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VIRADA CULTURAL NATAL: VIRADA DE PENSAMENTO – REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DA RÁDIO PÚBLICA NA CULTURAL DE NATAL

VIRADA DO PENSAMENTO
O PAPEL DA RÁDIO PÚBLICA NA CULTURA DE NATAL

Por Foca

Começamos hoje uma série de textos que levantam pontos que podem nos ajudar a refletir e debater o atual momento cultural de Natal. Aproveitando a maré da Virada Cultural que se aproxima, resolvemos aproveitar a onda boa e propor uma virada de pensamento, um debate sólido do nosso papel na cultura da cidade junto com todos os seus agentes: parceiros, patrocinadores, poder público e nós artistas e produtores culturais. A ideia não é bater no que está aí, não é chorar pelo que não acontece. Aqui a nossa pegada é propor, olhar para frente, aprender como o que não deu certo e ampliar algumas vitórias.

No primeiro texto da série “Virada do Pensamento” quero propor discutir o papel da nossa única rádio “pública”: a FM Universitária. Para isso se faz necessário darmos uma igualada para que todo mundo saiba como as coisas funcionam na rádio. A primeira questão é a seguinte. A FM Universitária é uma rádio pública ou uma rádio da Universidade? Fico com a segunda opção por experiência própria. A FM Universitária é totalmente da Universidade e serve apenas ao humor do corpo docente e da reitoria o que é uma pena e um desperdício com prejuízos enormes à cultura de Natal.

De um lado o departamento comercial da FM reclama que os projetos culturais em sua maioria não anunciam na rádio, de outro os projetos culturais detectam que a rádio não se comunica com o seu público como deveria e fica esse empurra-empurra sem fim. Em 2010 o Festival Dosol visitou a FM Universitária, queríamos uma aproximação definitiva com ela. Anunciamos, detectamos que no nosso horário de anúncio não tinham locutores e fizemos uma proposta de além de anunciar, assumir e dar uma repaginada no horário.

Assumimos o horário entre 20h e 22h, botamos bandas ao vivo, equilibramos o horário com novidades e clássicos, priorizamos tocar artistas do RN e os resultados diretos apareceram: os artistas sentiram uma conexão com a rádio novamente, o feedback de público aumentou e aos poucos íamos dando mais gás no projeto. Veio a eleição para o novo reitor e uma nova gestão assumiu a FM Universitária. Depois de seis meses de trabalho gratuito para levantar o espaço da rádio e entrega-lo à cultura local fomos sumariamente tirados do ar sem direito a despedidas.

A cultura de Natal precisa muito de um porta-voz do quilate da FM Universitária, o que seria excelente inclusive financeiramente para instituição, já que até onde me consta a economia da rádio é mista, precisando do departamento comercial para fechar a folha de pagamento no fim do mês. Para isso é preciso que a rádio entenda seu papel, saia das grades que a cercam dentro da Universidade e se conecte com o mundo real ou vai estar fadada ao ostracismo completo.

O que fazer? Acho que a rádio universitária deveria colocar os alunos do curso de rádio e TV em ação para uma grande pesquisa dentro dos maiores projetos culturais da cidade. Quem ouve a FM Universitária como está? Que horários ouve? Com as respostas em mãos a rádio poderia promover um grande seminário e discutir colaborativamente que rumos seguir para atender essa demanda cultural (e porque não comercial?). Projetos culturais são economicamente fortes, reunem milhares de pessoas, todas elas prontas para consumir uma rádio que fale por elas, que tenha conectividade e pensamentos parecidos.

FM Universitária, a cidade está loucamente precisando de uma voz cultural e de portas abertas para receber vocês para essa missão. Não vamos desperdiçar mais tempo. Estamos prontos para fazer essa ponte!

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