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RESENHAS FESTIVAL DOSOL – DIÁRIO DE NATAL

A mostra de rock mais insana que Natal já teve. Assim foi o Festival DoSol, que reuniu no último final de semana, na Ribeira, 47 bandas revezando-se entre os palcos armados no Armazém Hall e no DoSol Rock Bar. Com uma média de público de 4 mil e 500 pessoas, o evento teve saldo positivo, declarou Anderson Foca, organizador do festival.

Na sexta-feira, a festa começou pontualmente às 20h, conforme anunciado, com a Brand New Hate (RN). Em seguida, veio Baby Please (RN), o power trio paraibano Mother Hell e o Vitrola (RN), que apresentou um rockabilly bem feitinho.

A banda mais pop da noite (fora a headliner) foi o Monophone, do Ceará. A presença do teclado evoca uma sonoridade anos 80/90 bem interessante. De volta das catacumbas, o Peixe Coco (RN) mostrou que o estaleiro fez bem à banda. Um dos primeiros grupos locais a aparecer no vácuo do manguebeat, o Peixe Coco mostrou que soube fazer o tempo passar.

O projeto do dono da casa, Anderson Foca, botou a galera pra pogar com um hardcore legítimo – anote aí o nome: The Sinks. Os pernambucanos do Vamoz! e Volver ficaram presos na BR 101 e por isso o Cascadura passou na frente na ordem de apresentações. Logo depois os atrasados tocaram, seguidos pelos cariocas do Mop Top.

O Bugs mostrou que é realmente a melhor banda potiguar em atividade. A entrada de um segundo guitarrista e o palquinho apertado do DoSol construíram o clima ideal para a performance do grupo. E Cachorro Grande encerrou a festa em alto estilo, apesar de os trabalhos recentes do grupo terem um apelo pop-açucarado muito forte.

Já o segundo dia do Festival DoSol foi um teste de fogo para qualquer roqueiro que se preze. Ao todo, 20 bandas desfilaram pelos palcos do Armazém Hall e do DoSol Rock Bar.

Toy Gunz e Lótus, bandas da casa, fizeram os primeiros shows. A Secks Collins (SP), veio na sequencia. Os shows de Fliperama e Joseph K? passaram sem grandes novidades. Os rapazes do Arquivo mostraram uma evolução significativa nas novas composições de seu segundo álbum, ‘‘Rock para Meninas’’. Com riffs bem colocados e letrinhas de amor, não fizeram feio. A banda Enne, de Minas Gerais, também fez tudo certinho, com boas músicas e um forte acento indie.

Stellabella, do Rio foi um dos pontos altos da noite. Rock nervoso, com letras em português e nítidas influências do grunge. Red Run, que conseguia jogar até um certo ar new wave à apresentação, não deixou pontas soltas. E o show do Allface é aquilo mesmo que todo mundo já conhece. A banda ganhou um reforço, com a entrada de Ana Morena no baixo.

Rockefellers veio para mostrar porque Goiás tem uma das melhores cenas rockers do país. Tocando um hard pesadíssimo, com fortes pitadas de country, apresentaram o set mais consistente da noite. Já consagrada na cena rocker potiguar, Jane Fonda subiu no palco do Armazém Hall com o jogo ganho. Letras radiofônicas foram cantadas em coro pelo público que acompanha o grupo. Certamente eles já ouviram muito Deftones. O Zero8quatro aparenta ainda estar no mesmo ritmo dos shows de festivais anteriores, mesmo após a troca de bateristas.

Após o Violins (GO), a dupla Lucy and the Popsonics – uma guitarra e um baixo somados a sampler – mostrou batidas pop/dance/eletrônicas com efeitos que deram numa sonoridade revestida de atmosfera anos 80.

Mas a apresentação mais insana do festival foi o da baiana The Honkers. O que impressionou mais do que o som da banda foi a performance do vocalista Rodrigo Sputter, que chegou ao ponto de ir até o camarote do Armazém Hall e ficar pendurado por lá. Para finalizar, jogou uma cadeira de plástico nos desavisados que conversavam durante sua apresentação.

Depois, veio o Zefirina Bomba, da Paraíba. Com um violão turbinado – um captador acoplado ao instrumento – não faltou peso à apresentação. Depois do Supergalo (DF), Os Bonnies ainda esquentaram um pouco as coisas. Na penúltima apresentação da noite, os vocais revezados do grupo conquistaram até um público para dançar.

Finalizando a maratona, a paulista Rock Rocket faz show para um público cativo. Apesar de ter a faca e o queijo na mão, mostrou um discurso de adolescente inconseqüente que só quem curte é a meninada mesmo.

Vinícius Menna e Alex de Souza
Especial para o Diário de Natal

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