Se na quinta não teve problema algum técnico, na sexta a coisa mudou. Que o digam Poliéster e Curumim. Mas nada muito grave. Já no quesito qualidade, inovação, relevância etc etc etc a noite apresentou algumas bandas fracas.
Quando cheguei ainda peguei o fim da apresentação da local THE VOLTA com “Enter Sandman”, do Metallica. Vocal, instrumental, tudo levado a sério. Só que mal executado. O peso das guitarras é calculado para ficar entre pesado e pop rock.
O LUNARES também é local e fez uma apresentação boa. O som do trio tem bastante influência de U2, Coldplay e bandas do gênero. Letras em português e instrumental bem afiado contando ainda com programações para suprimir a falta de músicos. O ponto negativo foi a demora entre uma música e outra com troca de instrumentos. Outra coisa que melhoraria a apresentação seria reduzir a distância entre os músicos – o palco ficou muito grande, observação pertinente de Vlamir Cruz. Mas esses pequenos “problemas” não comprometeram. Já a valsa de Rodrigo com a guitarra foi motivo de riso para muitos.
SUBAQUÁTICO veio da Bahia e a única coisa que me fez prestar atenção no show foi a versão para “Prioridades”, de BNegão e Os Seletores de Freqüência. Não deixará saudade.
POLIÉSTER veio do Rio Grande do Sul e não sorve rock sessentista. Muito pelo contrário, as influências são modernas, rock dançante, pop, com elementos eletrônicos e um vocalista que alternava timbres graves e agudos. Fez alguns dançarem, pra mim não acrescentou nada.
A SÍNTESE MODULAR reúne dois músicos que fizeram parte de boas bandas no cenário local: Adriano Azambuja e Isaac Ribeiro. Fizeram – a atual não agradou. É um som sem sal que mistura pop com elementos eletrônicos. Muitos questionaram a presença do grupo no festival devido a sua pouca idade. Outros apostavam que após o MADA ela deixará de existir. Veremos. Preferia que tivesse tocado o DuSouto.
CURUMIM teve os piores problemas da noite, atrasando a apresentação. Quando começou foi se entrosando aos poucos com o público. Se tivesse mais meia hora de show era capaz de sair ovacionado. No entanto a apresentação foi morna, com altos e baixos. Destaque para “Feira de Acari”. Nem lembro de que novela essa música fez parte da trilha, mas na hora lembrei de boa parte da letra. O trio fez um show misturando pop e samba-rock com letras sarcásticas e irônicas.
O AUTORAMAS teve a tarefa de entreter o público antes do Pato Fu. Missão difícil. Mas conseguiu com um misto de músicas rápidas e baladas. Sem muita conversa Gabriel, Bacalhau e Flávia fizeram muitos dançar, cantar e até bater cabeça. A apresentação ainda é a mesma de alguns anos, com as mesmas coreografias e quase o mesmo set list. Poderiam ter acabado com mais uma música, mas Gabriel preferiu agradecer e encerrar.
PATO FU entrou com jogo ganho. O público que até então esboçava reagir, acordou de vez com a banda que ano após ano se renova. De Rotomusic de Liquidificapum até Daqui pro Futuro há qualidade. Se antes eles investiam em misturas que causavam estranheza, já faz tempo que o pop tomou conta da banda e ela só tem ganho com isso. Some-se a isso carisma, personalidade, qualidade, segurança e o que se viu foi um show de músicas novas e clássicos, como “Capetão”, com direito a luz vermelha no rosto de Fernanda Takai, voz alterada e chifrinhos vermelhos acesos. Tantos anos sem vir a Natal criou alta expectativa – correspondida.
LOBÃO entrou ao som da história de Chapeuzinho Vermelho nos alto-falantes. Ri demais. O show animou tanto quanto o do Pato Fu. Com 14 discos lançados, muitos eram os hits. E o público cantou junto.