Segunda Noite: Festival DoSol
Por Renata Marques (Natal/RN)
Especial à Imprensa EC
A programação da segunda noite do Festival DoSol mostrou a simplicidade e o peso das guitarras destorcidas, baixo e bateria – um rock puro e seco!. A noite mais Indie do Festival começou a tardinha com três bandas locais no palco Do Sol Rock Bar: Distro, Drunk Driver e Doris. E parece que não empolgou muito o público potiguar, que só veio começar a aparecer mesmo lá pelas dez horas da noite, mas muito timidamente.
No cair da noite, a movimentação dos palcos maiores teve início com Deadfunnydays (RN), que lançou no festival, pelo Lado[R], o split com os baianos do A Sangue Frio, distribuído pelo selo Estopim (BA): “Procuramos encontrar outra maré no mercado. Fizemos 200 tiragens e estamos distribuindo para a galera e os amigos que ainda curtem vinil, fita e tal”, conta o guitarrista da banda, Dimetrius Ferreira.
Depois foi a vez do 2Fuzz (CE) e Carfax (PE) subirem ao palco seguidos pelo Los Canos (BA) e Bugs (RN). O público pequeno estava um tanto disperso. Mas quando a vivacidade do rock com influëncia jamaicanas e a boa performance dos músicos do Bois de Gerião (DF) mostraram a cara, a galera chegou junto. Trabalhando com a divulgação do segundo CD “Nunca mais monotonia”, a próxima parada do grupo é no Festival do Laboratório Pop, no Rio de Janeiro. “Nos festivais de rock encontramos um público direcionado. Embora seja pequeno, quem tá ali sabe o que quer ouvir. Outro bom aspecto é os contatos que conseguimos fazer com as bandas de outros locais, sempre rola novos convites”, conta o trompetista Gus.
Internet e gráfico sonoro
Do outro lado do Rio Grande diretamente para os palcos do DoSol – coincidentemente para comemorar o aniversário de 13 anos de estrada: a banda Walverdes (RS). Já com o quarto CD (“Playback”) em mãos, a banda está participando de diversos festivais divulgando o trabalho. E sobre essa trajetória, o vocalista da banda, Gustavo Mini, comenta: “O caminho que trilhamos é o comum das bandas independentes: precisamos de uma boa dose de paciência! (risos) Durante esse anos já passamos por várias fases do ‘boom’ ao ostracismo. Percebo que depois da Internet tudo está melhorando, as pessoas começaram a fazer mais contato, mais festivais estão sendo criados e saindo dos pólos, dos eixos… isso significa mais lugares para tocar, é muito bom!”
Na seqüência da programação, o que chamo de ‘um gráfico sonoro’ de altos e baixos mostrando que alguma bandas do rock potiguar destoam do que está sendo produzido pelo Brasil afora. No gráfico: sobe o bom rock anos 60 do Revolver (RN), desce com o Memória Rom (RN), sobe no MQN (GO) com uma boa pegada, desce o ‘conjunto’ Zero8quatro (RN), sobe o surf-rock acelerado Autoramas (RJ). E a segunda noite do DoSol, fecha em alta, com o show do Forgotten Boys (SP).
Selos, fanzines e vanguarda
Além de música, quem foi ao festival também pôde conferir os stands de alguns selos, comprar camisetas e bottons e dar uma sacada numa mostra de fanzines com mais de 150 edições do Brasil e do mundo, organizada pelo pessoal do Lado[R]. Aproveitando a deixa, eles aproveitaram para lançar o zine nº4, recheado de quadrinhos.
Os selos Mudernage Diskos (RN), Xubba Music (RN), Do Sol (RN) e Monstro Discos (GO) também participaram do feira disponibilizando o material da maioria das bandas que participaram do festival. “Um festival é um espaço pra se trocar informações sobre o independente. As palestras do Pensando Música (evento que fez parte da programação do festival), por exemplo, é uma ótima iniciativa porque trata de assuntos inerentes a quem está envolvido com a cena, não tem como fugir.
As conversas, as trocas de experiência com pessoas de vanguarda ajudam a traçar os caminhos o trabalho de quem está começando agora como a Xubba”, conta Artur Araújo, um dos diretores do selo.
Logo logo entra no ar a cobertura completa também do terceirto dia de festival DoSol, enquanto isso para conhecer outras resenhas do mesmo festival: