Coberturas, Festivais e Shows

COMO FOI? GOIÂNIA NOISE FESTIVAL – 2º DIA

MQN (GO) no Noise

Por Foca, direto de Goiânia

IMPROPÉRIOS E GUITARRAS A SERVIÇO DO ROCK

O segundo dia do Goiânia Noise Festival foi marcado pela irreverência de alguns grupos e por uma série histórica de excelentes shows, que enchem de orgulho aqueles que acompanham o rock indie nacional. Só para ilustrar ai vão algumas frases de efeito ditas na noite:

– Minha mãe da o c*, o mundo é travesti!

– Vocês é que são felizes, podem chupar meu pau e eu não posso…

– Se deus é 10, satanás é 666.

– Gangrena Gasosa, a farinha que povo de goiânia gosta é outra…

Sutileza a serviço do rock!

Com cerca de 2.000 pessoas durante toda a noite o festival começou novamente com um pequeno atraso com os goianos do Cicuta em ação. O grupo tem influências de rock simples e direto bem na praia de bandas como Motorhead. Dois dos integranates eram do lendário Hang The Superstars, instituição roquística goiana.

O Mersault e Máquina de Escrever instalou mais um vez aquele clima chique que já tinha aparecido na noite anterior no show do Marcelo Camelo. A banda, também goiana, toca sentada e praticamente sem drives nas guitarras mandam músicas densas e bem feitas com ótimas letras. Excelente show. Escolhi algumas apresentações que já tinha visto esse ano para conversar e descansar, como já tinha visto o Mugo passei batido no show do Noise.

Na sequência veio o que deva ser um dos shows TOP5 do festival com os pernambucanos do AMP. Estrada, boas músicas, competência, ótimos timbres e músicos. Todas estas características fazem do AMP a grande revelação do rock nacional em 2009 e eles provaram que merecem o título com louvor. Pedrada do começo ao fim que me fez bater cabeça na grade, gritar e cantar durante meia hora. Se o “Semáforo” do Vanguart foi por um tempo uma das músicas mais representativas dessa nova safra de bandas nacionais, passo agora o bastão pro AMP com a excelente e já clássica canção “Acidez“.

Black Drawing Chalks (GO) no Noise

O combo paulista Guizado é um grupo instrumental para ouvir e dançar. No Noise, funcionou como chill out para o que viria no resto da noite. Qualidade técnica e bons grooves combinando com o clima do espaço interno de shows. Seguindo a sequência matadora do palco externo vieram os caras do Black Drawing Chalks, apontados como o próximo grande grupo do rock independente goiano. Não tinha visto eles no Dosol Festival e queria assistir tudo. Não me arrependi. Lembrei bastante da primeira fase do Soudgarden escutando o grupo. Outro excelente show.

Ambervisions (SC)

Momento engraçado: presenciar as bandas Gangrena Gasosa do Rio e Ambervisions de Santa Catarina se preparando para os shows no mesmo camarim. Foi hilário. Ganhei até dinheiro chinês para falar bem das bandas. Dinheiro de verdade! Os Ambervisions vieram primeiro, todos com ataduras de múmia na cara. Zoação total. Sobrou para todo mundo que estava na platéia com perguntas capiciosas do tipo: você já comeu cocô de alguém? Marcelo Camelo também foi alvo, tudo na base da tiração de onda. Do meio pro fim sobe no palco a lenda carioca Leonardo Panço com um troféu, dizendo que a banda havia sido eleita a melhor do festival. Claro que tudo parte do freak show promovido pelos catarinenses. Eles devem ter se divertido mais que a platéia. É justo!

O Gangrena Gasosa (RJ) continuou a sessão “barbaridades” com um excelente show de hardcore doidão. O Exú Core do grupo com quase 20 anos de vida ainda tem bastante força e agradou em cheio os “camisetas pretas” do Noise, No final ainda rolou catimbó em cima do público numa mistura de pipoca, farinha, fubá e sabe-se mais lá o que. Bacanudo também.

Os coisas voltaram ao normal com a chegada do Dead Rocks ao palco. O trio de São Carlos (SP) é um dos mais importares da surf music nacional. Minha curiosidade era grande porque nunca tinha assistido o show e não me decepcionei. As coisas poderiam ter continuado normais com o show do MQN, hérois do rock goiano. A princípio até parecia que mais um ótimo show estava por vir. Mas o clima foi esquentando, o show foi se agigantando e na última música mais de 100 pessoas invadiram o palco (inclusive alguns gringos convidados do festival) para celebrar o rock. Foi arrepiante! Eu também participei da esbórnia.

Não consegui ver a Cabruêra (PB) e já passo direto para o show fodão dos ingleses do Black Melkon. Detalhe: neste segundo dia o palquinho externo pegou mais fogo do que o main stage do festival. O trio inglês mandou uns grooves roqueiros muito bons completando o som com um visual “zorro”. Lá para terceira música sobe ao palco outra lenda: o paulista Marco Butcher, completando o incrível clima de festa que se abateu sobre o Goiânia Noise neste segundo dia.

O melhor show deste segundo dia do Noise veio em seguida e caiu com uma luva na programação “acelerada” que o festival proporcionou. Os canadenses Black Mountain derramaram melodias, timbres lindos, músicas maravilhosas (que eu não conhecia) e encantaram o público fazendo o simples: música excelente! Não lembro de ter visto (ouvido) um timbre de guitarra tão lindo na minha vida. Felicidade total.

Os finlandeses do Flaming Sideburns encerraram a programação do palco externo envenenado com o que? Mais veneno roqueiro! Dessa vez numa praia mais nórdica que tem como representante maior os Hellacopters. Dos gringos, era a única banda que tinha ouvido antes e foi outro showzão. Eu já cansado curti parado, recebendo os riffs e músicas com alegria. Náo vi o Instituto, quis voltar para casa com o rock que tinha presenciado ainda fresco na memória, postergando a alegria roquística que um festival como o Goiânia Noise proporciona.

Fui dormir feliz já esperando o grande dia: hoje tem Helmet!

PS: VOLTE MAIS TARDE VEJA VÍDEOS DA SEGUNDA NOITE!

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3 Comments

  1. Que festival ein, Foca!? Putz. O Black Moutain eh primoroso, foi o proprio Nobre que me passou uns discos por essas nossas viagens. Vi o Guizado, comprei o disco, acho muito foda e ainda tem o Curumim na batera..o Instituto Racional, pena q nao viu. Eh massa, vi no Recife. Parabens ao NOise. QUe festa!

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