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RESENHA DE DISCO (MEMÓRIA): NIRVANA – BLEACH

bleach-nirvana

Por Foca

O Bleach do Nirvana talvez seja um dos discos que mais gosto e também um dos que mais ouvi na vida. Lembro de ter tido ele em vinil quando comprei-o numa leva grunge que também tinha Pearl Jam “Ten” e o segundo e também sensacional disco do Soundgarden (aquele com uma foto clássica do Chris Cornell cabeludo na capa).

Tentar fazer uma resenha desse disco depois de tanto tempo de lançado também é um exercício de enxergar o “algo mais” depois do furacão de sucesso do trio. E sim, toda a fúria daquele Nirvana que estava por vir com Nevermind já estava ali em 89. 13 músicas gravadas com 600 dólares pelo então desconhecido produtor Jack Endino, lançado pela gravadora fundo de quintal SubPop.

Uma das primeiras coisas que me chamam atenção no som de Bleach hoje é a maneira como o baixo manda nas bases das músicas. Todo o peso e potência sonora de Bleach vem da pulsação dos graves. A guitarra fuzz e enfurecida de Kurt completa bem o papel escondendo um pouco a bateria franzina de Chad Channing (que saiu do grupo logo depois das sessões do álbum).

O baixo é quem começa o ataque em “Blew” seguido de uma melodia uníssona de guitarra e voz caindo para um refrão matador que o mundo se acostumou a ouvir com o estouro do trio em várias das suas canções. A veia punk e experimental de Kurt como compositor se misturavam toda hora com é o caso de “Floyd The Barber”, “Sifting”, “Downer” e “Paper Cuts” (o Alice In Chains fez coisas assim alguns anos depois).  “About the Girl” é Kurt Cobain tentando soar como os Beatles o que acabou gerando uma das canções mais clássicas da sua geração. “School” é uma pedrada com a famosa guitarra fuzz no começo que hoje faz a cabeça de muita gente mundo afora.

Um detalhe legal de Bleach é que ele não tem overdubs de instrumentos. Então quando Kurt entra em solos os riffs não tem a massaroca de guitarras apoiando, o que dá uma crueza e verdade muito grande ao trabalho.

“Lovebuzz” é a única música que não é de Kurt Cobain no disco. Trata-se de um cover de uma banda obscura holandesa chamada Shocking Blue. Mais uma em que o baixo comanda a pulsação da canção. “Negative Creep” é mais uma que virou hit depois que Nirvana estourou. Urgência a serviço do rock. Os gritos que Kurt dá nessa música doem na minha garganta só de ouvir.

Antes da reedição via Geffen, “Bleach” do Nirvana tinha vendido 6.000 cópias. Bom número para uma banda indie desconhecida. Claro, muito longe dos 4 milhões de álbuns que o trio vendeu depois do sucesso de Nevermind, fazendo justiça ao excelente trabalho de estréia de uma das formações mais lendárias do rock mundial em todos os tempos.

NIRVANA – ABOUT A GIRL (Hollywood Rock – Brasil)
[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=qUhgWL–Pig]

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4 Comments

  1. A título de curiosidade, Blew foi afinada errada por Chris. Na hora de gravar, ele afinou meio tom abaixo (gravou a corda “e” em “c”, se não me engano) do que deveria ser, e o disco já é em “B” hehehehe! O disco é foda, as canções do Blech são fodas, o Nirvana era foda. Indiscutível como a criatividade, de Kurt e do grupo se destacam nas suas canções. Negative Creep é foda hehehehe!

  2. Um dos discos da minha vida.Fenomenal, bem cru, um excelente trabalho que so custou 600 dolares, um tapa na cara de artistas que torram milhoes pra fazer discos merdas.

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