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MARCOS BRAGATTO (RJ): LOBÃO ANALISA REVISTA OUTRA COISA E CARREIRA

Na edição de aniversário da Revista Outracoisa, criada por ele, Lobão faz um balanço geral da publicação, apontando saídas para o mercado fonográfico e avaliando também sua nova fase, depois de ter lançado um disco acústico por uma grande gravadora. Publicado na edição 23 da Revista Outracoisa, de fevereiro de 2008. Fotos: Marcos Hermes / Divulgação Sony-BMG.

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Lobão fecha o rosto para a foto de divulgação do acústico: “Se eu não fizesse o acústico agora, também tava morto, porque eu não conseguia mais fazer show”

Quando se viu excluído do mercado musical brasileiro por não concordar com certos preceitos, Lobão sacou um coelho da cartola e decidiu lançar seu novo disco encartado numa revista, em bancas de jornal. O sucesso de “A vida é doce” (1999), que vendeu 97 mil cópias, levou o músico a criar esta Outracoisa, que, com quatro anos de vida, coleciona os melhores lançamentos da música independente nacional desse período. Resgatado ao mercadão pela Sony-BMG, gravou, no ano passado, um polêmico “Acústico MTV” e foi ideologicamente patrulhado e cobrado por todos, mas conseguiu seus objetivos: deixar de ser “um fantasma” e recolher seu acervo completo, que agora deve ser lançado numa caixa comemorativa. De quebra, ainda faturou um Grammy Latino de “melhor àlbum de rock brasileiro”, e isso com um disco acústico. Num exercício de auto-indulgência, deixamos de lado o pudor para saber de Lobão qual é a avaliação que ele faz do nosso trabalho, e o que ele espera do futuro de um veículo único (revista + CD), que em tempos de internet encara uma dura e desleal concorrência. Mas quando o papo é com o Lobão, o assunto vaza para todos os lados, e sobrou até para os “independentes franciscanos“, a geração 80 e a mpb. Com a palavra, o chefe.

Como você vê a Outracoisa hoje?

É uma revista que tem uma longevidade improvável, eu nunca imaginei que ela ia chegar aos quatro anos. A nata da nata da música independente quer sair na revista, e isso é o nosso combustível, dá muito orgulho. Vamos ter vários desdobramentos, como fazer um festival próprio, uma semana de música independente, é uma idéia que tá amadurecendo, a gente vai chegar lá.

Que avaliação você faz desses quatro anos?

Lançamos 22 discos que foram muito importantes, pessoas que adquiriram um vulto na carreira, como o Mombojó, Cachorro Grande, BNegão, Arnaldo Baptista, que foi a mola propulsora para a reunião dos Mutantes, o meu disco (“Canções dentro da noite escura”), que eu considero o melhor disco que eu já fiz. O Instituto, o Cascadura, o Vanguart… São bandas que estão na boca da nata da nata da parada, é exatamente isso que a gente imaginava. É um sucesso de respeitabilidade, credibilidade, de a gente ser o veículo que tem maior sensibilidade para as coisas novas, acho isso considerável para a nossa história.

A revista veio na seqüência do sucesso do lançamento do “A vida é doce” nas bancas…

Ela veio dar uma carteirada. A rapaziada da música independente aqui do Rio me chamou e disse: nós queremos esse modelo pra gente. Eu tava era tentando me virar, tanto é que hoje em dia, quando dizem que eu abandonei o movimento, eu digo: eu não abandonei o movimento, eu sou o movimento, eu tô fazendo em benefício próprio, sempre falei isso. E se eu posso, dentro desse benefício, expandir isso generosamente para todos os lados, é o que eu tô fazendo. Eu nunca pensei em ser o Zorro, o benemérito, apesar de estar sendo, mas isso não é uma obrigação. Eu tô satisfeito que isso possa gerar algo e que as pessoas estão verificando que a coisa só tende a fortalecer. O grande trunfo da revista é a qualidade artística de toda essa rapaziada. Senão não teríamos condições de apresentar uma novidade, um CD de um artista novo encartado numa revista que tem um editorial legal, um formato inédito, no meio dessa crise de mercado.

Você acha que hoje, quatro anos depois, ainda é viável o produto revista + CD?

Eu vou falar uma coisa muito temerária, mas acho que as pessoas vão se fartar de ouvir mp3. Na verdade não se ouve mp3, eu vejo a maioria das pessoas ouvindo i-pod nos aviões, andado pela rua, falando com outras pessoas sem tirar o fone do ouvido. Isso não é ouvir música, isso é um fundo musical. Não tem o ato ritualístico de ouvir música. É como a válvula. Em 89, em Los Angeles, quando eu tava lá, eu queria um amplificador à válvula e tinham que pegar a válvula no estoque, porque não se fabricava mais. Hoje é impossível conceber um amplificador que não seja à válvula. Eu acho que vai voltar o vinil, porque os audiófilos não tão a fim de mp3. A virada vai ser a coisa inversa, o álbum vai virar um artigo de luxo, vai ser muito caro e neguinho vai comprar. As pessoas vão verificar que a única maneira de combater a pirataria é transformar o disco em vinil, que não é possível piratear.

Nem fazer, a última fábrica fechou…

Assim como fecharam as fábricas de válvula, mas agora elas reabriram, tudo que tinha saído de linha voltou. Nós não vamos abdicar da conquista da cultura de ouvir som de qualidade. Então o mp3 vai virar uma grande vitrine, pra ouvir, avaliar e comprar o disco. Melhor do que na época da gente, que comprava o disco importado, lacrado, às escuras. A solução é adotar o vinil, e neguinho vai querer comprar, tem a capona, é uma tendência a mudar. Vulgarizou-se muito a atividade de artista propriamente dita, todo mundo é artista e lança disco. É evidente que pela seleção natural vai ter o verdadeiro artista, e pra isso acontecer vai ter um formato para privilegiar uma carreira.

Todo mundo pode fazer tudo hoje…

É democrático, mas fica tudo nivelado por baixo. Nós estamos no meio de um deslumbramento de armazenamento, a tecnologia aumentou a quantidade de armazenamento, mas o processamento sonoro piorou. A única forma de voltar ao processamento sonoro bom, é voltar aos materiais que são bons para o processamento sonoro. Acho muito difícil a manifestação musical se perder do jeito que está, é uma transição. A indústria fonográfica colaborou muito para que isso tivesse acontecido, a gente vem falando disso desde 97, que ia acabar, e diziam que eu tava maluco.

Foi uma sacação legal colocar o CD pra vender junto com revista, mas isso foi há quatro anos, o mercado mudou e não vende como antes…

Não vende como antes, mas ao mesmo tempo a revista tem um atrativo diferente, porque tem valor agregado. Ela é um material diferente, mesmo porque ela, junto com o CD, é mais barato do que o CD separado, então ela tem um trunfo, é diferente porque justamente agrega um valor que o CD deveria agregar. O que o Radiohead tá tentando fazer é agregar valor, botar vinil, informação, videoclipe, um box cheio de gueri-gueri ultrafaturado.

Como você vê o futuro da revista?

Eu acho que nós temos como marca registrada o pioneirismo e a criatividade. Eu sugeri linkar a gravadora com a revista, para ela ser um laboratório da gravadora. Nós somos especializados em uma coisa que foi atrofiada nas gravadoras, o caçador de talentos. Isso hoje é uma figura decorativa, a pessoa que menos sabe do que está rolando no mundo é o cara que tá dentro das gravadoras. Antigamente esse cara tocava numa banda, era um artista, tinha uma ligação com música de alguma maneira. Agora você não sabe de onde essas pessoas surgem. E nós estamos hipertrofiados, a gente é a antena do que é novo no Brasil.

Como seria essa parceria?

Testar e vê se tá dando certo. Tá dando recall? Contrata. Como aconteceu, de uma forma ou de outra, com o Cachorro Grande. Queremos colocar no mainstream, mas a gente precisa de um mainstream forte. Não é renegar o mainstream, é povoá-lo com coisa boa. E não essa coisa xiita e excludente de dizer “eu não vou sujar as minhas mãos nessa podridão”. Isso é o fim, porque outro cara faz cagada o resto da vida, sem ninguém para interferir. No Brasil as pessoas se tornaram franciscanas no meio independente: “não, não vou ganhar dinheiro”. Dinheiro é fundamental para ter qualidade, ter um puta show, não pode deixar de influenciar a coletividade, ser a trilha sonora da adolescência de certas pessoas. Você não pode ficar à margem da produção cultural, isso é dar armas para o nosso inimigo. A família do Jimi Hendrix fatura milhões, mas imagina se a gente tivesse um cara como o Hendrix à parte? É isso que tá acontecendo. A gente tem que ter jogo de cintura, senão vira um alvo fixo para o nosso inimigo, eles sabem quais são as nossas limitações porque elas são impostas por nós mesmos.

Qual dos discos você mais gostou?

O disco do Arnaldo Baptista foi um deleite. Eu tô com o Arnaldo desde quando ele caiu, a gente tava numa banda, eu, ele e o Arnaldo Brandão. Eu tentei o suicídio, ele me salvou e tentou o suicídio. Estávamos os três ensaiando, eu tomei um monte de comprimido e caí duro, e aí o Brandão foi pegar o filho na escola, e o Baptista falou: se isso aconteceu contigo também poderia acontecer comigo! Ele telefonou, chamou a ambulância, e entrou um estado de loucura. Foi para São Paulo num estado louco, foi pego, entrou no manicômio e se jogou logo em seguida. Eu me recuperei em três meses, passei um mês na CTI. Eu tomei barbitúricos, umas três caixas de Rivotril e um litro de álcool Pring.

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Mesmo sendo o vencerdor do Grammy Laino para “melhor disco de rock”, o acústico não vendeu mais de 30 mil cópias

Bons tempos…

Nesse momento o Arnaldo ficou linkado comigo, porque quando ele tava fodido, em 89, eu gravei uma música dele, ”Sexy sua”, que dava credibilidade para que ele tivesse chances. Eu sempre amei os Mutantes, toquei com todos eles, cada um numa situação, e tenho muito orgulho de saber que o Arnaldo é parte integrante da minha vida e que um salvou o outro. E a Mojo elegeu esse disco (“Let it bed”) como um dos dez melhores de mpb de 2004.

O “A vida é doce” vendeu 97 mil cópias. Você teve sucesso nesse projeto e agora voltou ao processo tradicional de lançar por uma grande gravadora. Qual é o melhor?

Naquele momento ou eu lançava o CD na revista ou eu tava morto. Não tinha como lançar. Por isso que eu tinha ódio do acústico, porque ou você lançava o acústico ou tava fodido. Eu tinha material novo e queria lançar o meu disco. Agora te digo, se eu não fizesse o acústico agora, também tava morto, porque eu não conseguia mais fazer show. O pessoal do mainstream achava que eu já não existia mais. E eu sou um cara mainstream, nunca neguei, só que fui ejetado dele. E apareceu a gravadora que tem todo o meu acervo, então a manobra é recolher meu acervo, porque eu tava brigando judicialmente para tê-lo. Isso ia se resolver em dez anos, mas eu não tenho tempo. Um outro staff entrou, me procurou, e me propôs uma coisa que era muito importante fazer. Tanto é que a gente ganhou um Grammy. Agora, depois do calor de todas as especulações, as pessoas podem perceber que eu fiz um puta disco, que eu não teria condição de fazer no independente porque custou os olhos da cara. Eu fiz com o intuito de arquivar o meu material, porque eu tava como um fantasma desde 1991, sem ter um original. Agora tenho a possibilidade de fazer uma caixa de luxo com todo os meus 14 discos.

Como vai ser essa caixa?

Eu já devia estar mexendo no material desde julho. Quero pegar uns out takes, eu tenho técnico de som que gravou toda a turnê do “Vida bandida”, direto da mesa. Temos um disco apócrifo, que é o “Sob o sol de Parador”. Pra se proteger do Liminha (produtor), a gente gravou em 24 canais, ficou muito melhor do que foi gravado em Los Angeles, e tem as versões originais de “Sob o sol de Parador” em espanhol, e “Bang the boing”, uma música em inglês que ele proibiu. Então eu tô a fim de ver se essas coisas não estão apagadas. O importante é ter esses discos em catálogo. Eu mereço isso, quero consolidar meu ciclo, porque vai sair “A vida é doce” remasterizado com o “Ao vivo”, “Canções dentro da noite escura”, tudo bem encartado.

O contrato prevê um disco de inéditas?

Prevê, mas eu tô muito reticente, o que me interessa mesmo é lançar a caixa. O de inéditas depende das condições, a gente vai esperar a performance da gravadora. Eu acho que temos métodos melhores, a gente já ultrapassou a capacidade de administração deles. Temos rapidez e eficiência pra lançar, e isso pesa. Eu já tô com cinco temas prontos, sem letras, tô fazendo um monte de músicas, vendo onde que eu vou praiar, porque eu tô com um excesso de informação musical, fica difícil começar. Eu tô pesquisando, aprendendo, tocando em instrumentos que eu nunca toquei, tem a geografia ergonômica da coisa, e eu tô felicíssimo, sei que o meu melhor ainda tá por vir, o que não é muito corriqueiro na vida de um cara com 50 anos.

E a turnê do Acústico?

Foram os melhores shows da minha vida, eu fico impressionado como num show acústico, com a gente sentado, as pessoas se incendeiam no meio da platéia. E ganhar um Grammy de rock, disputando com Os Mutantes, Capital, Fresno, NX Zero, CPM 22, todo mundo tocando guitarra e gritando, isso foi o meu maior reconhecimento.

Você se cercou de condições muito boas para gravar esse disco…

A gente aproveitou a boa vontade da gravadora, eles investiram mais de um milhão. A gente não vendeu porra nenhuma – tem que deixar bem claro isso – não vendemos mais que 30 mil cópias entre CDs e DVDs, e a gente tem que atribuir isso à classe média baixando na internet. Não é porque CD não vende, porque a Maria Rita vendeu cem mil cópias em três semanas. O segmento de rock’n’roll é o mais prejudicado, porque a classe média baixa mais que outros segmentos. Nenhuma banda de rock nesse ano conseguiu ultrapassar as 30 mil cópias. Isso é uma coisa pra se pensar, a gente tá perdendo o fio da história. E se não for o rock’n’roll, o Brasil morre. A única salvação para o Brasil é se tornar um pouco mais paudurescente, e a paudurescência tá no rock’n’roll. Não vai ser na brejeirice paumolescente da mpb. A mpb pensa em todas as doenças, é o embevecimento com o pobre, a terraplanagem geral, pró ladrão, pró pobreza, pró todos serem comunistas, pró feriado, pró carnaval. Tudo que é o cancro no Brasil a mpb subscreve.

E o rock?

É a voz da rebeldia, o anti-estabilishment, a gente tem que ser mais duro, tem que ter mais potência, tem que sair pra rua pra reclamar, quem faz isso é o rock. E o rock é uma cultura contemporânea mundial, é uma apropriação da coletividade internacional, que não tem mais dono.

Por que o rock no Brasil não faz isso tudo que você tá falando?

Nós somos inerentemente bunda-moles porque somos brasileiros. As pessoas querem tapar o sol com a peneira com essa síndrome de dignidade intelectual. O Los Hermanos, que é o coletivo de Luiz Gonzaga Jr., era uma banda de hardcore e agora tá tocando Maria Bethânia. Isso daí é o fim pra gente, é entregar a rapadura para o filão. E nós estamos num momento altamente regionalista, a tal da volta às raízes. O Chico Buarque tá super em voga, a Maria Rita tá vendendo disco, todo mundo milimetricamente desarrumado, pra poder dizer que é da pobreza.

Isso é pior do que a mpb que tinha antes…

É pior porque é o cocô do cavalo do bandido. Se era ruim, agora é uma tentativa de emular. Vê o Lenine, é uma porcaria e as pessoas acham o máximo. Não que ele não toque bem e componha razoavelmente, mas o resultado final é entreguista. Se o rock não tomar uma consciência de virilidade… Pode parecer uma coisa machista, mas testosterona é testosterona, a gente tem ou não tem, e precisa ter, porque não tem transformação se não botar o pau na mesa.

Isso não tem a ver com essa horda de independentes “franciscanos”, como você falou, que não bota o pé na porta quando deveria botar?

Tem a ver, porque a música independente lá fora não tem esse perfil. O cara é independente e quer assinar um contrato grande. A contemporaneidade, o presidente bossa nova, o Juscelino, o PT voltou a isso. Quem abriu a TV Brasil foi a Maria Rita. As pessoas são xiitas, partidárias, facistóides, fãs do Ariano Suassuna, que é um cancro para a nossa cultura. Ele escreve bem pra caralho, mas o que ele fala é uma burrice, ele é avesso ao computador, a tudo o que é de fora. Nada mais jeca do que rechaçar o que é de fora. A nova geração da mpb é uma sombra pálida do que foi a outra, porque não tem revolução, não tem rebeldia. É o filho do fulano, é o filho do beltrano, virou uma capitania hereditária. E eles vêm com ares de salvadores da cultura nacional, esse é o grande retrocesso. Se houve alguma coisa de positivo nos anos 80, que eu sempre critiquei, foi justamente a ruptura. Mas a gente nunca se estabeleceu. Essa coisa de copiar o The Police, copiar o U2, nos deu uma fragilizada, tanto que o Police veio ao Brasil, o Paralamas foi fazer a abertura e o Sting contratou um cara de choro pra ficar tocando enquanto o Paralamas tava no palco. Quer um desrespeito maior do que esse?

E a história do “Peidei?”

Um amigo meu, o Zé Maria, tava conversando com a gente na véspera de eu ir para Brasília fazer divulgação. Ele disse “ao invés do Cansei, vou falar peidei. Que tal peidei, mas não fui eu?” E eu falei: faz uma camiseta disso que eu vou levar amanhã pra Brasília. Aí fui na TV Senado – o programa nunca foi ao ar -, mas vazou que eu fui lá, saiu na coluna do Joaquim Ferreira dos Santos (d’O Globo), o Jô Soares quis, estourou na internet, virou hit. Eu fiz a música, escolhi a dedo, peguei a prosódia do Chico Buarque, porque eu conheço toda a obra do Chico, eu toco toda a obra de Villa-lobos, João Pernambuco, sei a obra brasileira violonística praticamente toda. Então ninguém pode me taxar de preconceituoso, porque eu sei o que eu tô falando, e é muito difícil os meus antagonistas saberem tanto de mim quanto eu sei deles.

Você pretende fazer alguma coisa com isso?

Já foi o que tinha que ser, eu não quero que isso prepondere sobre a minha exposição musical, não quero me tornar uma caricatura política. Era pra neguinho sair na rua, mas tá todo mundo na internet batendo punheta. Na hora do asfalto ninguém faz porra nenhuma. Eu sou a bucha de canhão eternamente, e queria ver as pessoas protestando lá no Planalto.

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Do acústico Lobão herdou muitos instruimentos novos: “Eu tô pesquisando, tocando em instrumentos que eu nunca toquei, tem a geografia ergonômica da coisa, sei que o meu melhor ainda tá por vir, o que não é muito corriqueiro na vida de um cara com 50 anos”

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5 Comments

  1. Saudades da L&C Editora, por onde a Revista OUTRACOISA saiu desde a 2ª edição (BNegão)…
    Saudades da Regina, Lisi, Cris, Adilson, Beta e o resto da turma nas tardes da Barra “viajando” na revista!

    Lobão é o que é.

  2. Meu caro Lobão, você se equivocou em colocar que a solução para o cd seria virar LP, isso é um retroceso, tem que haver uma nova maneira para combater a pirataria e a difusão da música na web, mas não voltar ao anterior!

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