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REPERCUSSÃO FESTIVAL DOSOL – DYNAMITE PRIMEIRO DIA

Ontem, sexta dia 4 de agosto, começou a edição 2006 do festival DoSol. Tendo o DoSol Rock Bar como base e um grande backstage confraternizador, o festival rola até domingo na rua Chile, no bairro da Ribeira, na zona histórica e portuário de Natal/RN.
No início a chuva ameaçou estragar o evento, mas parou na ameaça. A tônica do primeiro dia foram bandas com acento pop e que investem na mistura. No final, cerca de 2000 pessoas puderam ver bons shows e uma boa amostra da música independente local e de Pernambuco, com direito a invasão paulistana, via Ludov.

Saiba como foram os shows e conheça um pouco mais sobre as bandas:

21:45 – POETAS ELÉTRICOS (RN)
Declamando poesias sobre bases pré-gravadas, projeções e guitarras, o grupo performático local parece egresso da vanguarda paulistana dos anos 80 e faria muito sucesso no circuitos dos SESCs. O som é interessantíssimo, mas o público ainda pequeno ficou com cara de ‘o que é isso?’.

22:15 – SIMONA TALMA (RN)
Cantando muito, Simona tem um paralelo com o trabalho de divas como Maria Rita e Marisa Monte e algo de transgressor como Elis Regina: MPB com toques de jazz, blues e rock. Tem potencial para o grande público mainstream.

22:50 – PARAFUSA (PE)
O grupo pernambucano tem um som calcado nos anos 70 com alguma influência de MPB, lembrando vagamente o Gram, principalmente nos vocais. Com alguns problemas técnicos, fez um show regular, apesar das boas músicas.

23:25 – MAD DOGS (RN)
Cantando em inglês e com dois álbuns, eles têm uma sonoridade próxima do britpop e fizeram um show redondo e profissional. Foram os primeiros a agitar o público, encerrando o set com um divertido blues em português regado à cerveja.

00:05 – SEU ZÉ (RN)
Ovacionados pelo público, que cantava alguns dos seus refrões, o Seu Zé faz um mix de rock, blues e MPB, com algumas pinceladas de regionalismo. Pronto para vôos maiores na cena independente brazuca.

00:45 – BONSUCESSO SAMBA CLUBE (PE)
Apesar do nome, a banda de Olinda faz um coquetel democrático de ritmos como samba, reggae, samba rock, mangue beat e música regional. Com um alto astral, o show correu solto, ganhando o público aos poucos.

01:25 – DU SOLTO (RN)
Eles fazem um mix de música eletrônica e regional, com DJ e computadores, lado a lado com baixo, guitarra e bateria. Com forte acento de reggae e dub, as colagens deles são muito bem sacadas e de alto nível. Um dos melhores da noite.

01:55 – EXPERIÊNCIA ÁPYUS (RN)
Com um instrumental de primeira e arranjos muito bem feitos, o grupo potiguar faz um pop rock suingado e balançado, com fartas doses de MPB. Impressionou pela coesão e boas músicas.

02:25 – LUDOV (SP)
É impressionante a quantidade de fãs que cantam todas as suas músicas pelo Brasil afora. E em Natal não foi diferente para o Ludov. Tanto que muitos forma embora após eles. Típico show que já entra ganho e faz com que a banda possa até ousar tocando uma bela canção inédita: “Ciência”.

03:20 – MUNDO LIVRE S/A (PE)
Já escrevi uma vez como é impressionante o nível musical atingido pelo Mundo Livre S/A. A citação de “London Calling” (The Clash) com “Mangue Beat” logo na abertura é emblemática e mostra que o som dos manguezais pernambucanos, acima de significar renovação, já se tornou referência. Um show de qualidade irrepreensível.

O festival continua hoje, tendo como atrações principais o Forgotten Boys e o Autoramas.

O jornalista André “Pomba” Cagni viajou a convite da organização do festival.

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