Por Atalija Lima
“Leve uma cadeira, senão você vai desmaiar de sono”. Esse foi apenas um dos conselhos do gênero que eu recebi antes de ir conferir o show do Marcelo Camelo, que aconteceu na última segunda-feira (20/04) no Vila Hall (Hotel Vila do Mar), em Natal. Não levei cadeira nenhuma, e se tivesse levado provavelmente teria subido nela ao invés de me sentar.
A noite começou com show da potiguar Rani de Moraes. O clima de galera chegando, o repertório desconhecido e a acústica fraca do local não me deixaram prestar atenção no trabalho da moça. Aliás, a acústica é um dos poucos pontos negativos do Vila Hall (o outro foi a cerveja quente). O espaço merece mérito pelo estacionamento fácil, ambiente climatizado, banheiros limpos e palco legal. O problema da cerveja é fácil de resolver, já o da acústica pode frustrar futuras apresentações.
Era pouco mais de meia-noite quando Marcelo Camelo subiu ao palco sozinho com seu violão. Sentado num banquinho no centro do palco ele entoou a primeira canção, que eu sinceramente não lembro qual foi. Mas já dava pra perceber que quem estava lá, não estava à toa: o coro da platéia era audível e poderoso. Terminada a primeira música, foi hora do resto da banda assumir seus lugares no palco. A partir daí foi um showcase do cd “Sou”, o primeiro da carreiro solo do ex-Los Hermanos. “Saudade”, “Mais Tarde” e “Passeando” foram executadas com louvor e cantadas pela platéia. Músicas como “Vida Doce”, “Menina Bordada” e “Doce Solidão” fizeram até o pessoal dançar. O clima todo do show estava, sim, muito bacana.
Mas o ponto alto da noite foi, sem dúvidas, a execução de “Janta”, canção gravada com Mallu Magalhães e eleita a melhor de 2008 pela Rolling Stone brasileira, que colocou os pulmões da galera à prova. Foi digno de “Último Romance”. Quem já foi a um show dos Los Hermanos sabe do que eu estou falando.
Por falar na antiga banda de Camelo, ele surpreendeu a todos (a mim, pelo menos) ao cantar “Morena”, e encerrar o show (depois de voltar oa palco para o bis “Copa Cabana”) com o hit “Além Do Que Se Vê”. Com fama de chato de galocha, ele também surpreendeu pela simpatia no palco e fora dele. Resumo da obra: foi um ótimo show, mas quem queria se divertir mesmo esperou pra ver o Desventura encerrar a noite. Foram duas horas de sucessos dos Los Hermanos com direito a confete e serpentina já na primeira música “Todo Carnaval Tem Seu Fim”. Um show competentíssimo com todas as músicas que nós, órfãos dos Los Hermanos, queríamos ter ouvido o Marcelo Camelo tocar.
Só depois das 4 horas da manhã, quando os meninos do Desventura deixaram o palco, é que aquela cadeira que me aconselharam levar serviria de alguma coisa. Estava exausta. Foi uma noite e tanto.
Pois em Recife foi chaaaaaato!
“Setor 2” demais pra mim. Bicho grilo por bicho grilo ainda prefiro um zilhão de vezes o Loser Manos.
Adorei o artigo, também estava no show e concordo com a opinião de Foca. Só discordo com relação ao ponto alto da noite, que pra mim foi além do que se vê, porque fiquei muito surpresa quando ele começou a tocá-la e porque amo essa música! Também achei a participação do público nessa hora muito emocionante! Estavam todos cantando alta e empolgadamente! Achei emocionante!
Elisa o texto é de atalija lima, sí vi o Camelo em Recife, não fui pro show daqui. Lá eu curti!
não, obrigado.
Texto bem competente e coerente.
Lija, bacana o texto. Já vi o show do Camelo em outras oportunidades, como o Foca, e não esse. Mas creio que muitos, ainda não haviam consumido o disco do músico pra acharem chato o show. Consequentemente não estavam preparados. Há uma diferença entre clima/intimista e de chato. O show do cara é um show chique, intimista, não é pra pular e jogar cerveja pro alto. É uma balada pra curtir e ir pra outro lugar depois, ou ficar ligado nas canções.. essas coisas. Resumindo: muitos que conheciam o disco pensavam em ver só cover dos Los Hermanos, e outros pensavam em oyrtra coisa por falta de conhecimento. Abraço.