Resenhas

RESENHA DE DISCO: OASIS – DIG OUT YOUR SOUL

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Por Marcos Bragatto, Rio de Janeiro/RN

Conteúdo: Rock em Geral

Aqueles mais vigilantes com a longevidade do Oasis desandam a se preocupar com a possibilidade de o grupo repetir sucessos globais como os encontrados na trinca dos primeiros álbuns. Tanto que não se deram conta que o Oasis, hoje, é um outro tipo de banda. É aquela que sobreviveu ao passar do tempo e ao fim do britpop para se tornar o artista estável (mas em escala menor) que se apresenta desde “Heathen Chemestry”, de 2002. De discos apenas razoáveis, mas ainda capaz de retirar da manga canções de alto poder de explosão pop. Ou alguém acha que o faro de Noel Gallagher para o ramo simplesmente se escafedeu? Muito menos a malandragem vocal tipicamente britânica do irmãozinho Liam.

Não é preciso ir muito longe para perceber isso. “The Turning”, a segundo do CD, já conquista por ser algo tipicamente Oasis, mas com a excelência do grupo em criar novas canções que conquistam sem a necessidade de muita insistência por parte do ouvinte. Ou “The Shock Of The Lightning”, escolhida para ser o primeiro single, que há tempos já anima pistas de dança e é praticamente de precoce domínio público. O que as duas têm em comum é a carpintaria inerente ao pop de qualidade: cada detalhe contribui para um produto final cancioneiro chicletudo dos mais eficazes. Nota-se, nas duas, certa ênfase nas guitarras que as encorpa mais do que se faz costumeiramente no rock inglês contemporâneo, ou mesmo e outras passagens do próprio Oasis.

Talvez por isso, e com a contribuição da arte da capa, tenha cabido a este sétimo disco da banda a pecha de psicodélico. Ou por conta da abafada “(Get Off Your) High Horse Lady”, que tem os vocais em off e esboça o início de um lado b imaginário com essas características – exagero, no final das contas. A bem da verdade, “Dig Out Your Soul”, com parcos 45 minutos e 11 músicas, é um disco bem curto para os padrões atuais, o que pode encontrar eco nas declarações recentes de Noel sobre a decadência o mercado fonográfico. Se ganha-se pouco, produz-se menos ainda.

Mas guitarras nunca são em vão. Elas realçam músicas com tonalidades fortes como a urgente “Ain’t Got Nothin”, e o “blues com cara de Oasis” “The Nature Of Reality”. As duas fogem do padrão melodramático do grupo, sem deixar de mostrar sua marca registrada, seja nos vocais ou nas belas melodias que sempre encontram em estúdio, nos arranjos. No fim das contas, “Dig Out Your Soul” preza por certa simplicidade, onde os momentos mais altos são ou de grandes canções pop, ou numa regularidade comumente adotada pelo Oasis já há um certo tempo. Melhor assim.

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1 Comment

  1. Cara o Oasis sempre sera a lenda dos anos 90 que revolucinaram o jeito de se fazer rock ,trazendo um pouco do pra zer dos anos 60 em uma epoca dominada por musicas enlatadas em estudios que teimam colocar qualquer coisa guela abaixo.viva o OASIS.

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