Escrever sobre o amor é recair no óbvio, no já destrinchado, poetizado, pintado e malhado nobre sentimento do amor. Mesmo “Matando o Amor”, Simona Talma e Luiz Gadelha permanecem na toada das desilusões amorosas cantada por eles mesmos em outras canções. Mas o muito é sempre pouco quando se fala de amor. E o que vem dessa dupla é sempre muito: um muito gostoso de abarcar. Como me disse ontem Isaque Galvão, todo mundo sofreu, sofre ou sofrerá por amor. Então, o assunto interessa sempre, e a todos.
Alguns gênios conseguem encontrar uma matiz diferente ao pintar o amor. Acontece de tempos em tempos. Aqui e acolá aparece outro Romeu e Julieta, é só esperar. Não foi dessa vez. Nem foi essa a pretensão de Matando o Amor. E o bom do álbum é esse: é um CD aparentemente despretencioso. Traz baladinhas gostosas. Os arranjos respeitam o pop em suas derivações quase ilimitadas, mas bem próximos desse rock mais pop das bandas atuais. A produção está impecável. A capa está primorosa.