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HUGO MORAIS: WARM UP FESTIVAL DOSOL – IMPRESSÕES

Sábado e domingo aconteceu na Casa da Ribeira o aquecimento do Festival DoSol. Lá o público assistiu shows, palestras e vídeos. Sempre nessa ordem.

Quem abriu a programação foi a banda local Bandini que faz um som influenciado por Joy Division. Se essa referência não lhe diz nada fique com Interpol. Linhas de baixo e bateria marcantes. E a voz de Felipe (guitarra e voz) empostada de forma que lembra a de Ian Curtis. O show foi bom, mas a banda deve fazer algo que dê uma cara própria a eles, senão podem ficar marcados como “a banda que parece com Joy Division”, ou Interpol. A palestra que veio em seguida tratou de música e tecnologia, internet inclusa, obviamente. Quem conduziu a conversa foi Bruno Nogueira. Conversa que todos nós um dia já tivemos: produção, comercialização e consumo de música, antes e hoje. O novo na história é o próprio Bruno que é mestre na área abordada. Ou seja, uma opinião consistente. Ao seu lado dando seus testemunhos estavam Matheus (PitubaR2) e Marcelo (Indiada Magneto). Eles foram selecionados por fazerem experiências com trechos de músicas deixados no site do Rumos Itaú Cultural e antes e depois da palestra mostraram elas ao público. O Indiada é um trio “normal” com o acréscimo de efeitos eletrônicos. A digestão é difícil. Mais ainda é a de Matheus que faz música com barulhos. O trabalho é mais usado em trilhas de filmes e etc. A palestra de Paulo André também foi muito boa. Ele falou sobre suas experiências a frente do AbrilProRock e das dificuldades de se tentar mudar a mentalidade do público da cidade de Recife. Ainda teve a exibição do documentário do Festival DoSol 2005 e shows de duas bandas de Recife bem distintas. A Nuda traz muita coisa de samba e o Sweet Fanny Adams traz muito de rock de garagem e rock dançante. Baixo alto e bateria rápida e as vezes compassada.

No domingo quem abriu a programação foi a a banda paraibana Sem Horas que faz um rock influenciado pela turma da década de 50 e 60. A banda é mais ou menos como a Revolver aqui de Natal. Mas as vezes as músicas soam mais pesadas do que a semelhante local. Na sequência Marlos Apyus e Caio Vitoriano deram dicas de como lidar com sites e design para a música. Caio deu toques de como desenvolver cartazes e capas de discos a partir da cara da banda. Já Marlos deu dicas de como usar a internet a favor da música. A banda cearense Et Circenses mostrou um rock bem feito, pop, que em alguns momentos pareceu com Los Hermanos. A banda seguiu para São Paulo para divulgar o CD “Homônimo”. O documentário Festival DoSol 2007 mostrou como ocorreu a edição do ano passado, feita na marra. Eduardo Pinheiro veio em seguida para mostrar o que não deve ser feito pelas bandas. Ou o que deve ser feito antes de se entrar em estúdio. Com muito bom humor e vários exemplos locais (sem citar nomes) falou das deficiências de bateristas, baixistas, guitarristas e vocalistas. Em seguida veio o documentário que fiz com Rebeca Correia, minha mulher. A sala tinha um bom público porque em seguida seria o encerramento com Seu Zé e todos puderam ver como funciona a produção local. Em breve ele estará na net para todos verem. Encerrando veio o Seu Zé com músicas novas e velhas. Instrumentos e equipamentos novos que fizeram o show sempre redondo da banda ganhar mais elementos. Aos poucos a banda vai se distanciando da imagem de rock regional e apontando para outras influências.

O ponto negativo fica, mais uma vez, para o público que deveria ter lotado o evento. De graça e com palestras, shows e vídeos. Aos que reclamam da falta de eventos e de eventos de qualidade perderam uma boa oportunidade.

Que venha o AbrilProRock.

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6 Comments

  1. achei o público bem bom hugo. Rotativo pintaram por volta de 300 pessoas por dia dentro e fora da casa que era o que a gente queria fazer, tornar o local um ponto de encontro roquístico. A primeira vez que fiz algo do tipo deu 3 pessoas e a segunda deu 20…

  2. Impressão mal feita,

    Primeiro tinha bom público sim nos dois dias, ou tu acha que tinha alguma atração grande ou perto de mainstrem? segundo que tu ficou em cima do muro demais e fez uma análise superficial, menos do bandini. O show do seu zé foi bom, mas importante é ver aqueles shows que mais pessoas ficaram dentro e prestando atenção… o indiada é uma boa banda (tem muita banda instrumental ruim com mais midia) e o nuda tocou muito mais que samba e pra mim foi uma excelente surpresa, o sweet fanny adams tu falou que a bateria tava desconpassada? achei o som comum mas bem tocado…

  3. Leitura mal feita. Não tem em lugar algum que o público foi ruim, e sim, que deveria ter lotado, bem diferente.

    A bateria do Sweet é muito boa, hora dançante, hora rápida. Descompassada propositadamente, para quebrar e dar vontade de dançar. Não achei comum.

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