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FILMES POR RODRIGO LEVINO: JUNO

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Em resumo, Juno é o contraponto perfeito para a abordagem que cineastas como Gus Van Sant costumam fazer da juventude, principalmente da adolescência. Em detalhes é um filme cutie, divertido, com um roteiro original impecável e atuações que de tão palpáveis despertam no espectador uma empatia bem próxima do que Pequena Miss Sunshine conseguiu ano passado na corrida pelo Oscar.

 

A história da gravidez acidental de Juno, vivida por Ellen Page, leva o filme a lidar com uma série de questionamentos que se desenrolam de uma hora para outra formando uma teia de conflitos internos e cobranças externas inusitadas para a até então vida pacata da protagonista, de sua família tipicamente midlebrow e do pai da criança, Bleeker, interpretado por Michael Cera.

 

O filme faz uma abordagem sutil mas eficaz da repercussão social da gravidez em plena adolescência, a inabilidade de lidar com sentimentos e responsabilidades, coisas que no fim das contas servem para amadurecer forçadamente a protagonista. Inclusive a inusitada “solução” que ela encontra para o “problema” da gravidez. O filme torna-se ainda mais interessante pela quantidade significativa de referências a cultura pop, desde clássicos de cinema gore a música do Carpenters interpretada com maestria pelo Sonic Youth. Por falar em música, a trilha sonora folk está a altura do filme, doce e cativante como o semblante de Juno após a tempestade que sacode sua vida. Para melhor, diga-se.

Juno, 2008, Jason Reitman

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