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EDITORIAL PORTAL DOSOL: TENDO UMA BANDA!

Nas portas da 5ª edição do Festival Dosol nosso foco está voltado inteiro para o festival mas nossas observações sobre o cotidiano da música continua. Quero aproveitar que lancei com meu trio, o Sinks, mais uma EP e refletir sobre o que é ter uma banda de rock.

Acho que a primeira coisa a se pensar quando se vai formar um grupo roquístico é: para que vou formar uma banda? Nessa pergunta mora quase que a totalidade dos problemas (e algumas soluções) para que uma banda se desenvolva, consiga andar e registrar trabalhos. Quando você pensar em montar um grupo deixe claro para quem está com você as metas dele.

1) Banda é meu hobby – Se esse é o seu caso você precisa doar apenas o tempo que estiver afim para o grupo. Aí não precisa prazo, metas nem cobranças. Você produz quando quer, toca como quer e não se preocupa com os resultados. Deveria ser assim. Mas só o que vejo por aí são bandas que pensam que são carreiras artísticas, sendo levadas como hobby. Depois vem aquele chororô do tipo “minha banda não toca“, “minha banda não tem espaço” ou “minha banda é injustiçada“. Pense bem, se você trabalha, tem outras atividades e leva a música como hobby, fingindo que isso é seu trabalho CAIA AGORA NA REAL e assuma de vez o hobby e as coisas ficarão muito mais fáceis.

2) Banda é meu trabalho – Aí amigo, as coisas mudam totalmente de figura. Caso você deseje que sua banda seja sua profissão não precisa nem dizer que como em qualquer trabalho você vai precisar se dedicar no mínimo 8 horas do dia para que algo aconteça. Como em qualquer profissão você também vai precisar de metas estabelecidas, lutar para alcança-las, mudar estratégias caso não consiga atingi-las e afins. É mais ou menos como vender pão, só que você vai vender música.

CAIA NA REAL NOVAMENTE e pense que artisticamente seu trabalho vai ser prejudicado. Para vender você vai obrigatoriamente precisar que as pessoas gostem do seu trabalho. Para vender ainda mais você vai precisar que MUITO MAIS gente goste do seu trabalho e no Brasil isso significa dizer que você vai precisar tocar MÚSICA POPULAR. O estilo pouco importa, mas a música vai precisar ser popular. Se sua “verve” artística não é música popular comece a pensar num milagre, eles acontecem mas são raros.

3) Música é minha vida – Se a música é simplesmente a sua vida e você não pode viver sem ela, se o rock toma conta de você de um jeito que você não se vê fazendo outra coisa, aí temos um terceiro caso e o mais difícil de ser resolvido. Acho que me enquadro nesse tópico. Ter banda nesse caso passa a ser uma necessidade quase fisiológica e é uma misto de hobby (no sentido do prazer) e trabalho (no sentido que tudo o que você faz na vida é para gerar o momento sublime de ter uma banda, gravar e se apresentar).

O que você tem que fazer nesse caso é TUDO que envolva música e reverter TUDO o que conseguir financeiramente no seu projeto pessoal como músico. Vou dar um exemplo: se sua banda não dá dinheiro seja um excelente roadie/técnico/músico de apoio/produtor.

Resumido em miúdos, SE VIRE em vez de ficar sonhando que o dia de amanhã vai ser melhor. Faça por onde ele ser melhor. Melhor do que planejar é fazer, melhor que sonhar e tornar as vontades em realidades. Deixe os sonhos para quando tiver dormindo, acordado a vida é bem diferente e dura. Bola para frente!

DIGA AÍ NOS COMENTÁRIOS: ONDE VOCÊ ACHA QUE SE ENQUADRA?

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12 Comments

  1. Esse terceiro aí meu amigo é a minha cara! huahua

    Acho que me enquadro nesse tópico. Ter banda nesse caso passa a ser uma necessidade quase fisiológica e é uma misto de hobby (no sentido do prazer) e trabalho (no sentido que tudo o que você faz na vida é para gerar o momento sublime de ter uma banda, gravar e se apresentar).

    Quando o Rock ta no sangue, não dá pra ficar nem 3 meses parado! huaha

  2. Pois é bicho… o rock realmente tá no sangue, seja no palco ou produzindo shows… tanto é que ultimamente tenho deixado meus empregos para “tentar o rock”, mas sempre volto ao dia-a-dia de gente normal, pela necessidade de $$$.

    Minha vida é um dilema eterno… sexta mesmo faltei trabalho para ensaiar… segunda vou faltar aula na universidade para ia acompanhar a palestra de produção independente com mário gil, e assim eu deixo a vida me levar…

  3. opção 3

    No caso de quem trabalha tbm em outra atividade, terá mesmo que realizar um terceiro expediente e dividir com os outros caras da banda as tarefas. À noite é o meu terceiro tempo…é cansativo, mas dá pra fazer muiita coisa!

    Rock-se!

  4. Acho q da pra ter um trampo normal e levar banda a sério (não como hobby), só q o cara tem q se esforçar pra caralho pra banda acontecer legal, tem q passar sono, cansasso e trocar alguma refeição ou outra por ensaio, além de ter q dar um jeito no trampo frequentemente pra viajar e trocar fim de semana por gravações e shows, prefiro a opção de trabalhar com musica e ser musico, que não é menos cansativa e geralemente da menos dinheiro, mas é bem mais prazerosa.

  5. E quando seu trabalho não permite que você viaje?

    Bother…

    Queria muito que a minha opção fosse a 3… Gosto pra caralho de rock, não passo um dia sem escutar nem q seja 1 unica musica de rock, gosto de ensaiar, dar o gas, fazer a banda rolar…

    Mas a parada não é tão doce assim, preciso pagar minhas contas AGORA, preciso fazer minhas coisas AGORA, e não tenho folga pra me dedicar 8 horas por dia pra chegar a ser um ótimo roadie e afins… A coisa não é tão rápida assim, e até lá como vou pagar minhas contas?

    Então procuro dar meu máximo nas minhas horas vagas… procuro fazer o que posso nas minhas horas livres… Mas ainda sim é pouco…

    Mas não reclamo não… Tem momentos que dá pra viver intensamente o rock, em outros momentos eu preciso me dedicar a outras atividades… e aí? É ter paciencia e aguardar pelo momento de viver intensamente o rock outra vez e assim por diante…

    Também não me encaixo na opção 1, não encaro apenas como um hobby, tento fazer as coisas na medida do que é possivel pra mim…

  6. Dante e pedrinho. Hobby não é descaso, você pode levar um hobby muito a sério. O filatelista (colecionador de selos) leva seu hobby muito a sério mas continua sendo um hobby e não há mau nenhum nisso.

    Pedrinho, se vc tenta fazer as cosias na medida do possível se enquadra no primeiro caso. Só que seu envolvimento é maior, mas continua sendo só quando você pode ou tem tempo.

  7. Eu hoje estou num emprego que me permite ter um tempo maior pra música que pro próprio emprego. Acho que hoje meu tempo está assim:

    Música (banda, produção e pesquisa): 50%

    Emprego formal: 35%

    Universidade: 15%

    Levando em conta que geralmente eu durmo de 6 a 7 hs por noite, onde não entra nessa porcentagem.

  8. Acordo cedo pra atualizar site, orkut, fotolog, trabalho o dia td ligado no msn pra resolver tudo em relação a shows, bandas do selo, minha banda!! Acho que nosso único problema é tocar fora, mas que já está sendo resolvido tbm!! Rock mode on toda hora!

  9. Pois é, quanto a contatos, sempre rola, agente atualiza, faz a parada…

    Mas creio que o grande problema de geral é quanto a viagens… Acredito eu que a grande parte da turma que trabalha principalmente pra empresas privadas não pode se ausentar em dia de semana…

    Até mesmo de conciliar as férias de todos os integrantes é dificil…

    Visitar o nordeste até dá… Mas uma viajem pelo sul e sudeste ja fica inviavel, pois sabado e domingo não da pra fazer…

    Contatos até que as bandas daqui tem, a gente por exemplo conseguiria alguns rolés por lá. mas os compromissos aqui não permite… E por aí vai…

  10. Pedrinho falou uma real,

    Não é fácil fazer coincidir o tempo de todos os compenentes e talz.

    Para mim, o importante é trabalhar, acreditar no seu trabalho, estabelecer metas e fazer acontecer (o mais importante) meter a cara e correr atrás, seja 8 horas por dia, seja nas madrugadas e fim de semana, seja arrumando músico para substituir compenente numa viajem.

    Já fui um desses que fica pelos cantos “minha banda não tem espaço”, corri atrás, trampamos e estamos nos corres.

    Em suma, eu acho que o importante é trabalhar nas metas e fazer o trabalho gerar frutos. Independente do perfil.

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