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A prática de qualquer atividade na música independente é bastante trabalhosa. Produzir shows, lançar discos, ter banda, são tarefas que demandam dedicação, tempo, dinheiro e bastante coragem para encarar um mercado instável. Anderson Foca, paraense radicado em Natal, tem tudo isso e mais: uma rede bem articulada de serviços que atende a todos os pontos do processo de produção independente como o selo, o festival e a casa de shows Do Sol. Por George Frizzo

Entrevista com Anderson Foca – DoSol Records
George Frizzo

A Rock Press puxou uma bate papo pelo MSN e o resultado você confere abaixo.

Você é dono e gerencia o bar/casa de shows DoSol, além de trabalhar em vários projetos da marca DoSol, como o selo musical, a DoSol Imagem (que trabalha com vídeos) e o festival, e ainda canta na banda de hardcore Allface (foto). Como você arranja tempo para administrar tudo isso?

Cara, eu vivo o rock 100% do meu tempo. Noventa por cento dos meus amigos estão no rock, minha esposa toca baixo na banda e administra as paradas da DoSol comigo. Aí, o prazer e o trabalho se misturam numa coisa só. Claro que é estressante muitas vezes, mas para as paradas darem certo tem que ralar mesmo. O lance legal é fazer as coisas porque se gosta, que aí dá tempo para tudo.

Este ano acontece a segunda edição do Fest DoSol. Quais foram as maiores dificuldades e maiores facilidades que você enfrentou ao dar continuidade ao festival?

Para este ano nós encontramos um pouco mais de abertura nas leis de incentivo, muito por causa da ótima repercussão do festival de 2005. Só pelo fato do Banco do Brasil repetir o patrocínio já é uma vitória muito grande. Isso foi o fácil. O difícil é o de sempre, muitas bandas, muita correria, que é fazer um evento desse tamanho. Mas já estamos nos acostumando com este ritmo.

Como você vê a influência que festivais como DoSol, MADA, Abril Pro Rock, Goiânia Noise, para o desenvolvimento de um mercado independente?

Olha, a circulação que eles geram é uma das molas-mestras do cenário independente. Sem esse intercâmbio é praticamente impossível fazer rock independente e viável no Brasil. Estamos num país enorme, continental e o fato desses eventos serem fora do eixo Rio/SP os torna ainda mais importantes. Sem contar que nesses festivais está inserida a nova cara da música brasileira. São neles que as novidades aparecem!

Como você analisaria a “cena” independente em que se encontra Natal agora?

Natal passa por um momento de ascensão artística na área do rock. Aqui tem rock bar, selos, dois grandes festivais, outra meia dúzia de pequenos festivais, produtores artísticos e culturais, estúdios, videomakers. Tem tudo de que uma cena rock precisa para sobreviver. Claro que geograficamente levamos desvantagem a outros centros, mas se compararmos a relação tamanho da cidade/produção artística, estamos num nível muito alto, a ponto de sermos uma das cenas mais emergentes do país.

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