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RESENHA DE DISCO (MEMÓRIA) – RANCID

RANCID – LIFE WON`T WAIT
Epitaph

O ano é 1998. O punk rock melódico chega ao patamar máximo de divulgação. Bandas como Bad Religion, Offspring e Green Day já frequentam há um bom tempo as paradas rock do mundo todo. É no meio de todo o “auê” recorrente ao estilo que sai o “Life Won`t Wait”, 4º disco do Rancid.

Definir o som destes caras é um exercicio de referências. A primeira delas é o rock anos 50, aquele bubleggum tocado no piano que levantava defunto, capitaneado por Jerry Lee Lewis. O Rancid também é filho direto de The Clash e adjacências. As comparações com o grupo inglês são quase óbvias. Somem-se a isso tudo uma boa dose de rock steady e ska inglês dos anos 80 e pronto. Rancid, a banda!

“Life Won`t Wait” é uma verdadeira aula de rock n`roll na sua essência. A cozinha formada Brett Reed na bateria e Lars Frederiksen no baixo é alucinante, arrisco a dizer que Lars é um bamba do estilo e tem um som único e rapidamente identificavel que inclusive já faz escola entre a nova geração. O guitarrista e vocalista Tim Armstrong é a imagem do rock n`roll na sua melhor forma. Ora desafinado, Ora gritando, cantando melodias, tudo com uma personalidade de impressionar. Se hoje Strokes, Libertines e The Hives são sinônimos de despojamento prefiro mesmo a formação californiana (o que eu iria ouvir se não fosse a California?).

O desfile de ótimas músicas é grande assim como o disco. São 22 canções ao todo. Começa com a ótima “Bloodclot”, segue com “Hoover Street”, “Black Lung” e chega no maravilhoso ska punk dub “Life Won`t Wait” ponteado por um teclado vintage maravilhoso e com participação do ragga man Buju Banton. O Rancid no seu começo foi uma ótima banda de ska chamada Operation Ivy. Já vem daí a identificação com o estilo. A próxima é “New Dress”, rock beleza cantada por Lars. “Warsaw ” é fraquinha, pulemos. De novo chegamos a mais um ótimo ska chamado “Hooligans”. Na expressão potiguar “neguinho” chama de “fuderoso”. Numa festa rock n`roll faria sucesso certo. “Crane First” e “Backslide” seguem o clima festivo. Mais uma fraquinha está no meio do disco, o nome dela é “Who, Would`ve Thouht”.

Na sequência vem uma semi balada que fica muito bacana na voz desafina de Tim Armstrong chamada “Cash, Culture and Violence“. Mais punk rock forte com “Cocktails” e ska doideira com “The Wolf”. Lembra da história dos anos 50 que falei lá em cima? Está aqui pode ser uma boa faixa para ilustrar o que eu disse. Curiosamente o nome dela é “1998”. “Lady Liberty” lembra muito a fúria do Sex Pistols. “Wrongful Suspicion” é um flerte definitivo como reggae jamicano. “Turntable” e “Something in the world today” são outras duas faixas fracas. Para fechar o disco beleza vem duas ótimas faixas o skazão “Corazon de Oro” e “Coppers” num som meio havaino.

O Rancid continua lançando discos e fazendo relativo sucesso por aí. Lars Frederiksen produz várias bandas e também lançou trabalho solo. Já o vocalista Tim Armstrong se juntou com parte do Blink 182 e montou um projeto chamado Transplants flertando com sons eletrônicos e rap sem perder a veia punk. Seu último trabalho foi produzir algumas músicas do álbum da cantora americana Pink.

Ouça também: Andrew WK, The Clash, Operation Ivy e Madness

Por Anderson Foca

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1 Comment

  1. Foca o texto tá fuderoso e esse CD é um dos meus preferidos do Rancid mas o melhor pra mim é o (Let’s Go),mas só uma correção, o baixista se chama Matt Freeman e não Lars!
    Valeu foquito!

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