Por Ana Morena

Eram 18h55 e não havia mais que 10 pessoas na frente da Casa da Ribeira, a preocupação de que poderia termos um fiasco de público não durou até às 19h20 quando a Tesla Orquestra já estava no palco e tínhamos mais da metade da casa cheia. No final do primeiro show já tínhamos casa lotada mais uma vez para fechar bonito os 4 dias de evento.

O Tesla faz um som lounge, introspectivo com frases que se repetem e dão aquela sensação boa, tranquila, de paz. O show rolou muito legal, a banda não diz uma palavra sequer, não usa o microfone nem pra dizer “Boa Noite”, e isso é bacana porque não quebra o clima etéreo. Como era o segundo show “de verdade” da banda, rolou uma certa timidez, com os músicos tocando de lado para a platéia e às vezes, no caso do guitarrista solo, dando completamente as costas para o público. Mas nada que incomodasse, apenas foi engraçado. Pra quem curte Fóssil ou Pelican pode ir com força na onda do grupo.

O Onoffre de Luiz Gadelha e Gabriel Souto botou todo mundo pra dançar sentado. Com um set que mistura batidas eletrônicas com batera ao vivo, samplers e composições que lembram o escracho e a sagacidade de artistas como Caetano Veloso e Ney Matogrosso, fizeram um show excelente. Destaque para o visual “sou gatinho maroto” de Gabriel Souto.

(Por Foca) A moça mais vagal que há, a grande Simona Talma ficou encarregada de fechar a tampa do Festival Dosol 2009 e fez (quantas vezes eu já disse isso em textos hein?) um dos melhores shows do evento. Com um formação maluca que levou gaitas, guitarra e bateria com um banda sem baixo, a cantora pequena no tamanho mas gigante no talento fez de tudo. Destilou blues maravilhosos, soltou a voz em temas mais roqueiros, beijou a platéia e mandou mais uma, desse que será marcado como o festival das frases de impacto. Antes da última música a moça mandou: – Eu não tenho um pau para dar num gato, mas tenho uma boceta! Levou a galera a loucura, imendou num rock bacanudo e acabou o show.

Foram quatro dias onde deu para perceber que a cena potiguar, nas mais variadas vertentes, não está para brincadeira e que se bem trabalhada pode colher frutos mais rápido do que se imagina. Sigamos em frente e é o fim do Festival Dosol 2009. A sensação é de vitória, de triunfo, apesar do cansaço. Valeu quem apareceu no warmup, no dosol ou no música contemporânea. Foi tudo muito bonito. Que venha 2010!