Coberturas

COMO FOI? MONOBLOCO EM NATAL

Por Foca

Nos nossos mais estranhos pensamentos, todos bastante preconceituosos, fica parecendo sempre que uma banda que se propõe a fazer música para as pessoas dançarem já está fadada a baixar o nível e apelar para as rimas fáceis, pros “aêaos” e para baixaria gratuita estilo “lapada na rachada”. Ontem saí de casa com a esperança de que a coisa não era bem assim no show do Monobloco, grupo carioca liderado por Pedro Luis e parte da sua Parede. Percebi que o mundo ainda tem salvação…

O local do show, a Cervejaria Continental, é simplesmente péssimo para esse tipo de evento. Uma ladeira íngrime que obriga a platéia a ficar fazendo força nas pernas o tempo todo. Por conta disso decidi chegar cedo, arrumar um lugar mais plano e ficar lá até os shows começarem. Era 17h30 quando cheguei e ainda esperamos uma hora e meia até que os primeiros acordes fossem dados pelo grupo pernambucano Nós04.

Sabe uma banda que nitidamente quer agradar o público onde toca, independente do local? Esse é o Nós04. Os músicos, todos excelentes inclusive os dois cantores, parecem soar como uma daquelas bandas camaleônicas que tocam pop rock quando se apresentam ao lado de bandas pop rock, tocam músicas internacionais quando se apresentam em boates e ontem se dedicaram a tocar só música brasileira (já que o show era com o Monobloco). Sai sem gostar, achei fraco e sem vida. O público em geral não teve a minha mesma opinião e dançou e cantou com a banda o tempo todo.

Com o talento que têm tenho certeza que o Nós04 pode fazer melhor. Nem o espírito baladeiro que se abateu sobre mim ontem salvou o grupo da minha crítica.

Pausa para uma discotecagem que misturou axé, bob marley e psy e (ainda bem) eis que surge o Monobloco. Meu primeiro contato com a música de Pedro Luis foi no Abril Pro rock no final dos anos 90. Na época o magricelo cantor lançava seu primeiro trabalho e a percussão da Parede (grupo que o acompanha) me impressionou. Com o Monobloco, que surgiu para ser um bloco de carnaval e rapidamente virou febre entre os cariocas, a coisa é bem simples: tocar o melhor da música para dançar carioca, independente do ritmo.

E aí foi a senha para uma festa que durou quase duas horas. Tudo embalado por uma percussão poderosíssima e quatro Mcs que se alternavam cantando ou tudo junto com vozes em uníssono ou abrindo harmonias muito legais (estilo escola de samba). Assim como o Móveis Coloniais de Acajú o Monobloco também faz algumas marcações cênicas no show, deixando a apresentação além de animada, interessante também de se ver. Em certo momento, um dos mcs apresenta a percussão do Monobloco dizendo que eles seriam a fina flor da cena carioca e os ritimistas não deixam por menos num show de divisão, levadas, contratempos, velocidade e precisão milimétrica. Desbunde de som e de habilidade técnica.

Claro que ninguém estava no show (e nem eu) para se preocupar com isso. As pessoas queriam hits, queriam dançar e fica claro que competência, bom gosto e pernosalidade artística não precisam estar desintonizadas da música popular e da cultura de massa. Ainda bem.

Que voltem mais vezes esses cariocas!

PS: voltem mais tarde para ver fotos…

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3 Comments

  1. foca, você perdeu a parte “funk” do show do monobloco [e depois do show tambem]. caio e dimas descendo até o chão, literalmente! o pessoal que estava por ali registrou algumas fotos comprometedoras dessas figuras. paolo, que presenciou a cena, foi logo embora constrangido… hehehehehe

    nunca vi a banda ao vivo e so fui ontem por conta da minha gata, que adora. mas confesso que o show foi muito massa! em março tô lá de novo heheheheheeh

    abrá!

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