Ponte
Um grupo de artistas e produtores andou fazendo as contas e chegou a números expressivos do que poderia ser produzido com R$ 1.150.000,00 (um milhão cento e cinqüenta mil reais) que serão investidos na festa da ponte. É coisa que movimentaria a cultura do nosso estado por pelo menos quatro anos, mas, como se sabe, o governo vai torrar o dinheiro todo numa festa de seis dias.

As contas
Por exemplo, ao invés de seis dias com Moacyr de Góes, Cavaleiros do Forró e Marina Elali e Elba Ramalho, teríamos 38 peças de teatro produzidas, 63 discos gravados com distribuição de 1.500 cópias, 46 livros editados e impressos com 2.000 cópias cada, 766 cachês de R$ 1.500,00 para cada show de artista popular, 76 mil ingressos de cinema e teatro distribuídos gratuitamente e 20 curtas-metragens produzidos.

E então?
Então, o que seria de maior serventia para o nosso Estado? Uma festa populista e demagógica que tira o povo do pé do chão com banho de cheiro e de lua, e deixa esse mesmo povo sem cultura o resto do ano, ou investir pesado em teatro, música, literatura e acesso a bons espetáculos culturais? Eita lugar de desmando guiado por monarcas incultos é esse Rio Grande do Norte!

Simonal
O cartunista Jaguar, ícone do jornalismo brasileiro e um dos comandantes do célebre O Pasquim, corre o risco de passar por justos constrangimentos de quem vai querer saber dele, no Encontro Natalense de Escritores, se não há nenhum remorso por ter acabado com a carreira do cantor Wilson Simonal, acusando-o de delator. A denúncia foi provada como falsa, anos depois.

Sucesso
Mais loas para a música instrumental potiguar: depois de ser matéria na revista Modern Drummer, de circulação nacional e considerada a melhor publicação sobre bateria no Brasil, o potiguar Darlan Marley foi convidado e vai abrir o Encontro Nacional de Baterista que acontece em Recife, de 06 a 09 de dezembro. Sucesso!

Cascudo
Aos que ainda não sabem, o maior folclorista do Brasil, Câmara Cascudo, vai ser tema do samba-enredo da escola de samba paulista Nenê de Vila Matilde. Eis uma chance de investir na imagem do Estado aproveitando um ícone cultural que a muito ultrapassou as fronteiras locais. Quem se habilita?

Adeus
Perda enorme para o cinema. Peter Zinner, montador dos dois primeiros filmes da trilogia O Poderoso Chefão, morreu semana passada, aos 88 anos, na Califórnia, vítima de câncer no sistema linfático. O anúncio foi feito no domingo. Zinner venceu o Oscar de melhor montagem em 1979 por “O Franco Atirador”.

Chilique
O autor Aguinaldo Silva, do fracasso Duas Caras, na Globo, está dando mais chiliques do que pontos de audiência, no blog que mantém. Ainda afetado pelo sucesso de Paraíso Tropical, coisa que duas Caras não conseguiu manter, Aguinaldo disse que vai dar um “choque de realidade naquele paraíso tropical” que é a favela fictícia da novela. Despeito é outra coisa.

Tropa
A vida imita o cinema. Depois que Tropa de Elite, o filme, mostrou a corrupção que existe nas oficinas dos quartéis de polícia, deixando dezenas de viaturas “encostadas”, governos de alguns estados estudam um modelo para se livrar da depenação de viaturas. O sistema novo deve terceirizar para empresas gestoras o conserto dos carros.