmente fantásticas. A performance solo de uma delas mostrou que o jazz, o blues é herança negra indiscutível.
Al Anderson é um monstro na guitarra. Pena a acústica confundir a sonoridade limpa das guitarras Gibson Les Paul, que usou durante todo o show. Impossível alguém injetar guitarras distorcidas tão bem ao balanço rítmico do reggae quanto esse cara. Ao Junior Marvin falta muito feijão com arroz para igualar a presença de palco, o frontman do mito Bob Marley, mas fez lá suas graças e dançou reggae com alguns bichos grilos que subiram ao palco, pra delírio de um ginásio com público bem aquém do esperado.
Show de quase duas horas. Fumaças por todos os lados. Alguns “charas” pareciam vela de sete dias. Outros mais fininhos também exalavam o cheiro da kaya por todos os lados. Quando as luzes desligavam, se viam as chamas acesas. Marvin, de cócora no palco, apertou a mão de alguns ali da beirada e tragou um “fino” oferecido por um. No bis, Redenpcion Songs e final de show com Rasta Man. Show memóravel para eu incluir no currículo. Fosse na praia…
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