Dimmy fala do mercado independente
O baterista Demétrio da Silva Miranda Souza, 32 anos, é meio carioca, meio baiano, que mora em Lauro de Freitas – BA. Ex-The Honkers, atualmente nas baquetas da banda Vendo 147, é músico requisitado e um produtor bem articulado da cena independente nacional. Expert em mercado e suas produções, também faz palestras onde ensina, com sua experiência, o “caminho das pedras” aos neófitos da música. Em entrevista exclusiva, Dimmy nos fala sobre detalhes do mercado indie e dicas para os iniciantes. Confira.
Qual é a leitura mais apropriada que você faz do mercado musical brasileiro atual?
Dimmy – Acredito que essa seja a pergunta que tá na cabeça de todos já tem algum tempo, desde que a indústria fonográfica começou a ser desestruturada. O mercado brasileiro vem passando por um processo de modificação muito rápido e isso se da muito por conta da internet, há um tempo o processo funcionava de uma maneira meio que única e óbvia: o artista tentava chegar numa gravadora, essa mesma investia e depois usava o mesmo artista pra poder tirar de volta o que investiu e o lucro daquele produto também. Hoje em dia vemos que o mercado independente tem tomado proporções imensas chegando até a superar números que tínhamos no passado, pois hoje esse “produto” (música) consegue chegar a um número maior de pessoas por conta da internet do que no passado e a tendência é que essas proporções aumentem cada vez mais, uma vez que o mercado independente se consolide frente a esse mercado.
De que maneira deve ser comportar uma banda ou artista iniciante para sua projeção?
Dimmy – Costumo dizer nas palestras que antes de qualquer atitude vinda de um “artista” (nunca gostei desse nome) frente ao seu trabalho é de traçar seus interesses, fazer um planejamento. Se você apenas monta uma banda que vai apenas se divertir com amigos, você deve encontrar pessoas com essa mesma intuição e mesmo interesse. Se você quer montar uma banda que tenha pretensões maiores, deve ter pessoas no grupo com o mesmo pensamento… Isso pra que se evite esforço em vão. No caso de projeção de um artista iniciante deve-se criar um planejamento, traçar metas, executá-las… Pensar como uma micro empresa mesmo, onde as pessoas investem no inicio do trabalho, correm com as ações e vão verificando os erros e acertos pra ir sempre ajustando. Destaco também a importância de que dentro desse trabalho, dessa “micro empresa” devem se dividir as funções e as tarefas pra que nunca pese mais pra um lado.