Foto: Bom público no primeiro dia do APR 2009

Fotos e Textos Por Foca

Em Goiânia, durante a última edição do Goiânia Noise Festival, pude presenciar o show mais alto que vi na vida com os americanos do Helmet. Ontem, a minha curiosidade era de saber se o Motorhead passaria dos 140 decibéis que Goiânia presenciou com os “capacetes“. Não chegou a tanto(117 decibéis) mas os lendários ingleses fizeram bonito mostrando porque são os deuses do Metal como a gente conhece.

Foto: Amp (PE). Show poderoso…

O começo da curta programação que o Abril Pro Rock proporcionou na noite de ontem, já dava a entender o que vinha para frente. O AMP (PE) começou os trabalhos com meia hora de atraso e fez bonito perante as hordas headbangers que esperavam o trio inglês. Agora, com o disco em mãos, os pernambucanos estavam mais afiados ainda, mesmo enfrentando alguns problemas nos equipamentos e uma luz intensa no salão (que sempre deixa o show um pouco mais frio). Devils Prize e Acidez são os carros chefes no set do AMP e agora é avançar mais para um futuro vencedor com o disco em mãos.

Foto: BDC com show muito bom.

Não menos impressionante foi o Black Drawing Chalks. O quarteto goiano mostrou porque é considerado a maior revelação do rock nacional nesse começo de 2009. Com uma boa sonorização e excelente presença de palco, o grupo resolveu fazer um set mais parecido com a platéia que estava presente, tocando varias músicas rápidas, roqueiras e rifadas. Para bater cabeça era prato cheio! Só faltou o single My Favorite Way.

Foto: China, baixista do Matanza.

Em seguida veio o Matanza que foi a única decepção da noite. Sou fã da turma, gosto muito das músicas e da história toda, mas ontem foi esquisito. Tocando no palco principal a banda teve que usar os mesmos consoles do Motorhead, o que acabou deixando a sonorização do show pelo menos três vezes mais baixa do que o resto da programação (no segundo palco eram outros equipamentos jampeados no som principal). Some-se a isso a guitarra ainda não tão entrosada do novo guitarrista que substitui o insubstituível Donida. Já vi melhores apresentações dos cariocas, a de ontem foi a pior delas.

Foto: Renião informal da ABRAFIN com Rafael (Ponto CE), Pablo (Calango), Ana e Foca (Dosol), Carol (Mundo), Fabrício (Bananada, Noise). Falamos com todos eles pro DOSOLTV.

O pessoal do Decomposed God mostrou bastante segurança tocando no melhor horário da programação das bandas de abertura. Pegaram uma platéia ainda esperando o metal começar e fizeram um excelente show. Os metaleiros pernambucanos receberam seus heróis locais com bastante orgulho com muito motivo.

Só para deixar registrado aqui nesse primeiro dia, que estamos fazendo bastante conteúdo pro DOSOLTV. Teremos várias entrevistas com organizadores de festivias Brasil afora, trechos dos shows, bate-papo com as bandas e muito mais. Tudo deve ir pro ar ainda essa semana.

Foto: Deus em Recife

É chegada a hora do Motorhead e aí a coisa ficou bonita de se ver. Chuto um público de 5.000 pessoas no Chevrolet Hall nessa hora. Felizmente ainda era cedo (por volta das 23h) quando os ingleses começaram sua histórica passagem pelo Nordeste e não precisa dizer que foi emocionante, principalmente para aqueles mais iniciados. Poucas vezes a tradicional mãozinha para cima em forma de chifre fez tanto sentido num show de rock!

Motorhead está para o metal assim como os Ramones estão para o punk rock. São lendas e deixaram isso claro na infidade de músicas lendárias que tocaram durante a apresentação, até chegar na incrível “Ace of Spades” que terminou o show, junto com mais uns riffs e extensas finalizações. Reza a lenda que Lemmy tem até precisado de oxigênio adicional e aproveita o momento que o baterista faz um solo no show para se recompor. Aos 63 anos ainda é incrível ver aquele rock intenso em ação. Mais uma vez o Abril Pro Rock provou porque continua sendo um dos maiores festivais do Brasil, principalmente para roqueiros como eu. Foi lindo!