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FESTIVAL DOSOL 2008: ENTREVISTA COM O VENUS VOLTS (SP)

Por Léo Seabra, Natal/RN

Conteúdo: www.cocuruto.com

Personalidade, carisma, muita energia e acima de tudo desejo de conquistar o publico, esse é o Venus Volts. Em entrevista eles falam sobre a banda, a fase atual, o mercado da musica e algo mais. No final do post, um presente: um arquivo com todas as músicas do set list deles no Festival Dosol.

#Cocuruto# A mudança de nome de Fluid paraVenus Volts, trouxe alguma mudança na identidade musical da banda? É um recomeço?
Trinity: Sim, porque a gente vê como uma realidade para frente, um marco da fase ideal da banda musicalmente e com esses integrantes. Somos muito amigos, tudo acontece com intensidade.

Pelle: Além disso, a entrada da Trinity trouxe novas influências para a banda e o fato de estarmos ouvindo outras referênicas e se aprofundando nas já existentes, acho que traz um pouco de mudança, sim, do que Fluid fazia.

#Cocuruto#A entrada da Trinity, digamos….transformou a banda? Vocês procuravam um vocal feminino ou aconteceu naturalmente?
Pelle: eu não diria ‘transformou’, mas completou definitivamente a banda. Não procurávamos vocal feminino, não, até porque eu canto muito bem (rsrs) – no site garage band, eu fui indicado várias vezes como melhor vocal feminino (rsrsrs). Inacreditável… Mas a Trinity intimou a gente via myspace. Disse que ia entrar para a banda e ponto final… ou seja: foi bem natural a entrada dela!!

#Cocuruto#Trinity, na musica temos várias mulheres que além de muito talentosas, chama atenção pela beleza. E é comum que essa ultima característica seja mais comentada por boa parte da mídia. Haveria algum tipo de desconforto da sua parte, tipo, err… com todo respeito, ser referirem a você como “sexy”, essas coisas…?
Não vejo isso como uma coisa ruim, definitivamente, porque concordando com um novo amigo da banda, que trabalha com cenários incríveis para palco, ‘as pessoas não vão a um show de olhos vendados’.Acho importante, no geral, uma imagem que crie um conceito sendo fixado, sem forçar nada e sabemos como esse processo funciona na cabeça do público e para a mídia – é a empatia acontecendo – se as pessoas gostam do som, da minha voz e vêem também a mulher da banda dessa forma ou de outra positiva, eu encaro como elogio. E não posso negar que vejo inspiração nesse ‘clima’, porque sou apaixonada pelas Pinups das décadas de 40s, 50s!!

#Cocuruto#Trinity, sei que você tem várias referências musicais. Por isso serei mais específico. “Musicalmente falando”, quais são as mulheres queserviram/servem de referência para você? Elas influenciaram decisivamente no que você apresenta no palco ou apenas te levaram pelocaminho da musica?
Na infância, eu ouvia as mulheres da Disco e foi a pré escola.Quando comecei com as minhas primeiras bandinhas, final dos 80s, cantava vocais masculinos, sempre buscando as linhas mais fortes e agressivas.Uns anos depois de 1990 e na voz da Johnette Napolitano do Concrete Blonde, eu me vi dentro desse estilo de vocais interpretados por mulheres. Além dela, sempre me identifiquei com Siouxsie Sioux. Posso confirmar que a influência decisiva foi ter me achado no que elas cantavam e era o que eu sabia fazer de legal, total incentivo pra continuar nesse caminho sim. A sonoridade das vozes do final dos 70s e dos 80s – as diversas interpretações que vão de DEVO, B52’s, Blondie a Dead Kennedys, The Cure e a atual Muse, são o meu start – a partir dessas influências, tento criar a minha própria identidade.

#Cocuruto#Como é o ambiente em Campinas (SP) ?
Pellê: a “cena” não é muito agitada, não. Temos, basicamente: 1 lugar bom para tocar (Bar do Zé). Esse funciona muito bem. São poucas as iniciativas de festivais. Além disso, tirando algumas poucas (e boas) bandas, a cidade está, na minha opinião, com carência de sons atrativos para o público. Aliás, público também é um fator não muito desenvolvido aqui, já que poucos têm real interesse por algo novo. Nós estamos criando nosso público aqui, e isso tem sido bastante interessante, pois temos atingido várias tendências de ouvintes ao mesmo tempo.

#Cocuruto#O termo indie apresenta diversas denominações,o que significa para a Venus Volts?
O indie pra VV é a prática, com pretensão realista. Fazer a correria de shows, divulgação, contatos, e conciliar com mil outras coisas. Viver banda no independente é essa montanha russa que deixa a gente meio louco e temos que saber lidar com isso. O Pellê martelando a net, Trinity que gasta telefone, Dinho acertando dobra de encarte do CD, Du no serviço de correio e por aí vai – então, estamos mais perto
da definição do termo mesmo, sem as palhaçadas e rótulos falsos. Procuramos as boas oportunidades que absorvam a essência dos seis anos da banda e batemos de frente pra isso acontecer – se não for o caso para as grandes gravadoras e ao establishment comercial, sabemos que o que não falta é osso mole pra se roer no mercado, e a Venus Volts segue.

#Cocuruto#Em 2005, a banda lançou um album completo na internet e teve uma execelente resposta, foram 2.500 downloads em apenas 30 dias. Hoje as bandas estão muito mais ligadas à rede. O myspace se transformou numa “ferramenta” comum a todos, mas ao mesmo tempo em que aumenta a visibilidade, a concorrência cresce junto. O que a Venus Volts faz hoje para se diferenciar? Uma nova estratégia? A repercussão dos shows faz a diferença?
Pellê: tentamos estar o mais sintonizados possível com as inovações do mercado. Em 2005 ainda não era tão comum assim lançar cds pela internet. Hoje todo mundo faz isso. O myspace é a gravadora de todo mundo, atualmente. É ferramenta mínima. Estamos sempre tentando achar meios de inovar, mas nos preocupamos, primordialmente, com a elaboração das nossas músicas e dos nossos shows, já que, sim, a repercussão dos shows faz total diferença na vida de uma banda independente e temos a performance da VV em alta. É isso que move a máquina. Você faz um show bom aqui e logo querem seu show ali. Simples, mas real

#Cocuruto#Vocês já acumulam passagens por importantes eventos do cenário independente do Brasil. Já receberam convites para participar de outros eventos fora do país? Existe alguma perspectiva enquanto a isso?
Pellê: ainda não tivemos convite para participar de fests fora do país. Há 1 ano e meio atrás chegamos a marcar 5 shows na Inglaterra (com a ajuda do pessoal do Wry), mas por um pouco de falta de organização no agendamento dos shows e, essencialmente, por falta de grana, acabamos não indo. A questão “tocar fora do país” para nós é meta. Acreditamos que é lá que está o mercado ideal para nosso som, pois lá já existe um mercado de médio porte formado, e que, no Brasil, ainda está em formação. As perspectivas são boas e estamos conversando com algumas pessoas que estão bastante interessadas em viabilizar essa nossa ida.

#Cocuruto#Quais serão os próximos passos da banda? Previsão de lançamento de um novo trabalho? Alguma Tour engatilhada?
Trinity: Estamos compondo em estúdio e pensamos em gravar as músicas novas pra um cd oficial – que seja um lançamento virtual, em celular ou seja lá o que for, mas prometemos novo material bom em andamento. A banda, como colecionadora de cds, tem seu apego com o material físico, o encarte e o que se pode pegar da estante na mão para ver todo dia – parece que se fica mais perto do artista – mas damos um valor especial para esse processo infalível dos downloads via internet. É como um truque mesmo, o mundo inteiro poder ter acesso à sua banda assim, facilmente.

Pellê: A mais, temos todo aquele lado que falamos acima sobre viabilizar a ida da banda para fora do país. Aqui no Brasil pretendemos intensificar ainda mais nossas participações nos festivais independentes. Paralelamente, estamos nos organizando para ver se conseguimos criar um festival independente aqui em Campinas.

#Cocuruto#Podem deixar uma mensagem pra galera que estará no Festival…
Trinity: a Venus Volts está de olho no Festival do Sol faz um bom tempo e isso só aumentou a vontade de tocar em Natal, pra um público que estamos curiosos e ansiosos em conhecer, mas pro qual já damos o seu devido valor. Aliás, faremos em especial esse show para cada pessoa que vem acompanhando as edições do fest e que é responsável igualmente pela ótima cena do Nordeste, junto dos organizadores. Para os novos exploradores do independente, fica também o convite em conhecer a Venus Volts de perto, o mais perto possível, e continuar buscando a diversidade desse mercado por aí. Temos muita coisa boa e é o que a VV coloca no palco.

PARA BAIXAR AS MÚSICAS DO SET LIST DO VENUS VOLTS NO FESTIVAL DOSOL CLIQUE AQUI

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