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AQUECIMENTO TALMA&GADELHA: MATÉRIA NO DIÁRIO DE NATAL

Matando o amor

Simona Talma e Luiz Gadelha lançam, amanhã, o primeiro disco do Projeto Incubadora
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br

Se a premiação existisse, Simona Talma e Luiz Gadelha receberiam o primeiro disco de ouro da música potiguar na era dos downloads gratuitos. A liberação do novíssimo álbum Matando o Amor, na última terça-feira, causou furor no Twitter e em poucas horas alcançou a marca de 7,5 mil músicas baixadas gratuitamente. O show de lançamento do disco físico será às 23h deste sábado, no Centro Cultural Dosol (Rua Chile, Ribeira). A banda SeuZé fará a abertura da noite.


Com o trabalho lançado, a banda Talma&Gadelha deve iniciar temporada de shows dentro da programação dos 10 anos do DoSol Foto:Projeto Incubadora/Divulgação

A banda Talma&Gadelha fará temporada de shows pelo Projeto Incubadora: uma ação estruturante para bandas realizada pelo Dosol, dentro das comemorações de dez anos de atividade do combo cultural. “A ideia da Incubadora é replicar conhecimento, colocar para fora tecnologias que aprendemos durante os dez anos de atuação na área cultural”, se orgulha o curador do projeto e produtor cultural Anderson Foca.

O suporte oferecido pelo projeto vai desde a escolha do repertório até a comunicação da banda, passando por divulgação, suporte na web, filmes, gravação e finalização do áudio. Matando o Amor é o primeiro lançamento do Projeto Incubadora. As próximas bandas incluídas no projeto são Venice Under Water, Hossegor, Monster Coyote (Mossoró) e Los Costeletas Flamejantes.

O disco

Luiz Gadelha e Simona Talma são letra e música. O contrário também vale. E assim se complementam em composições e melodias que já resultaram em canções do Projeto Retrovisor (acompanhados de Khrystal, Valéria Oliveira e Ângela Castro), e agora junto à bana Talma&Gadelha, para o novo disco. Os arranjos são de Cris Botarelli e Henrique Geladeira (atuantes no rock potiguar com bandas como Calistoga e Planant), com produção de Anderson Foca. “Sempre quis gravar um disco de rock”, diz Simona Talma.

A criação e registro do álbum foram feitos em dois meses num processo intenso de trabalho. “Todas as músicas do disco são inéditas e compostas especialmente para o álbum. Nos dedicamos muito ao trabalho nesse começo de ano”, diz Luiz Gadelha. Matando o Amor está disponível para download no www.dosol.com.br e também pode ser adquirido fisicamente nos shows do grupo.

“Antes de falar das músicas em si é importante analisar a conjuntura em que a banda e o disco foram ‘incubados’. Simona e Luiz são compositores consagrados na cidade. Suas carreiras estão em andamento há bons quinze anos entre projetos autorais, composição de trilhas, shows em casas noturnas e daí por diante. Fazer um disco fora das armadilhas desse mercado foi o primeiro desafio”, analisa Foca.

O amor matado

Matando o Amor traz os cenários das desilusões amorosas interpretadas por vozes e arranjos alegres. Parece contraditório, mas vale à pena a audição. É um CD aparentemente despretensioso. Os arranjos respeitam o pop em suas derivações quase ilimitadas, mas bem próximos desse rock mais pop das bandas atuais. E a dupla# Bem, a dupla é o que há: é a moça mais vagal e o moço mais vogal. Simona Talma é blues, é melancolia doce. E por isso a falta dela no CD. Luiz Gadelha é pop virtuoso. Tem lá sua dosetriste, como quando se busca a pimenta leve no último paladar. Ela está lá.

O álbum, aparentemente, traz mais letra de Simona e melodia de Gadelha. E se Simona foi escolhida a melhor intérprete do ano, e Gadelha o melhor compositor, pelo Prêmio Hangar 2010, o inverso seria mais proveitoso, embora qualquer mistura dos dois renda bons resultados. Enigma abre o álbum com um pop mais puro. Daqui a alguns anos é bem Pato Fu.

O roqueiro e a hippie traz uma letra curiosa. Porque todo coração é burro guarda o sarcasmo bluzeiro de Simona. Se fosse feio une a desilusão amorosa aos arranjos tristes – perfeita. Em Bons meninos, uma balada típica. Doce hora é outra balada, de melhor esmero na letra e arranjo. Mais uma cereja faz o estilo festinha anos 60. Cola em mim permeia um cenário adolescente. O álbum fecha com a canção-título, em que Simona está vagal e o rock se faz presente.

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