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SIE DYNAMITE.COM.BR – COLUNA ZAP N`ROLL

É TEMPO DE FESTIVAIS – DOSOL DIVULGA PROGRAMAÇÃO
Por Humberto Finnatti
Natal, capital do Rio Grande Do Norte, se firma cada vez mais como um dos principais pólos nordestinos onde se realizam grandes festivais alternativos. O Mada, ocorrido em maio passado e amplamente reportado por Zap’n’roll, chegou à sua oitava edição e já virou gigante potiguar. Agora o DoSol, organizado pelo produtor, músico (ele é vocalista da banda Allface) e jornalista amigo Anderson Foca (é dela a coluna “Insolação”, publicada no site da Dynamite), chega à sua segunda edição. A primeira foi realizada em agosto de 2005 em duas noites memoráveis no centro de Natal, no largo da rua Chile.

E agora, o DoSol volta a ser realizado no mesmo local mas terá sua duração ampliada em mais um dia – o festival irá acontecer de 4 a 6 de agosto. Nas três noites, deverão subir aos três palcos que serão montados no local 38 bandas de onze Estados brasileiros. E além dos showzaços que irão rolar por lá, também acontecerão dezenas de atividades culturais paralelas, como lançamentos de cds, mostras de fanzines, exibição de vídeos independentes etc.

A programação oficial do Festival DoSol 2006 acabou de ser divulgada pela produção do evento. E vai ser mesmo show de bola. Vejam só:

Sexta, dia 04 de Agosto:
Poetas Elétricos (RN)
Simona Talma (RN)
Parafusa (PE)
Mad Dogs (RN)
Seu Zé (RN)
Bonsucesso Samba Clube (PE)
DuSolto (RN)
Experiência Ápyus (RN)
Ludov (SP)
Mundo Livre (PE)

Sábado, dia 05 de Agosto:
Drunk Driver (RN)
Distro (RN)
Doris (RN)
DeadFunny Days (RN)
2Fuzz (CE)
Carfax(PE),
Automata (BA),
Bugs (RN),
Bois de Gerião (DF)
Walverdes (RS)
Revolver (RN)
Memória Rom (RN)
MQN (GO)
Zero8Quatro (RN)
Autoramas (RJ)
Forgotten Boys (SP)

Domingo, dia 06 de Agosto:
Fliperama (RN)
Ravanez (RN)
Pots (RN)
Dead Nomads (PB)
Karpus (RN)
Astronautas(PE)
Allface (RN)
Aditive (SP)
Jane Fonda (RN)
Devotos (PE)
Dead Fish (ES)

Quem já quiser ir acompanhando a pré-movimentação em torno do festival, pode acessar www.dosol.com.br/festivaldosol. E Zap’n’roll, claaaaaaro, estará mais uma vez na linda e hospitaleira Natal para acompanhar bem de perto mais um grande evento da indie scene brazuca.

DISCO INDIE BRAZUCA LEGAL – SEUZÉ
Um dos grupos escalados para tocar na segunda edição do Festival DoSol, o quarteto potiguar SeuZé é uma das grandes revelações da novíssima safra de bandas independentes do Nordeste brasileiro. Formado em Natal há três anos, o grupo conta com Fell nos vocais e guitarras, Augusto Souza também nas guitarras, Lipe Tavares no baixo e vocais e Xandi Rocha na bateria. Eles têm por enquanto apenas um disco na bagagem, o álbum “Festival do desconcerto”, lançado no ano passado pelo selo Mudernage, do agitador cultural Vlamir Cruz. Mas já são bastante conhecidos e respeitados em todo o RN, muito por conta de sua intensa e ótima música, que combina rock de guitarras com elementos regionais nordestinos e também com influências da mpb clássica de gente como Chico Buarque (que é citado “incidentalmente” em trechos das apresentações ao vivo do conjunto) e Mutantes. Este colunista assistiu a apresentação da banda na última edição do festival Mada, e ficou impressionado não apenas com a dinâmica musical deles, mas também com a preocupação visual e estética que permeia o trabalho e seus integrantes – todos eles subiram ao palco vestidos de branco, dos pés à cabeça.
Não só. As letras do disco exibem uma poética simples, porém contundente, que verbalizam o eterno sofrimento do povo menos favorecido do Nordeste. “O coroné mandou dizer/Que não tem casa pra você/Que não tem carne pra comer/O coroné mandou dizer/Que pra gente se esquecer/Que veio ao mundo pra viver/Oh coroné/Peça desculpas por ser tão ruim/Oh coroné não seja ruim com o seu povo”, diz a letra de “O coroné”, um dos ótimos momentos do cd, ao lado de “O anti-herói” (“Mesmo assim por um triz / Ele diz que é feliz”), de “Retrato de um traidor quando jovem” (referência ao “Retrato do artista quando jovem”, de James Joyce?) ou “Não cuspa no prato que já comeu”.

O SeuZé é, no final das contas, beeem legal. Uma banda que honra a tradição dos grupos que se aventuraram a fazer com maestria – e sem pentelhação e achismos sacais – o crossover entre rock e mpb. Uma banda que dialoga bem nas duas linguagens, como também o fazem atualmente nomes como Los Porongas (do Acre) ou Ronei Jorge (da Bahia). Se interessou? Vai lá: www.seuze.net.

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