Texto publicado orginalmente no site da Diginet
O Folk e o Folk Rock voltam a tona com a corda toda. Aqui poderíamos chamar esse tal aí de Rock Rural. Esquisito. Isso é o que hein? Rock tocado no meio do mato? Num chiqueiro. Menos. Segundo um, dos inúmeros, “pai dos burros”, a palavra rural vem do Latim rurale e significa “relativo ao campo ou a vida campestre”. R-e-l-a-t-i-v-o.
Bem, então o que viria a ser o rock rural? O rock que emula a vida no campo, a natureza, a paz de viver em meio ao ar puro e a tranqüilidade que só existe no mundo genuinamente rural. Mas não necessariamente a obra da banda deve ser totalmente dedicada a vida no campo. E claro que o uso de um violão em meio a guitarras, baixo e bateria cai como uma luva.
Nos esteites existem representantes do naipe de Bob Dylan, Bruce Springsteen, Crosby, Stills and Nash com ou sem Neil Young, The Byrds e mais uma pá de gente que influenciou meio mundo. No Brasil, nomes como Sá, Rodrix e Guarabyra e O Terço (foto acima), de onde saiu Flávio Venturini, ainda são os mais lembrados. Mas ainda podem ser citados Geraldo Azevedo, Lula Côrtes e Zé Ramalho. Os últimos dois pariram Paêbirú, atualmente o vinil mais caro do Brasil, avaliado em R$ 4.000,00. No caso do som dos pernambucanos também já estava presente o psicodelismo, mas isso não tira o lado rural deles.
Uma banda que estourou juntamente com Chico e Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, tendo o sucesso sido repentino, foi a Jorge Cabeleira e o Dia em que Seremos Todos Inúteis. A banda estreou com produção de Roberto Frejat misturando rock com baião e psicodelismo. Passou seis anos sem gravar e quando voltou foi com um disco que misturava tudo que há na face da terra chamado Alugam-se asas para o carnaval. Resultado: fracasso. Tocou de graça na Praça Cívica do Campus da UFRN e ninguém lembra. Podiam ter tocado os sucessos do primeiro disco, mas privilegiaram o recém-lançado e se toraram. No primeiro, que está fora de catálogo e é difícil de se achar usado, convidaram Zé Ramalho para cantar a regravação de Trilha de Sumé, uma de suas músicas que saiu em Paêbirú.
Nos dias de hoje pelo menos duas bandas, e boas bandas, podem e devem ser citadas: Vanguart e Supercordas. A segunda lançou um disco que pode até ser chamado de temático, conceitual ou algo que o valha. Do site deles, passando pela capa (olhe aí ao lado que sensacional) e título do disco (Seres Verdes ao redor), o sotaque caipira na hora de cantar e desembocando em todas as canções com títulos como Fotossíntese, Frog Rock e 3000 folhas o que se vê e ouve são músicas que levam o ouvinte direto ao mato. Se você não gosta mantenha distância, mas que o disco é bom, é. Outra coisa pertinente no som da banda é o psicodelismo, seja nos arranjos ou nos efeitos eletrônicos que surgem ao longo das músicas.
Adoraria vê-los no MADA ou Festival DoSol, mas acho muito difícil. Até porque precisa de uma super produção de som para que tudo saia a contento, algo não ocorreu no Coquetel Molotov e prejudicou bastante a apresentação da banda. O nome da banda pode remeter a uma teoria física, a teoria das supercordas, mas o que interessa é que a banda é boa e merece ser ouvida. A banda está na ativa desde 2003 e conta com Bonifrate (vocais, guitarra e teclado), Valentino (vocais e baixo), Eduardo ‘Cabelo’ Wakaplot (bateria) e Filipe Giraknob (sintetizadores, programações, distorções e barulhinhos). Deixe de ser preguiçoso(a) e baixe o disco clicando na capa.
é isso ai hugo,esse tipo de som me atrai muito folk, bluegrass por ai vai.minha banda tem influencias de blues mas nossa mais recente musica “if she’s a wonder” é toda folk. um q de beatles + bob dylan. um abraçao.