Cada vez mais gente chegava para curtir o festival. Passava um pouco das sete da noite: estava mais do que na hora do público instigar. E quem acordou de vez a galera foi a banda Vendo 147 (BA).
Se falta vocalista, sobra baterista. Dois caras dividem de forma vigorosa e sincronizada uma bateria duplicada. Um de frente pro outro. Mais dois guitarristas e um baixista completam a trupe que faz um instrumental pesado. O espaço ficou pequeno pra eles. Uma parte da bateria chegou a cair do pequeno espaço onde estavam. Foi preciso alguém da produção aparecer pra segurar o instrumento durante metade do show. A banda tocou músicas próprias e encerraram com covers de Black Sabbath e Led Zeppelin. Rock foda. Porrada dançante. A banda agitou geral os presentes no Armazém Hall, que começaram a primeira roda de poga do festival.
Partindo para o palco do DoSol, a banda potiguar Os Bonnies receberam a galera que chegava da apresentação anterior com uma de suas músicas clássicas: “Não toque na minha baby”. Não deu outra: a moçada já chegou dançando. Os caras são conhecidos de quem frequenta os rolés alternativos da cidade. São macacos velhos. Sabem dialogar muito bem com o público. Fizeram a alegria da geral tocando músicas antigas e recentes. A galera cantou e pirou junto. Rolou até bis, pequena roda de poga, trenzinho.
Em seguida, o Rejects (RN), uma das bandas do chefão do festival, iniciou seu show pesado. O grupo surgiu este ano, está com dois EPs na praça e em breve vai fazer uma turnê em São Paulo. O trio não surpreendeu. Fez o rock de sempre, com os gritos roucos do vocalista e o instrumental acelerado de garagem. O volume estava estourando nas alturas e não dava pra curtir legal o som da banda. Resultado: muita gente se dispersou aproveitando pra tomar um ar fora do Armazém.
Quem realmente surpreendeu foram os brutamontes do Sick Sick Sinners (PR). O trio formado por dois malucos de cabelo moicano – um na guitarra e outro no imenso baixo acústico – e um baterista feroz, não deixaram a peteca cair e abarrotaram de gente o DoSol. Ao som de um psychobilly porrada, a galera presente se quebrou na maior roda de poga do dia. Deu até pra sacar alguns moshs de uns doidões. Show muito foda! Mesmo com problemas técnicos que detonaram o microfone do guitarrista. O público não queria nem saber. Vez por outra um insano subia no pequeno palco pra correr entre os integrantes da banda e se jogar na multidão. Mistura pesada de punk com rockabilly nas alturas. Ducaralho!
O público saiu pirado da apresentação do Sick Sick Sinners e acelerou pra não perder nada do show da outra banda baiana do festival, que assim como a Vendo 147, faz um rock instrumental, no entanto, se difere por ter uma pegada mais surf music. Se bem que num é nem apenas isso. Os Retrofoguetes tem um som bem próprio, com diversas misturas, e foi esse um dos fatore que colocaram muita gente pra dançar ao som da guitarra, baixo e bateria da banda.
Os caras estavam todos uniformizados com um macacão branco. O baixista estiloso detonou nas performances no palco. O guitarrista estava aparentemente biritado e só pegava o microfone pra pedir mais cerveja: “É ele (Anderson Foca) que manda nessa porra. É ele que dá um monte de cerveja pra gente!”. A galera foi ao delírio com as versões dos temas do show de calouros do Sílvio Santos e da Família Addams. Os caras mandaram muito bem. Viagem muito louca que só veio a contribuir pra deixar ainda mais chapada a minha mente defumada de erva.
O duo sergipano The Baggios teve a difícil missão de preparar o público para o show do Danko Jones, atração principal do primeiro dia. Numa sacada rápida na apresentação dos caras, deu pra perceber que o guitarrista já havia se apresentado antes no mesmo palco do DoSol com a banda Plástico Lunar. O grupo que conta apenas com guitarra e bateria, apresentou um instrumental fodão. Rock das antigas com influência de Jimi Hendrix, White Stripes, Led Zeppelin, Rolling Stones. O vocal que não agradou muito. A galera que curtia de perto parecia dar valor as músicas.
Banda internacional tida como uma das grandes atrações do festival, Danko Jones fez uma apresentação de muito peso. Os canadenses foram os que mais mexeram com o público. A galera curtia bem próximo às grades de proteção, atentos a todos os detalhes da banda. O batera Dan Cornelius e o baixista John Calabrese ajudaram a esquentar o ambiente, incendiando o palcos com peformances cheias de energia. Mas nada se compara à atuação endiabrada do vocalista que dá nome a banda. O cara só parava pra falar merda vez por outra com a platéia. A galera curtia, entendendo inglês ou não.
Os equipamentos de som estavam funcionando bem. Mas as música soam repetitivas o que faz o cara enjoar desse estilo ritmicamente agressivo. Talvez por isso a galera tenha esquecido de pedir biz quando a banda deixou o palco. Foi preciso Anderson Foca aparecer e sugerir um bonus track pra galera então dar a última instigada.
Tá doido? A platéia não pediu bis?!?!?!?!?!? a galera da frente começou a gritar… danko! danko! danko! Eu cantei todas as músicas aos berros e perdi a voz até agora! Felizzzz 😀
xD
Rapaz…
Eu entendo que Psychobilly num seja muito comum e coisa e tals…
Mas eu, como (também) profissional de comunicação, sei que uma regrinha é a gente não falar coisa que não sabe, ou que, pelo menos não pesquisou.
Aquilo na Cabeça do VLAD(GUITARRA) e MUTANT COX(RABECÃO – pra o pessoal, Baixo Acústico) não é nem nunca foi um moicano.
Em verdade, é um TOP, QUIFF, ou topete mesmo, e faz alusão à influência Rockabilly misturado com Punk do estilo.
Quem usa moicano é punk.
Psychobilly não. Ao menos, não esses.
Falei?
Um pouquinho de pesquisa vai bem.