Foto: Sweet Fanny Adams
Fonte: O Inimigo
Por Hugo Morais
Pela primeira vez no Coquetel Molotov, fiquei impressionado com a qualidade do festival. Os que já foram a outras edições disseram que o crescimento é constante. Iluminação, som, tudo perfeito. Se em alguns festivais problemas técnicos são normais, lá deve ser normal tudo transcorrer com perfeição.
A forma do festival também é interessante. Uma sala de pequeno/médio porte (Auditório Tabocas) que recebia shows abertos ao público e um teatro para milhares de pessoas (Teatro Guararapes), pago. Os shows gratuitos tinham público rotativo que passeava entre as várias opções no hall do evento. Uma das opções era gravar três minutos tocando algum instrumento no Estúdio das Cavernas. Fora a feira com roupas, acessórios, discos (caros), quadrinhos e as barracas para comer algo. Tinha até dj tocando forró como se tivesse uma quadrilha dançando no hall.
A diversidade do festival pode não agradar a todos, mas a qualidade das apresentações foi inegável. Todos os artistas fizeram bons shows, uns mais identificados com o palco, caso de Sebastien Tellier, outros menos, caso de Tiê. Esta faz um folk que as vezes parece infantil. Letras simples, como se fossem extraídas de um diário adolescente. Ela e Thiago Pethit dividiram opiniões, menos para os fãs que em alguns momentos passavam dos limites para uma apresentação tão intimista. O tal intimista, para quem parecia tão pequeno num palco tão grande, talvez tenha atrapalhado. Já Tellier ocupou o palco como quis. Em pé, deitado (simulando sexo, logo no início do show), encolhido. O som eletrônico misturado com rock deu a alguns um quê de brega. Brega francês. Do começo ao fim Tellier tomou conta do palco e agradou ao público. Este por sua vez é dos mais receptivos, ou aplaudiam ou ficavam eufóricos.
