No último dia 3 foram encerradas as inscrições para a Feira de Música de Fortaleza, um dos eventos mais importantes do calendário musical brasileiro. Desde essa data, a curadoria do festival está vivendo o desafio de selecionar cerca de 60 bandas entre as mais de 300 inscritas. Para facilitar e ser um trabalho justo, a produção prima pela diversidade, escolhendo desde bandas de som raiz, ao metal (ou roots, se preferirem).

Além das apresentações de variados estilos e localidades, a Feira da Música destaca-se por ser um evento que tem seu foco na troca de informações e tecnologias. “O formato do evento já é feito pra isso, como reunimos muitos músicos, as bandas tem que aproveitar ao máximo e realizar outras ações, fazerem novos contatos pro poder circular”, contextualiza o produtor Ivan Ferraro.

O contexto que Ivan coloca é justamente o das bandas desenvolverem melhores estratégias de otimização de tempo e recursos. “A cada ano fazemos com que as bandas aproveitem mais os eventos e não se interessem só em tocar”, completa Ivan, que ainda faz um convite às bandas que invistam na ida ao festival, mesmo que não sendo selecionadas para o cronograma de apresentações. “As bandas locais aproveitam bastante. É uma ótima oportunidade para conhecer pessoas, trocar tecnologias, trocar contatos, informações. Muitas vezes as bandas acham que não podem se aproximar, mas a Feira é amplamente aberta”, ressalta.

Bate Bola

Portal FE: Abrafin?
Ivan: Acreditamos muito no associativismo e cooperativismo. A Abrafin é uma iniciativa positiva, valoriza cultura e música, e atua com muitas ferramentas importantes pra trabalhar com outros atores da cadeia produtiva. Tamos junto e dando apoio. É importante estarmos nessa luta. Nós somos uma associação associada à uma Associação nacional e isso nos deixa cada vez mais eficientes.

Nota da edição: Ivan se refere à Associação de Produtores de Discos do Ceará (Prodisc), que é quem organiza a Feira.

Portal FE: Surgimento de Coletivos?
Ivan: É mais ou menos a mesma coisa da Abrafin, pensada em átomos. Essa rede envolve um grande número de público, bandas envolvidas, orçamento… Quanto mais células termos espalhadas nesse sistema, melhor, fazendo mais elos, mais coletivos, desenvolvendo novas formas de se inter relacionar, criar mecanismos, etc.

Portal FE: Rede no Ceará?
Ivan: Estamos estruturando a Rede Ceará de Música, um projeto que já vinha sendo tentado por músicos e produtores daqui há alguns anos, mas que conseguimos fundar agora. Estivemos com o Pablo Capilé há pouco tempo e foi muito bacana para esse processo. É uma rede nova, o lançamento será feito em Recife, no Abril Pro Rock. Já contamos com a Prodisc, com a Noize 3d, ACR (Associação Cearense do Rock), Babuê… tem uma galera fazendo esforço coletivo pra essa rede girar.

Portal FE: Como as bandas devem aproveitar a feira?
Ivan: Assim, alguns aproveitam mais que outros porque trabalham mais que outros. Quem é mais ligado e tenta tirar mais proveito alcança melhores resultados. A Feira não é só um festival, é um ambiente intensivo, tem que cansar mesmo, dormir o mínimo possível, conhecer o máximo de pessoas, trocar o máximo possível de informação, enfim, esses são os pré requisitos básicos

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A Feira da Música acontece entre os dias 19 e 22 de agosto. O resultado da curadoria – que já é automaticamente a programação – será revelada no começo de maio. E claro, divulgada aqui no Portal.