Coberturas

COMO FOI? PRIMEIRO DIA DO RECBEAT (PE) – RECIFE ROCK

eugene

http://www.reciferock.com.br/2009/02/22/cobertura-rec-beat-2009-primeiro-dia/

Por Hugo Montarroyos

O Cordel do Fogo Encantado só toca terça-feira no Rec-Beat. Mas, a julgar pelo toró que caiu ontem sobre o festival, pode separar seu pé de pato, guarda-chuva, bóia, bote e o escambau. Foi tanta água que até deu pane no palco do Marco Zero, que ficou incapacitado para qualquer show. E foi quase um milagre não ter acontecido o mesmo no primeiro dia do Rec-Beat. Lirinha, por favor, vê se colabora! Já choveu o que tinha de chover neste carnaval…

Um público extremamente minguado (alguns gatos pingados) conferiu a abertura do Rec-Beat 2009, que ficou a cargo da cantora Catarina Dee Jah. O que ela e sua banda tentam fazer é recauchutar o neocancioneiro brega de FM local em versões supostamente “cool” para um “público cabeça classe-média” curtir a bregaria numa embalagem pretensamente sofisticada. O tipo de discurso é o de “olha como a cultura de massa é legal, e ainda mais interessante se tirarmos uma onda com ela e a levarmos para classes sociais mais abastadas”. A verdade é que Catarina canta mal, e o melhor momento do show foi quando um engraçadinho gritou: “maconheira!”, e ela devolveu com um “quem não for maconheiro aqui que levante a mão”. Enfim, mais uma da leva das bobagens universitárias estilo Tanga de Sereia, cujo resultado, mesmo que talvez involutário, seja o de debochar da cultura popular/popularesca.

camornes

Depois foi a vez da potiguar Camarones Orquestra Guitarrística, que deu mais sorte do que Catarina e conseguiu tocar para um público mais numeroso. A banda, que conta com três guitarras na formação, fez um show de forte pegada, e acabou caindo nas graças do público. A chuva ia e vinha, e o público seguia os passos dela: enchia a rua nos momentos de estiagem e corria dela na hora do temporal. Ainda que o grupo dedique boa parte de seu repertório aos covers, casos do tema de “Rock – O Lutador” e de trilhas de desenhos animados, é na parte autoral que a coisa fica visivelmente mais interessante. O show tem o mérito de ser quase ininterrupto, sem cansar o público, que acaba esquecendo que está diante de uma banda de rock instrumental. Foi a apresentação mais coesa da noite.

E eis que surge o primeiro desconhecido ilustre da edição 2009 do Rec-Beat: o chileno Original Hamster. Trata-se de um DJ que se divide entre as pick-ups e os vocais, tentando fazer de tudo um pouco e ao mesmo tempo. É interessante nos primeiros minutos, mas depois vai ficando repetitivo, chato, monocórdio. Pelo menos o público pareceu gostar. Àquela altura do campeonato, o Paço Alfândega já estava bem mais cheio. Mas foi uma apresentação que não ficará na memória de muita gente.

Quem funcionou surpreendentemente bem foi a farofa do DJ Dolores, que abriu seu set com o tema de abertura do 20th Century Fox Films (algo que até o Fiddy já fez). Misturando no mesmo balaio coisas tão díspares como “O Crime Não Compensa” (Genival Macedo / Eleno Clemente), do repertório de Jackson do Pandeiro, com “Seven Nation Army”, do White Stripes, e cantorias de catimbó proferidas pelo carismático Júnior Black (Neegrove), o show de Dolores prendeu a atenção do início ao fim. A surpresa ficou por conta de uma inesperada participação do saxofonista Léo Gandelman no final do show.

Difícil de descrever mesmo foi a apresentação do “punk cigano” Gogol Bordello. Cantando por cima de bases programadas, com auxílio de DJ, um vocalista e uma dançarina de tirar o fôlego (e sem pudores de mostrar para todo mundo – além da calcinha rosa sob o vestidinho preto – que fazia playback – ), foi o típico show que caiu nas graças da galera. Gogol teve seu nome gritado pelos fãs, entrou em cena com a camisa de Pernambuco, “tocou” até “Morena Tropicana” e se aproveitou bem do temporal que desabou sobre o Recife, fazendo com que ninguém ficasse parado. Atração que substituiu de última hora o Afrika Bambaata, que cancelou seu show devido a problemas de saúde, o show de Gogol Bordello trafegou no limite extremo entre a genialidade e o golpe. E tudo terminou em catarse, com muita, mas muita água mesmo na cabeça de todo mundo.

Lirinha, por favor: só desta vez, um show inteiro sem chover. A gente agradece.

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2 Comments

  1. bem, estive ontem no rec beat inclusive no backestage e vou dar minha visao sobre ontem
    o dia tdo em recife ñ choveu inclusive o galo da madrugada saiu normal com muita e tal, geralmente no dia do galo o recife antigo a noite fica com menos pessoas. Eis q ao cair da noite começa a chover , era uma chuva q ñ acabava mais, cheguei cedo no rec beat q queria pegar tdos os xous inclusive o d catarina, q a primeira vez q eu viria, vi o xou do palco havia poucas pessoas por causa da chuva mas na parte da tenda e perto do paço alfandega tinha algumas pessoas tbm. Realmente ela faz uma reeleitura d duas musicas do “brega” pernambucano.Já vi algumas entrevistas dela falando pq ela inclui o brega em seus xous, e oq me parece eh q ao contrario do q disse hugo, ela ñ quer por para baixo ess estilo, mas sim, exalta-lo por acreditar q essas pessoas q fazem essas musicas, as fazem de maneira simples e recheadas de vivencias cotidianas, sobretudo nas periferias, então eu ñ sei o pq desse comentário um tanto infeliz eu diria q hugo fez sobre ela e tbm dos outros xous q ocorreram na noite, visto q o primeiro dia do carnaval do recife a noite foi um fiasco por conta do diluvio q caia na nossa cidade, outra coisa, como eh q uma pessoa pod dizer q o melhor do xou foi o comentario q um cara fez um tanto hipocrita e alem do mais hugo ñ comentou q um cara jogou um copo em catarina, isso tbm eh legal? isso eh q se deve dizer sobre um show? acho q ñ .Cada um tem seu gosto,ñ eh d hj q hugo faz seus comentarios sobre relacionados com seu gosto, ja estou acostumada, leio o site quase q diariamente e concordo com algumas q ele escreve, mas ja me acostumei com o teor egocentrico d seus textos, mas enfim vim aki dar minha contribuição, pq eh lamentavel ir em outros sites d outros estados esses tipos d comentarios e mostrar apenas uma face do q aconteceu no nosso primeiro dia d caranala no recife antigo
    bom eh isso

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