Ontem foi dia de jornada dupla em nossa tour. Depois de um almoço reforçado na sede do Massa Coletiva rumamos para a UFscar, universidade de São Carlos e um dos pólos de produção e cultura que estão linkados a música indie. Além de uma rádio bem atuante na área, o pessoal  da universidade ainda promove, junto com a coletividade local,  o Festival Contato, um dos mais legais eventos do interior paulista.
Nossa missão era gravar takes ao vivo pro programa Independência ou Marte. Montamos tudo, passamos o som na excelente estrutura que a rádio oferece (a ilha de áudio dá para gravar um disco tranquilo) e ficamos no aguardo para entrar em ação.
Aproveitamos que o set tava montado e registramos uma versão reggae para I Wanna be Sedated dos Ramones e deixamos a faixa  exclusiva pro Independência ou Marte.  Tocamos mais duas faixas nossas e qual não foi nossa surpresa quando o pessoal da rádio resolveu transmitir mais duas músicas entrando ao vivo no meio da tarde para toda São Carlos.
Mandamos um som, demos entrevistas, deixamos contatos e foi muito bom. Valeu a geral da rádio.
Voltamos para sede do Massa Coletiva, arrumamos as bagagens e partimos para Bauru. Na estrada, ao entardecer do dia, deu para ver a beleza que é o interior paulista e suas paisagens bucólicas e aí você sente também um orgulho grande do país e das pessoas que vivem nele. Já era perto das 20h quando aportamos na sede do Enxame, coletivo local que nos recebeu para o show na cidade. Comemos muito bem, demos uma pequena descansada e rumamos pro Absolut, local da nossa apresentação.
O espaço, muito bom diga-se de passagem, possui som próprio, estrutura de camarins, capacidade para umas 600 pessoas e bom atendimento. Ideal para festivais de pequeno porte e outras atividades. Graças a lei anti-fumo, da qual sou totalmente a favor, aquele ar carregado de boate não estava presente.
A audiência era bastante honesta para uma quarta a noite, por volta de 70 pessoas. Os locais Allmight Devildogs tocaram primeiro mandando um surf punk bacana. Os Rinocerontes vieram na sequência e também arregaçaram. Nota camarada: tocaram um set um pouco menor para que o Camarones não entrasse muito tarde. A gente fica num misto de felicidade de conhecer caras assim e de tristeza porque vai ve-los menos do que gostaria por causa da distância.
Na montagem dos meus equipos percebi que minha fonte suplente não estava entre os mais de vinte itens que preciso para ligar meu set. Tomei a decisão de não tocar e ir lá para baixo ver o Camarones com as duas meninas e os dois caras mandando o rock no cru. Fiquei muito impressionado com o que vi. A evolução que a estrada tras a qualquer banda é notável e termina sendo a maneira mais correta de você realmente se tornar relevante. Foi meia hora de rock sem parar e com um bons timbres e performances. Estamos no caminho certo.
Já passava das 3 da manhã quando tudo terminou, ainda trocamos uma ideia com o dono do espaço (que também gostou do show e deixou as portas abertas pro coletivo e pro Camarones). Sempre somando, sempre em frente!
Hoje tem Campinas lá no Bar do Zé. Amanhã conto como foi.