II Festival Do Sol: ele veio para ficar!
Enviado por Yuno Silva · Natal (RN)
Celeiro nato de bons instrumentistas, Natal também está se transformando em uma das principais vitrines da música fabricada nas garagens [no melhor sentido da palavra] de todo o País. Paradoxalmente, o frisson causado pelos festivais de música independente é inversamente proporcional à nossa ‘exportação’ artística, e se depender do Festival Do Sol essa é uma história que pode estar com os dias contados.
Chegando em sua segunda edição, o filho mais novo da família Do Sol ganha corpo de gente grande e promete sacudir a tal cena ‘indie’ nos próximos dias 4, 5 e 6 de agosto. O epicentro da maratona sonora finca bandeira no largo da rua Chile, Ribeira — serão mais de 35 bandas de 11 estados brasileiros.
O Festival é conseqüência de um trabalho que vem sendo acalentado há mais de 15 anos pelo produtor Anderson Foca, 32, idealizador do Selo Do Sol (criado em 2002) — pedra fundamental para o crescimento da marca, que atualmente também engloba o Estúdio Do Sol, o Do Sol Rock Bar, a Do Sol Image (braço publicitário responsável pela imagem da coisa toda).
Ninguém melhor para contar a escalada da ‘holding’ solar que o próprio Foca, nascido em Manaus, morou 10 anos em Belém e há mais de uma adotou Natal como porto seguro. Por aqui já integrou as bandas JAM 97, Ravengar, Superboy e Officina, hoje dedica-se ao Allface. Há oito anos vive exclusivamente de rock: “Digo que não tive outro emprego”, orgulha-se. Entre 2001 e 2002, chegou a trabalhar no setor promocional de uma rádio FM local. Vale registrar que Anderson não bebe, não fuma, não faz dieta e acorda todos os dias às 5h30 da manhã — “Enquanto os outros estão dormindo eu já estou produzindo”, garante.
Em tempos de mp3 e iPods, qual o real papel dos selos?
Foi-se a época do selo só gravar e vender. Hoje CD é apenas o cartão de visitas de uma banda e o grande desafio é ter uma boa distribuição, saber lidar com as possibilidades de comunicação e cuidar para ter sempre shows agendados.
Distribuição é sempre um problema…
É o calo de 95% dos selos. Estamos fechando uma parceria com a Alvo Discos (ligada à Monstro Discos de Goiânia) que por sua vez trabalha em conjunto com a distribuidora Tratore. Áudio, meu velho, não é e nunca foi nosso carro chefe. Não conto um lançamento que coberto os custos de produção (gravação/prensagem). O estúdio foi criado justamente para amenizar esses custos.
Então qual o carro chefe?
A proposta é formação de público, quanto mais a informação circular melhor para nós e pra todo mundo.
Quantas bandas fazem parte do Selo Do Sol atualmente?
Sabe que não sei direito, algumas estão em fase de transição, mudança na formação, novo nome, como o Base Livre que está virando Phonograma. Na ativa temos o Allface, Calibre, Karpus, Revolver, Memória Rom, Fliperama, Doris, Experiência Ápyus, Uskaravelho, Mad Dogs e Simona Talma (esses dois últimos os mais novos integrantes do time). Espero que não tenha esquecido ninguém!?! — [conferindo no site, ainda contabilizei Peixe Coco, Pots, A Válvula e Arquivo].
E como essas bandas entram no selo?
Não chego e convido, chamo para gravar, para ver se funciona, se tem potencial no estúdio. Não precisa ser agora, mas temos que testar, apostar na molecada. Gravar um CD não é mais uma coisa inalcançável, só que não adianta pagar horas de estúdio se a banda tiver noção do que quer. O próprio General Junkie (power trio atuante nos anos 1990, hoje dois músicos integram a festejada DuSouto) ia parar sem gravar. Eu que insisti muito na época. Eles já tinham experimentado com produtores de outras cidades, mas percebi que a banda não funcionava com os músicos gravando separados.
E essa proliferação de pequenos selos? São concorrentes? — [em Natal os principais selos do ‘submundo’ indie são a Solaris Discos, o Do Sol e a Mudernage Diskos, e o caçula da turma Xubba Musik].
Definitivamente ninguém é concorrente de ninguém. Só se for por alguma banda, coisa rara de acontecer.
Precisa ser rock para ser Do Sol?
Não, de jeito nenhum. A Simona Talma por exemplo, sempre curti o som dela e é o momento de lançar um CD. Já está com tudo na mão: recursos e conceito, só temos que cuidar da produção.
Quando percebeu que não poderia mais ser apenas músico, que teria que cuidar da produção da própria banda?
Em 1999, quando o Ravengar estava rodando em pequenas turnês pelo Sudeste e outras capitais nordestinas, vi que não podia me dedicar integralmente. Por isso optei pelo Officina, pois tinha mais liberdade para exercitar esse lado produtor: hoje, quase sete anos depois, sei exatamente qual o público de cada show, consigo fazer uma projeção certeira de 80% dos eventos que produzo. O Officina cresceu justamente por nosso (ele, a vocalista e parceira Ana Morena e o guitarrista Eduardo Passaia) trabalho como empreendedor, foi uma escola. Recebemos muitas críticas por sermos uma banda que ganhou destaque tocando cover, mas temos umas 50 músicas próprias gravadas e três CDs autorais lançados, muito mais que muita banda por aí.
Acha algumas críticas chegam a atrapalha seu trabalho?
As críticas sempre vão existir, e muitas vezes infundadas. Garanto que o índice de rejeição com meu nome não é maior que minha capacidade de agregar. Lembro de uma vez ser acusado de monopólio por um músico de outra banda: oras, se tenho uma banda, produzo meus shows, toco na rádio, dou entrevista na TV e nos jornais a culpa é minha se não te dão o mesmo espaço na mídia. As pessoas têm que sacar que o problema não está no outro, não adianta querer transferir a responsabilidade. Vou fazendo. Antes tinham bandas que não tocavam no Do Sol Rock Bar por pura picuinha sem fundamento, hoje águas passadas.
E esse papo de que essa é a terceira edição do Festival Do Sol?
É verdade. Em 2003 rolou uma versão pequena no Blackout Bar (rua Chile, Ribeira), com as bandas Vaca Loka, General Junkie, A Máquina, Officina e Jane Fonda. No ano seguinte enquadramos o projeto na Lei municipal de incentivo à cultura Djalma Maranhão, mas não conseguimos captar. Nessa época o Do Sol Rock Bar estava ainda estava abrindo as portas, e era um espaço para as bandas do selo tocar. Inclusive combinamos do Officina não tocar lá justamente para não haver a associação da imagem, queria mostrar pras pessoas que ali era um lugar para bandas autorais.
Ano passado lembro de uma história que o Do Sol seria em março/abril, antes do Festival Música Alimento da Alma — Mada?
Conversei com muita gente na época, inclusive com Jomardo Jomas (produtor do Mada). Era doideira querer disputar atenção com o Mada, a mudança para o segundo semestre foi a melhor decisão.
E logo na primeira edição já gerou uma grande repercussão…
Pois é, não sabia que tinha tantos amigos no rock, sou do tempo que o pessoal trocava panfleto pelo correio. Outro dia ligou o Gustavo “Mini” Bittencourt, vocalista da banda gaúcha Walverdes, falando da expectativa para tocar no festival. Essas coisas é que valem a pena a nossa batalha!
Um dos diferenciais do Festival Do Sol é bancar a passagem terrestre das bandas desde o começo…
Só nós e o Porão (do Rock, em Brasília), que depois de oito edições também passou a pagar passagem de ônibus pra galera. Acho que essa é a tendência. As bandas estão percebendo que o foco de qualquer festival são elas, e que não dá para ficar bancando passagem pra cruzar o País para tocar meia hora.
Esse ano será marcado por uma participação maciça das bandas locais…
E por incrível que pareça muitas ainda não atentaram para o Festival. Recebi pouquíssimo material, e boa parte das escaladas foram convidadas pois sabiam quem est
ava produzindo, lançando CD e fazendo show. Quem se movimenta tem prioridade.
Com relação a 2005, quais as principais mudanças para este ano?
A melhor coisa, além da própria programação, foi a renovação do patrocínio do Banco do Brasil e a aprovação na lei sem restrições. Vamos melhorar o visual, o som e a iluminação também serão melhores. Mas a grande mudança é o dia a mais. Em 2005 fizemos na raça, perdemos dinheiro, dessa vez estamos menos ‘aperriados’, mas ainda confiamos na bilheteria para cobrir custos. [Em 2005 o Festival Do Sol custou R$ 100 mil, este ano o orçamento bateu na casa dos R$ 130 mil].
E a novidade do Ciclo de Palestras Pensando Música?
Comprova que nosso foco é alimentar a cena, movimentar a produção musical do RN. O Pensando Música foi uma idéia proposta pelo selo Mudernage, que já tinha uma parceria com a Agência Cultural do Sebrae-Sesi. Não é um evento do Festival, é uma iniciativa paralela que anda com as próprias pernas, apenas aproveita o mesmo período. O grande lance é deixar todo mundo informado, que se peque por preguiça mas não por falta de informação. E a parceria com a Agência Cultural tem tudo a ver com essa abordagem da qualificação profissional, do emprendedorismo. Também fecha o ciclo: tem convidados que vem participar das palestras e ficam para o Festival.
Você acredita que a tecnologia anda de braços dados com o rock e a cena independente?
Sem dúvida. É essa articulação do pop e do rock que puxa a tecnologia, estamos usando muito bem a Internet e os resultados estão aparecendo, e o Pensamos Música deve atingir em cheio músicos, produtores e jornalistas da área. A vinda de revistas como a Bizz e Outracoisa ganha novo sentido, fortalece a troca de experiências e o contatos das bandas/produtores locais com essas figuras só acrescentam. Diferente do camarada chegar, ver os shows, sugar informações e levar tudo embora. Agora não, ele vai deixar um pouco para nós também.
Pra encerrar: a Ribeira ainda é o melhor lugar para se fazer um evento?
Sim, o que falta é uma política pública efetiva para transformar de vez a Ribeira em um espaço atraente para o lazer de eventos e entretenimento noturno. O Largo da rua Chile passa por um bom momento, tem coisas rolando todas as semanas, bares e casas noturnas funcionando. Se não tem gente por lá é outro papo. [Um dos problemas mais graves, identificado pela reportagem, é a falta de um sistema transporte eficiente. Ninguém merece ficar sem ônibus após às 23h30!].
>>> programação completa Festival Do Sol
>>> Ciclo de Palestras Pensando Música // Inscrições (doação de um livro) pelo email mudernage@yahoo.com.br
>>> Contato: (84) 3642-1520 ou assessoria@dosol.com.br
que besteira eu quero outra coisa
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sao jose
Estou tentando me inscrever para sugerir uma alteração de rótulos de produtos da LILI DOCES LTDA.
Fazenda Vila Izabel, BR-316 KM. 262, Bairro Alto Alegre.IPIRANGA – PI.
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mas não consigo por alguma falha técnica, indica que meu cpf não é o mesmo do meu nome. 046.937.527-20 – favor averiguar.
LUIZ ARTHUR TORRES JASMIN.
eles vem roubam nossas rosas as dilacerão com promessas…
as esganam. vem tomam nossos salários
e agora querem nossas florestas………….. .
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as enganam. vem tomam nossos salários
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