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FABIO FARIAS (RN): COBERTURA – TERCEIRO DIA DO MADA

Quando a produção decidiu mudar a data da edição de 10 anos do MADA de maio para agosto foi com o objetivo de evitar as chuvas. Em Natal, o período de chuvas dura normalmente de maio a julho. A produção só não contava com um ano atípico na cidade. São Pedro não poupou água. Começou tímido com um chuvisco no início do show de Cordel do Fogo Encantado para culminar num toró que durou o resto da madrugada. Uma pena para Josh Rouse e Seu Jorge, que fizeram bons shows para quase ninguém.

A primeira banda a se apresentar no último dia foi a potiguar Rosa de Pedra, que contou com reforço do grupo de dança Cia Xamânica. Eles tocaram às 21h, enquanto eu estava na parada de ônibus, a mais de uma hora, esperando o bendito 56. Não vi, mas pelo que disseram, não perdi muito.

Me parece que o que eu realmente perdi foi o som dos paraibanos do Sem Horas. Um rockability muito bem executado. Tudo culpa do maldito sistema de transporte público de Natal, que não permite o cidadão a deixar o carro em casa para se divertir a noite com segurança e eficiência. Tristeza.

Enfim, cheguei assim que os cariocas do Macanjo subiram no palco. Não gostei da banda. O show foi animado, o público se divertiu. O som é bem executado, mas as músicas são ruins, parecem trilha da novela Malhação e coisas do tipo. É aquele maldito pop óbvio. Sinceramente, as bandas independentes das edições anteriores do MADA eram melhores.

Depois de Macanjo, os animados mineiros do Falcatrua subiram no palco. Confesso que gostei do som deles. Ainda ficou muito longe do nível das apresentações das bandas independentes do ano passado. Fizeram alguns covers, animaram o público que os assistiram. Vale ressaltar: bem maior do que a platéia da quinta e da sexta-feira. Destaque para o vocalista da banda numa empolgação tocante.

A Mallu Magalhães entrou no palco um tanto tímida, com aquele jeito de criança, mas fez um show muito bom. O primeiro, realmente empolgante, na noite. Já é clichê falar que a menina esbaja talento ou é um hype. Isso todo mundo sabe. Gostei de vê-la no palco, um acerto da produção, que poderia ter sido maior se, logo depois dela, Josh Rouse tocasse.

Quando ela saiu do palco, o céu ameaçava fechar. Cordel do Fogo Encantado entrou abençoado por uma chuvinha tímida que refrescava a sensação de calor presente na platéia. A cenografia do palco e a iluminação estavam perfeitas. E isso vale um parêntese, um dos grandes acertos do MADA neste ano foi essa preocupação cenográfica, primeira vez que acontece na cidade. O show de Cordel foi aquilo que todo mundo esperava. Um espetáculo. Na minha opinião, o melhor show do festival. Com direito a um público encharcado implorando por mais uma música.

Cordel saiu no meio de uma tempestade. A essa altura já chovia e ventava muito. Josh Rouse, um dos shows que mais queria ver, tentou emplacar com o seu folk pitadas de referências latinas. Mas o toró atrapalhou tudo. E, como não bastasse, o pobre do Josh ainda teve que tocar depois do espetáculo do Cordel. Função ingrata. A produção poderia muito bem deixá-lo para tocar depois da Mallu e fechar com Cordel e Seu Jorge. Até por uma lógica de sonoridade e platéia. Infelizmente, só alguns gatos, literalmente pingados, ficaram para aproveitar o show de Josh. Muito bom, aliás.

Quando o pobre do Seu Jorge entrou, a maior parte do público ou já tinha debandado, ou estava na tenda curtindo o bate estaca. Mesmo assim o carioca conseguiu fazer uma boa apresentação, animou os corajosos que encararam o dilúvio. Tocou Jorge Ben Jor e alguns clássicos. Não posso falar muito porque, neste momento, eu estava encharcado, na tenda eletrônica, tentando me esquentar com o abafado e a quantidade de pessoas que havia lá e rezando para que a minha dor de cabeça e tosse constante não se transformasse em algo pior.

Para fechar, ainda rolou Montage (CE) para os corajosos. Atração surpresa, divulgada dias antes do Festival. A essa altura, eu estava num táxi a caminho do meu chuveiro elétrico e de roupas quentes, para depois dormir o domingo inteiro. Seria bem legal, se São Pedro não tivesse mandado tanta água.

O saldo final do MADA foi positivo. As headliners, sem dúvida, foram as melhores. Em compensação, as bandas independentes não foram lá muito boas. Ainda prefiro o formato antigo, com mais bandas e menos tempo para cada uma. O que salvou mesmo foi a estrutura do Festival. Tudo muito bem organizado, o som estava melhor, com reservas a um ou outro problema. Havia uma área coberta maior também, a tenda estava melhor organizada, assim como a feirinha. Além disso, o investimento em cenografia e iluminação dos shows foi um espetáculo a parte.

Uma pena que São Pedro ignorou a tentativa da produção de afastá-lo do festival e deus as caras no último dia.

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14 Comments

  1. gostei muito: ROSA DE PEDRA (melhor show potiguar desa edição) e Mallu Magalhães (mesmo com a péssima banda que a acompanhou…).

    simpático: Macanjo (lembrou o primeirão do los hermanos que gosto muito).

    os quatro ultimos não vi por conta da chuvaaaaaaaaaaaaaaaaaa…

  2. Essa eh a sua contribuição aos trabalhos apresentados no Festival……sua critica eh monogâmica, pessoal e intuitiva ao seu gosto pessoal….não interressa aos leitores de critica a trabalhos artísticos o seu estar individual( na parada no banheiro)e seu gosto……abra seus horizontes……farias, certo.
    Se a musica eh alimento da alma vc certamente não participou da ceia.

  3. independente do que vc acha sobre a resenha me responda: qual é a crítica que não é feita baseada no gosto pessoal do crítico?

    o povo não quer crítica, quer elogio aí fica difícil…

  4. Pois é. Esse é o grande problema das bandas e dos leitores. Acho que cada um tem que saber suas limitações. Macaquices no palco não significa bom show. Acho que São Pedro se irritou e mandou ver. Uma pena, queria ter visto Josh e Seu Jorge.

  5. Prezado Fábio, não concordo muito com seu comentário referente a apresentação da “Rosa de Pedra”, depois do show de Cordel do Fogo Encantado, foi a melhor apresentação da noite e não deixou a desejar em absolutamente nada comparando-se às outras apresentações da noite.
    A chuva realmente atrapalhou bastante. Perdi as outras apresentações pq fui embora após o show de Cordel.
    A título de sugestão, acho que você poderia melhorar sua cobertura (escrita) se não levasse tanto seus comentários pelo lado pessoal.

  6. Juliana, não vi o show do Rosa de Pedra. Coloquei isso na resenha. Estava na parada de ônibus, esperando o 56 passar. O que falei “não perdi muito” foi pelo que amigos que chegaram mais cedo me disseram. Mas não emiti nenhuma opinião sobre a banda, que aliás, gostei muito quando vi no arraia dos 50 anos da UFRN e lá no Calígula.

    E outra, se alguém conseguir fazer uma resenha crítica de uma banda, um livro, um festival não pessoal, por favor, me mostrem. Críticas são textos essencialmente pessoais. Se não concorda, ótimo, opiniões diferentes são sempre boas.

  7. .
    O sábado começou com tudo pra ser a melhor noite no geral… Das bandas independentes, foi o dia que mais teve músicas que me agradou. Já tinha visto Sem Horas, e gostado – o que se repetiu; Macanjo foi uma surpresa boa, pois eu já vou com ‘a pulga atrás da orelha’ com as bandas do Rj que vem pra cá, e também gostei, Falcatrua foi o que menos me empolgou.
    Mallu foi lindo, completamente “oooooown” como se esperava e mais animado até. Era engraçado até os músicos quando não conseguiam acompanhá-la. *fofura mode on*.

    Cordel foi perfeito, mas acho que não sustento a mesma empolgação de outrora. Pela primeira vez assisti o show de longe, lá do camarote, pra fugir da chuva. Foi bonito assistir, ainda mais com o público resistente à chuva. Como não estou podendo adoecer, não me arrisquei a ficar enxarcada.

    Quando terminou e deu uma trégua, arranjei uma cobertura lá embaixo, quase na praia e perto do palco, de onde assisti a apresentação de Josh. Muito bom mesmo o show, mas não combinou com a estrutura do festival, e ele realmente teve azar na ordem da escalação.

    Seu Jorge realmente ficou pra próxima, pois como São José [esse sim, ‘responsável’ pelo tempo] não deu trégua, o jeito foi ir embora. Uma pena.

    Só pra registrar sobre a estrutura: A parte de alimentação foi ótima! Pizza Massa e o crepe me salvaram muito!
    =D
    .

  8. Sou assimmmm mesmo provocadora.

    Respondendo a sua Foca…..critica não se faz em cima de gostos pessoais(seria muito facil…. assim a comadre da esquina escreveria no melhor jornal da cidade….. )mas
    dos valores artísticos envolvidos no processo, e se existe link com a vida real…..afinal a arte imita a vida!

    ah Não gostaria de esquecer de dizer que o meu interesse em vir a Natal “assistir e trabalhar”, foi justamente ver a cena local e demais….porque quem quer vê as grandes estrelas assiste a Globo.
    Plim
    Plim.

  9. “Respondendo a sua Foca…..critica não se faz em cima de gostos pessoais(seria muito facil…. assim a comadre da esquina escreveria no melhor jornal da cidade….. )”

    A comadre da esquina se fosse formada e entedesse de música poderia sim escrever num jornal e usar o seu conhecimento de mundo (gosto pessoal) para analisar um show um peça de teatro ou uma apresentação da orquestra sinfônica. Continuamos discordando.

    “o meu interesse em vir a Natal “assistir e trabalhar”, foi justamente ver a cena local e demais….porque quem quer vê as grandes estrelas assiste a Globo.”

    Nisso ai nós concordamos!

  10. Esse lance de resenhar festival, show, festa e o que for é muito chato. Na maioria das vezes é legal pra quem escreve e chato pra quem lê.

    O grande destaque do MADA esse ano foi a chuva e o mostra se amostra de parte da produção. Afinal esse ano tem eleição… vem ai a dança das cadeiras dos cargos políticos/comissionados.

  11. rapaz, achei o show do rosa de pedra um dos melhores depois da mudanca de baterista. e olhe que vejo todos. hehehehe

    eu estava numa expectativa da porra pra ver mallu, sabia cantar todas as musicas e tudo hehehe mas não curti o show não. ela eh melhor pra se ouvir em casa.

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