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COMO FOI: CAMARONES E NUDA EM RECIFE

Camarones Orquiesta Guitarrística
Camarones Orquestra Guitarrística no Quintal do Lumo

Por Hugo Montaroyos

Conteúdo – www.reciferock.com.br

Apesar de ser a terra das reclamações e dos dependentes dos cofres públicos, surge no Recife uma brecha de luz e de esperança jogada na cena independente da cidade. Formado por gente que está disposta a pegar no pesado e a fazer ao invés de se lamentar, o Lumo Coletivo realizou ontem, no Quintal do Lima, o seu primeiro evento: o Quintal do Lumo. E algumas evoluções já puderam ser comprovadas: o som do local, que costuma ser bem mais ou menos, ontem estava ótimo. Os dois shows, da potiguar Camarones Orquestra Guitarrística, e da local Nuda, foram tecnicamente e esteticamente impecáveis. E, o mais importante, o público compareceu.

A Camarones Orquestra Guitarrística abriu os trabalhos da noite e mostrou uma sonoridade interessantíssima. Com formação que reúne três guitarras, baixo e bateria, o grupo injeta peso em versões surf music para clássicos do rock em temas instrumentais, mas mostra ainda mais talento e vigor nas composições de próprio punho, caso da excelente “Para Inglês Ver”. Liderados pela carismática baixista Ana Morena, eles não tiveram vergonha na cara ao juntar Metallica (“Enter Sandman”) e Roberto Carlos (“Emoções”) em uma mesma versão. O resultado de tamanho sincretismo soa divertido, desencanado e altamente roqueiro, com guitarras potentes e afiadas que parecem bradar ao público: “mexam-se, porra! Isso aqui é Rock!”.

Nuda no Quintal do Lumo
Nuda no Quintal do Lumo

Tarefa ingrata é escrever sobre o Nuda. Eles deixam todos os clichês do universo musical de lado para criar uma sonoridade única. Seu EP, “Menos Cor, Mais Quem”, ganha ainda mais brilho ao vivo, e seu show soa intenso o tempo inteiro. Fazem rock? Também. MPB? Também. Reggae? Também. Jazz? Idem. Tudo junto, numa combinação implausível que acaba funcionado maravilhosamente bem. E conseguem um feito e tanto: são instrumentistas excepcionais, mas nunca caem na armadilha do virtuosimo chato, feito de músico para músico. Ao contrário, o destaque ali é a banda, e não apenas um ou outro músico. O conjunto prevalece sobre qualquer individualismo. Quer saber? Me rendo…sou incapaz de traduzir o Nuda. Só vendo/ouvindo para saber como é. Me perdoem…

p.s. Vida longa ao Lumo Coletivo. Que outros surjam. E que a máxima seja seguida: a realidade é dura? Então vamos nos unir para mudá-la. Eis o espírito da coisa.

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4 Comments

  1. confesso que nunca vi ninguém tocando dick dale ao vivo e fiquei impressionado com a qualidade do som que a camarones tirou nessa música, com umas timbragens bem foda, a pegada da galera também é muito boa!!!
    e concordo com o que foca disse acima, sobre a banda.
    valeu galera!! inté a próxima!!
    abraços!!!

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