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MATÉRIA ESPECIAL: EDY, O HOMEM MÚSICA (POR JEZUÍNO ANDRÉ)

Por Jezuíno André (PB)

Edy, o Homem-Música.

Falar sobre a música pop paraibana é obrigatório falar de Edmundo Gonzaga Nascimento. Caso raro de talento musical, Edy é guitarrista, baixista, compositor, produtor e ainda jornalista. Nos últimos quinze anos, com sua versatilidade artística, tem participado dos momentos mais significantes com as melhores produções feitas nesses tempos. De espírito cosmopolita já rodou o país todo e chegou até a morar na Nova Zelândia.

Curiosamente seu interesse pela música teve inicio bem distante de João Pessoa, no qual revela: “Comecei a tocar quando ainda morava em Fortaleza e cursava ensino médio. Tony Cochrane, um amigo da época, dono de uma loja de sons alternativos/punk/metal me mostrou muitos dos sons que me fizeram começar a ter vontade de tocar.

Vestido de uma singular modéstia, já participou e colaborou para um monte de bandas e artistas, sempre deixando sua caracteristica como músico e compositor. “Já passei por muitas, muitas bandas mesmo ! Bandas de garagem, bandas que duraram pouco. Vou citar algumas da fase em que, digamos, as coisa começaram a ficar mais sérias mais consistente:

Rotten Flies (H.C.) – gravei minha primeira demo – “Cultura do Ódio”

Tribo Éthnos (hip-hop) – gravei meu primeiro CD e participei do segundo CD da Tribo

Flávio Cavalcanti (rock) – Começamos a trocar em grandes festivais, gravamos um CD independente, lançamos um single pela VIRGIN RECORDS e um CD pela ABRIL MUSIC, morreu na contramão atrapalhando o tráfego.. hahaha. Acho que uma grande experiência, tivemos oportunidade de trabalhar com grandes produtores, moramos em São Paulo durante quase dois anos, gravamos em grandes estúdios. Aprendizado importante.

Eleonora Falcone(MPB) – Cantora que faz uma MPB de vanguarda, que morava no Rio de janeiro e flertava com bossa, ritmos regionais e música eletrônica. Riquíssimo musicalmente. Interessante é que tínhamos um Cello na banda.

Zeferina Bomba(NOISECORECOCOGROOVEENVENENADO) – época divertida, muito divertida. MADA, Festival Ruído, em Fortaleza, gravação com Miranda no Fábrica Estúdios. Divertido, muito divertido, infelizmente, não pude ir com eles pra São Paulo em função de compromissos profissionais em João Pessoa. Eles estão muito bem com o Martin, gente boa.

Star 61(GLITTER ROCK) – Se o Zeferina já era divertido, o Star era o triplo. Fá, o vocal é uma das pessoas mais roquenrou que eu conheço. A formação da qual fiz parte era muito louca, com Fá, Túlio(Zackarias Nepomuceno) e Walter (Aleph – banda de metal). Foi com eles que toquei pela primeira vez em eventos no mesmo dia que bandas internacionais tocaram – no ABRIL PRO ROCK com o PLACEBO e CLARO Q É ROCK em São Paulo, com Iggy Pop e Stooges, Sonic Youth, Flaming Lips, outros. Divertido demais, é isso.

Chico Corrêa & Electronic band (ELETRÔNICO)– Experiência marcante de fusão de rock, música regional com música eletrônica. Viajamos bastante pelo país. Experiência muito rica musicalmente. Gravamos um CD, que atualmente, está sendo bem recebido no Japão e Europa. Esmeraldo, identidade real do Chico Corrêa, é uma pessoa fantástica.”

Quando o assunto é musica e suas implicâncias, discorre com inteligência nas suas opiniões, sendo bem centrado em seus argumentos, com isso é sempre requisitado em qualquer atividade que envolva o meio; agora recente esteve trabalhando na produção do festival Aumenta Que é Rock. Aproveitamos para fazer um pequena entrevista, onde ele revela:

O que significa Música pra voce? porque fazer Música?
“Música é de onde tiro oxigênio. Música, para mim, nem é uma escolha, é uma imposição, tá no meu cotidiano. É nisso que penso e ouço o dia todo, como uma trilha sonora cotidiana. Estou sempre cantando, ouvindo ou batucando alguma coisa.”

Como você avalia a atual música pop e rock na Paraíba?
“Sem dúvida, cresceu. Antes conhecíamos quase todos os nomes, as bandas, as pessoas do circuito. Hoje não acontece mais isso, recentemente andamos catando bandas pra colocar nos palcos e acabamos descobrindo muita coisa boa, que sequer tinha saído das garagens. São jovens com informação e capacidade, mas que, muitas vezes, se limitam a montar sua banda e se ater aos domínios da internet, colocando o som que eles mesmos produzem em casa com os amigos e colocam para download e audição em sites de hospedagem de MP3. Interessante que comprovamos que algumas dessas bandas funcionam ao vivo, digo, no palco, e outras não, permanecem impressionando somente virtualmente. Mas percebo que os sons hoje são bem mas trabalhados e com influências bem mais diversas do que tínhamos anteriormente. Sinto falta, apenas, de vê-los nos palcos. Estamos tentando resgatá-los.”

Pirataria, internet, mp3, estamos no final de uma era e começo de outra?
“Essa nova fase já começou, o que ainda não se concretizou é a parte comercial da coisa, essa, acredito, ainda leva um tempo. Mas muitas bandas já tem tirado proveito dessa nova fase, digamos, democrática da rede. Esta mais fácil para divulgar e para manter contato direto com o público. Quem vai ter que se adaptar agora, são as gravadoras e todos esses “esquemas” de divulgação, criados pelas majors e do qual se tornaram escravos. Enfim, prefiro essa situação meio anárquica de hoje.”

No seu universo musical o que tem ouvido de interessante.
“Ouço tudo ao mesmo tempo. Tenho por hábito pegar sons de amigos próximos que tem gosto em comum e baixar outras coisas. Curiosamente ando ouvindo muitos sons antigos, algumas raridades baixadas de blogs de música nacional (Joelho de Porco, trilha sonora do orfeu negro(1958), Dom um Romão e outros) e bandas muito recentes baixadas de sites gringos (The Shins, 1990s, Ingenting, The Noisetes, Jucifer, outros). Bandas da região que gosto de ouvir ? Vamoz !, Bugs, Bonnies, Cabeça Chata, Honkers, Scary Monster, pô, um monte! Ficaria horas listando, ouço música o dia todo, o tempo todo.”

No momento quais são seus projetos sonoros?
“Sempre fui de tocar em várias bandas ao mesmo tempo. No momento, minha banda principal é o LA GAMBIAJA, banda que mistura muitas tendências de rock, música brasileira e música com groove!. Tenho um projeto de punk rock old school com os caras do Rotten Flies chamado CELERADOS. Continuo com o projeto MADALENA MOOG, do meu amigo Patativa que vive na ponte aérea, Porto Alegre – João Pessoa. Toco numa banda chamada ENQUANTO ISSO, que entrei há pouco tempo e tem influências de rock nacional oitentista. O MUSA JUNKIE está de stand by, já que um dos integrantes está morando fora do país. Acho que é só.. hehehehe”

 

PS: Notícia de última hora do site. Edy agora é atual baixista da Cabruêra se preparar ára uma tour internacional com os caras.


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