Foto: Devotos no Festival Dosol 2006. A maior roda que Natal já viu. Por Nicolas Gomes
Por Foca
Faltando 16 dias para o Festival Dosol 2009 voltamos com o nosso editorial para fazer uma análise do que foi feito e de como as coisas vão acontecer na edição deste ano do nosso festival anual. Com a cidade cheia, eventos pipocando por todos os cantos, outros festivais de música acontecendo, concursos, CIENTEC, entre outros bons projetos que temos por aqui, torna-se cada dia mais importante apostarmos no que deve ser o foco de um evento de formação: o conteúdo.
O que estamos oferecendo no Festival Dosol deste ano é um lineup e uma lista de atividades que pretende inspirar a cena local, despertar no público um real interesse em coisas novas e acima de tudo mostrar o que existe de diferente na música do Brasil. Como fazer isso sem ter grandes atrações de renome para atrair público é uma guerra sem fim que travamos ano a ano mas que temos conseguido sair vitoriosos de cada batalha.
A primeira coisa que fazemos é abraçar e chamar para uma parceria consolidada (e real) a comunidade da música outsider de Natal. Esse ano teremos 23 bandas potiguares em ação no Festival Dosol e no Festival Dosol Música Contemporânea. Todos eles empolgadíssimos com o que vão apresentar, preocupados com a repercussão, engajados em alguma atividade paralela ao festival, entre outras atividades. Muitos desses músicos também estão na equipe de produção do festival, porque não basta só tocar, tem que aprender a manejar todas as áreas da música para sobreviver no mercado. E isso também é um dos nossos papéis.
Os grupos que estamos trazendo de fora do estado são bastante representativos em seus cenários particulares. Qualquer amante do MetalCore venera o Confronto, os rockabillys amam o Sick Sick Sinners, como gostar de mangue beat sem gostar do Eddie? Apostamos no gueto, nos outsiders, no não convencional e não temos dúvidas de que esse conteúdo é o que realmente importa para um evento de música de vanguarda como o nosso.
Aí alguns podem perguntar: de que adianta trazer a vanguarda para Natal se ninguém conhece? Qual é o público disso? Quem diabos é Eu Serei a Hiena? Minha resposta resvala em duas direções. A primeira está nas leis de incentivo e é exatamente aí que está a solução para um gargalo agudo. Atuar na vanguarda e na memória é o que as leis deveriam fazer de melhor (já falei isso mil vezes) e utilizamos isso para viabilizar nossas ações no festival. Lógico, sem os patrocinadores seria impossível uma mostra como essa. Gente que está preocupada em mostrar novidades sem aquela cobrança da balada, do resultado imediato, do retorno fútil. Gente que também acredita em conteúdo. A Oi, junto com o Oi Futuro e o grupo que opera os Hotéis Praia Mar e Holiday In estão fazendo história junto conosco desde o ano passado e a solidez e confiança que temos no trabalho é tão grande que a parceira pode (e deve) continuar por muito tempo. É o nosso desejo.
A segunda via de atuação para trazer as bandas mais para perto do público (comum) é trabalhar por elas e divulga-las. Ninguém, absolutamente ninguém, consome o que não conhece. Para ajudar a reverter esse quadro temos uma série de atividades de conteúdo acontecendo paralelamente na nossa base de trabalho. O Portal Dosol aquece o público para as bandas do Festival, o lineup do que vai acontecer foi anunciado com muita antecedência, uma grande ação em blogs e sites especializados dissemina links, áudios, vídeos e toda a natureza de divulgação que as bandas fazem, temos um programa de TV semanal voltado para a música independente que está focado em mostrar esses grupos, divulgaremos fanzine (em parceira com o lado [R]) durante o festival para que o público possa levar para casa algo do que vai assistir durante o festival e por fim, gravaremos todo o áudio e o vídeo do evento para virar um grande DVD que resume tudo o que no esforçamos para mostrar durante o ano.
Claro, também temos a mídia convencional sendo utilizado com uma grande campanha de rádio e outdoors espalhados por toda a cidade.
Resumo da ópera. Fazer um festival de música independente é muito mais do que produzir uma big festa. Nesse micro-universo de atividades musicais moram todos os conceitos desse novo modelo de ação em que a música vem se transformando com o passar dos anos. Ao público oferecemos formação, diversão e vanguarda. Oferecemos transformação. Às bandas oferecemos conteúdo, ideias e mobilidade. Está chegando a hora e dá aquele friozinho na barriga.
Te esperamos no Festival Dosol 2009. Ele é muito mais seu do que nosso. Até lá!
Com essa escalação ae, a piripoca vai gemer!! E os potiguares vão gozar!
=]
*sempre com putaria no comentário pra desopilar!
2.000 outsiders por dia rafão. É um número alto, vamos atrás dele!
vai faltar fanzine pra tanto malokeiro! hehehe
esse festival de 2006 foi insano!
Tais certo demais Foca.