Holger (SP)
Por Foca
BARBA, CAMELO E BIGODE!
Contextualizando: num lineup de um festival como o Goiânia Noise Festival vai ser difícil encontrar um show equivocado, assim como também vai ser difcíl apontar um ou dois destaques em cada noite. Aproveitei a piada quase pronta que denomina o título da cobertura deste primeiro dia do Noise para resumir o que de melhor aconteceu por aqui: Canastra (com o hermano Barba na bateria), Marcelo Camelo com seu show solo e a própria Monstro Discos (representada aqui pelo grande Léo Bigode) que ousou e mais uma vez termina o ano dos festivais apontando pro futuro.
Com um pequeno atraso a programação do Noise começou com o jovem grupo local Gloom, banda capitaneada por uma menina simpática que tem boas canções na manga e muito futuro pela frente. De ressalva fica só o ajuste no tom de algumas canções (principalmente em português) que estavam numa região não muito confortavel para a jovem vocalista. Bom começo.
O Demosonic, tambem de Goiânia, faz uma espécie de garage barulhento flertando com um indie a la Sonic Youth. Interessante e mercecedor de uma audição mais apurada numa próxima oportunidade (com 15 bandas tocando e dezenas de pessoas para conversar, também fica difícil acompanhar a fundo todos os shows). Não vi boa parte do show do Diego de Moraes, mas o pouco que consegui assistir me tirou a má impressão que tive do grupo no Festival Calango. Uma coisa que me chamou muito a atenção foi a excelente sonorização do palco interno do Noise, uma gargalo superado pela produção deste ano com relação ao ano passado.
Uma das bandas que estava curioso para assistir era o Holger, grupo da novísima geração paulista que vem se destacando pelas bandas do Sudeste e participa pela primeira vez de uma grande festival indie (salvo algum engano). Não me decepcionei. A banda propõe um rock feliz e contagiante que termina pegando os ouvintes ou pelas simpáticas linhas melódicas – quase sempre cantadas por vários integrantes – ou pela boa interação do grupo com a platéia. Das bandas novas foi a que mais gostei.
HOLGER AO VIVO NO GOIÂNIA NOISE
[youtube:http://br.youtube.com/watch?v=oWVrXzi83bA]
O Mickey Junkies (SP) é um velho conhecido de que acompanha a cena indie nacional a mais tempo. Não imaginei que veria o grupo ao vivo algum dia e me dei por feliz com esse presente nostálgico da Monstro nesta edição do Noise. Não vi os Backbiters de Goiânia tentando resgatar fixas na enorme fila que se formou nos bares do festival.
Na sequência veio uma das melhores apresentações do dia com os americanos no Calumet-Hecla. O som da banda é uma espécie de anti-rock minimal (que alguns chamam de post rock) com frases soltas e umas barulheiras de guitarras em cima de levadas quebradas de bateria. Muito bom pela intensidade e pelo perfil diferente que a banda escolheu seguir (não tão diferente assim lá fora).
Apesar de ser um ótimo grupo o Continental Combo não me emocionou e não consegui dar mais atenção aos paulistas. O melhor show de toda a noite veio a seguir com os cariocas do Canastra. O grupo tem larga experiência e alguns discos lançados, seu som e show contagiam pelas referências 50’s, style rock-a- billy tudo azeitado com um apelo pop bacaníssimo. Show de primeira que levantou a arena e me fez dançar para valer. A platéia também adorou e pediu bis! Já chamei pro Festival Dosol 2009 e eles aceitaram o convite!
CANASTRA AO VIVO NO GOIÂNIA NOISE
[youtube:http://br.youtube.com/watch?v=rBfm2QGbxqo]
Não consegui ver o Motherfish (GO) porque fui falar com os Canastras (coisas da correria de um festival) e já fiquei para continuar a diversão neste Noise com o show do gaúcho Frank Jorge – o Roberto Carlos do indie rock nacional. A platéia menos aprofundada deve ter pensado: quem é esse bicho cantando músicas do Pato Fu e afins? Foi um hit atrás do outro sem dó. Empregada, Amigo Punk, Eu, Nunca Diga. Só clássicos! No final o menestrel roqueiro gaúcho ainda mandou um som com a seguinte frase: Elvis da fase decadente é melhor que muita gente! Precisar dizer mais alguma coisa?
The Vaselines em ação
Outra banda que me surpreendeu positivamente foi o Lucy and The Popsonics. Aquele grupo que passou por Natal ano passado bastante simpático mas com uma apresentação atabalhoada ficou para trás. Agora o que se vê é o dueto coeso e com um show expressivo. A estrada e as viagens internacionais fizeram muito bem aos candangos. A extensa programação no Goiânia Noise reservou um final de arrepiar para esse primeiro dia, começando com a linda apresentação dos escoceses do Vaselines aditivados com a turma do Belle & Sebastian. Para não iniciados na banda como eu ficou a emoção de ouvir “Son of a gun”, “Jesus wants me for a sunbeam” e “Molly’s lips” eternizadas na voz de Kurt Cobain, lembra dele?
Black Lips no Palco Trama
O palco externo foi encerrado com o rock doido (enfumaçado?) do Black Lips que fiz questão de ver da grade ao lado do poploaded Lúcio Ribeiro. Achei bom pela atitude roqueira e normal no âmbito geral. Divertido! Para encerrar a primeira noite que reuniu cerca de 3.000 pessoas subiu ao palco o Marcelo Camelo com seu show solo acompanhado pelos paulistas do Hurtmold. O show é chique, bem conduzido e bonito de se ver. O Camelo já se tornou uma referência e vê-lo novamente em ação é legal para quem foi fã dos Los Hermanos assim como eu. Fechou o primeiro dia do noise com muita propriedade.
HOJE TEM MUITO MAIS! HAJA FÔLEGO!
bom pacas! vi o camelo no molotov e foi bem bacana. na sessao sotalgia queria ter visto o mickey junkies. 😉
ateh a volta, amigo.