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NAMORENA NEWS – OLHO NO OLHO

Hoje é segunda, 03 de abril de 2023, nove e meia da noite, e estou escrevendo diretamente da Sede Cultural DoSol. No meu escritório vaza um pouco do som da sala de show e eu consigo até curtir as músicas enquanto escrevo. Na sala, está tocando o Lupe de Lupe há quase 90 minutos. Eles tinham dito que o show normalmente tem 2 horas, mas como era uma segunda, iam tocar só 90 minutos. Pelo jeito vai ser mais.

A sala de show da Sede Cultural DoSol é uma espécie de estúdio, com um palquinho de 30cm de altura, luz amarela fixa e uma acústica pensada pra promover a melhor experiência que um fã de música pode ter: ver seu artista preferido, de forma intimista com um som nítido, puncheado e gostoso ao mesmo tempo. A banda lotou a sala, onde cabem 60 pessoas. Juventude cantando a plenos pulmões praticamente todas as músicas, é revigorante ver como a roda gira e o público se renova. Quem pagou quarenta reais para estar aqui numa segunda, certamente é fã e está tendo um show pra não esquecer. Agora, a plateia grita “Yves! Yves! Yves!” que é o técnico de som da sala e do estúdio DoSol. O som tá muito bom, eu também agradeceria. 

Os projetos, as casas de shows, as bandas são um retrato fiel das pessoas que as idealizam. Eu pelo menos acho. E a sala da Sede DoSol é meu tipo de lugar, simples mas com excelência no que importa, o som e a experiência pessoalizada. Sem tela, nem firula, sem efeito, só a música ao vivo, o artista e o fã em sintonia. As bandas, inclusive, ficam no começo do show bem intimidadas com o formato. Talvez por vivermos nesse mundo digital e influencer, cheio de barreiras com palcos imensos e distantes, seja difícil encarar um olho no olho com o público tão perto. Mas isso passa depois da primeira música, e o pertencimento entre os dois lados é catártico.

Falei do Lupe de Lupe, que já vai com 1h40 de show e eu vou já lá dizer que tá bom, afinal show na sede só vai até 22h, mas isso aconteceu em absolutamente todos os shows que tivemos desde que abrimos em dezembro. Seu Pereira, General Junkie, Sugar Kane, Clara Luz, Cidade Dormitório, Teago Oliveira, Hateen, SeuZé, tudo lotado, noites lindas e com shows que quem vivenciou não vai esquecer. A agenda segue com uma demanda que até surpreendeu, com muitos artistas preferindo fazer uma temporada de shows pra 60 pessoas, numa condição confortável e excelente, do que apenas um show pra 300 pessoas em lugares onde o custo de estrutura e a experiência não são as ideais. Eu acho isso inteligente e extremamente louvável. Zimbra fechou 4 sessões, Castelo Branco tá na segunda e Rodrigo Alarcon na terceira. Tem muito artista da cidade ocupando a sala também, como os próximos shows com Lis Rosa, Dudu Taufic, Luan Bates, e no dia 21 de abril vamos fazer o #nossasbandasday. Vai ter show do Equilibristas do Mundo Torto, de Fortunato e os Jovens de Ontem e do Camarones Orquestra Guitarrística. Será gratuito com retirada de ingressos, teremos aquele bar minimalista de sempre, um choripan delícia e finalmente vou estar do outro lado, nesse palco que tanto nos alegra termos construído.

Depois de 22 anos de trabalho ininterrupto com música, cultura e arte, a gente finalmente ter uma sede, com os nossos escritórios, com um jardim com um abacateiro, uma sala de show e a filosofia, a mesmíssima filosofia de quando começamos, me faz começar a sentir a ficha caindo de uma baita realização. Mas ó, é completamente sem romantismo, tá? Eu leio meus textos e não gosto muito de publicá-los porque tem um tom meio auto ajuda (risos), mas não é nada disso. Nada nesse mundo de agente, produtor, artista e ativista cultural é garantido. Não é fácil empreender com música, se manter ativo e relevante, acolher e renovar as pessoas com quem trabalhamos, os projetos que fazemos, sair da zona de conforto e buscar novos caminhos. É exaustivo, todo ano é um recomeço, mas a sorte é que a gente AMA e procura acertar mais do que errar, mesmo sabendo que o erro faz parte. Olha os papos de novo… (risos).

Outra coisa que a gente ama também é circular com banda e desbravar novas rotas. Inclusive, vamos retomar essa atividade em breve. Mas isso é assunto pra um outro post.

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