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RESENHA DE DISCO (MEMÓRIA) – JEFF BUCLEY

JEFF BUCKLEY – GRACE
Como um artista pode lançar apenas um álbum em toda a sua carreira e ainda hoje, quase 10 anos após sua morte, ainda ser reverenciado com um dos maiores talentos que a música já produziu? Filho do cantor folk Tim Buckley, desde cedo Jeff sempre esteve em contato com música ouvindo todos os tipos de gêneros musicais, de rock sententista s cantoras clássicas européias, no que mais tarde viria a ser uma tônica das suas apresentações: o total desprendimento aos formatos musicais e sua versatilidade nas mais variadas vertentes da música.

Em 1995, depois de ter trabalhado com vários artistas de renome underground, começou a produzir o seu primeiro e único álbum: GRACE. Com a produção de Andy Wallace, o álbum é um bálsamo para os ouvidos, lançado em uma época que a música chamada “alternativa” dava as cartas, o disco começava com a épica “mojo pin” onde de cara já mostrava todo o seu alcance vocal e a construção de harmonias intricadas para dar um efeito final surpreendente, a seguinte música leva o nome do álbum “Grace” e é daquelas músicas que crescem a cada audição, com um trabalho de guitarras espetacular, depois de duas músicas mais pesadas chega a hora de “last goodbye” uma das canções mais bonitas e tristes de toda história da música, vale a pena mencionar o peso de “Eternal Life” e a rendição de uma música do ícone Leonard Cohen “Hallelujah”, em meio a um disco perfeito nas suas dez músicas.

Poderia tratar do disco faixa a faixa, mas o mais importante é destacar a incomparável qualidade de JEFF BUCKLEY e o seu legado. Depois de ter lançado o seu álbum de estréia e ter feito uma turnê devastadora por toda Europa, ele voltou aos E.U.A. para compor e desenvolver o que viria a ser seu próximo disco, mas depois de semanas desaparecido seu corpo foi encontrado no lendário rio Mississipi, a causa mortis foi afogamento, mas encontraram uma quantidade gigantesca de álcool no seu sangue, o que leva a crer que Jeff teve a mesma trajetória do seu pai e cometeu suicido.

Nos últimos anos a mãe de JEFF BUCKLEY liberou para divulgação e comercialização os shows que foram realizados em 1996 por toda a Europa, na divulgação do disco GRACE , entre os discos lançados um dos registros mais emocionantes é o “LIVE AT OLYMPIA” gravado perante uma extasiada platéia de parisienses, onde a força crua e a emoção nas interpretações alcançam níveis espetaculares, no seu repertório se misturam música indiana, grunge, MC5, Edith Piaff e algumas canções do “GRACE” tornando o show uma surpresa inesquecível. Se você tiver a oportunidade de ver algum álbum de JEFF BUCKLEY por aí, compre três, um pra sua coleção, um pra sua namorada e outro pro seu melhor amigo, e apresente a eles o que de melhor aconteceu nos anos noventa.

Por Júlio Cortez

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