Alterna Metal Fest
O Alterna Metal Fest, que aconteceu no último Sábado, 03/06/06, no DoSol Rock Bar, na Ribeira, trouxe tona da cena música pesada o que vem rolando de melhor na proposta do Nu Metal, Alterna Metal e variantes em Natal. Bandas com personalidade e estilo apresentaram o moderno Rock pesado com muita competência.
O evento teve abertura da banda Milk Shake Na Vala, que trouxe muita agressividade e protesto cantado em português pro palco. O som praticado por Alessandro (Vocal), Fumaça (Guitarra), Moisés Rodrigues (Baixo), e Nalt (Bateria) tem muita influência de bandas como Mukeka Di Rato, Ratos de Porão, D.R.I. e Bad Religion. A despeito de serem a banda de abertura, os garotos conseguiram atrair o até então pequeno e disperso público, que por sua vez abriu as primeiras rodas de “polga”. Boa presença de palco do baixista Moisés Rodrigues que anunciou também que já registraram o primeiro CD Demo, “Milk Shake Na Vala”, que conta com 13 faixas e ainda adiantou que já contam com cinco novas composições que devem entrar para o segundo CD Demo.
O show continua com o Nasdark, que já vinha despontando na cena da cidade há algum tempo. Divulgando o CD Demo homônimo, a banda cujo nome é uma paródia com a bolsa de valores americana NASDAQ, conta na formação com o carismático Diogo (Vocal), Anderson (Guitarra), Renan (Guitarra), Gordinho (Baixo) e Alex (Bateria), que executaram com muita competência e precisão um Nu Metal bem pesado e técnico, também cantado em português, com influências de Soulfly (Banda da qual tocaram uma versão cover), Mudvayne e Chimira. As conversas e brincadeiras paralelas do vocalista Diogo com o público e com a banda podem ter cansado um pouco os mais exigentes ouvintes, mas nada que tirasse o brilho de sua simpatia e de sua performance (Que é competentemente agressiva) e da banda num geral que foi uma das melhores da noite, com boa movimentação, muita energia e com direito até a uma participação especial de um amigo da banda, que dividiu os vocais com Diogo. Destaque para o baterista Alex que roubou a cena ao mostrar seus “glúteos” ao ser apresentado, e que também agradeceu de maneira perfeita ao público com muita simpatia e diplomacia.
Sobe então ao palco aquela que de longe foi a MELHOR banda da noite, o Pots. Trabalhando encima do CD Demo “Demoxtrações”, que deve dar origem a um EP, Alan Rios (Guitarra e vocal), Júlio Lima (Guitarra), Jeff Soares (Baixo, ex-Base Livre) e Jucian Lima (Bateria, Ex-O Surto) tocaram com muita eficiência algo que só pode ser definido com um “Rock pesado, melodioso e com ótimos efeitos psicodélicos de guitarra”. A despeito de terem como principais influências bandas como Incubus, P.O.D. e At The Drive In, a banda canta em português o que reforça a personalidade do trabalho. Músicas bem compostas, muito ‘feeling’ e peso na medida certa confirmam essa banda como uma das grandes revelações do Rock potiguar e como o melhor show da noite. Apesar de um começo morno, com o decorrer da apresentação já se viam as rodas de “polga” e a satisfação do público. Destaque para os excelentes backing vocals e ELETRIZANTE presença de palco do guitarrista Júlio Lima que não parou um minuto, contagiou e surpreendeu a todos, utilizando, de maneira perfeita, o espaço do palco, sendo um dos fatores para o sucesso do Show!
No palco agora, outro destaque da noite, o Psicomancia. Na ativa desde 2002, o grupo trouxe para o DoSol Rock Bar o show do seu CD Demo “Conflitos” (Que deve dar nome também ao futuro primeiro álbum). Felipe Serrano (Vocal), Petrônio Borges (Guitarra), Leonardo Paiva (Baixo) e Artur Dantas (Bateria) apresentaram um Trash Nu Metal com algumas pitadas de Rap Core, fortemente influenciados por bandas do quilate de Confronto, Deceives, Sepultura e Slipknot. As letras, também em português, comprometidas com política e sociedade são outra característica do grupo que já marcou presença em festivais como o Cuba Libre, celebrando os 35 anos da Guerrilha do Araguaia. O show transcorreu sob muita vibração, peso, agressividade e protesto.
Fechando a noite, apresenta-se o Ravanes, influenciando por bandas como Claustrofobia, Sepultura, Soulfly, e Korzus, provavelmente a banda “mais Metal” do evento. Também cantando o repertório autoral em português, a única do show em inglês que apresentaram foi “Roots” cover do Sepultura. Ainda do Sepultura tocaram “Polícia”. Apesar dos problemas técnicos que atrasaram o início da apresentação, o Ravanes não decepcionou e manteve o público aceso, e as rodas de “polga” continuaram até o fim com muita energia. Vale destacar a simpatia e irreverência do vocalista “Chapula” Davis, que tinha uma voz muito versátil. A formação conta ainda com Jonathan Molusck (Guitarra), Clayton Marinho (Guitarra), Wesley Vayloh (Baixo) e Joveson Ribeiro (Bateria).