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COLUNA LUCIANO MATOS (BA): RADIOHEAD A MELHOR BANDA DO MUNDO


Se no mundo da música os mega artistas cada vez perdem mais graça e importância, o Radiohead continua dando atenção principal para sua obra. Ponta de lança de novidades, a banda se consolida como a maior banda do mundo atualmente. Sim, nada mais importante do que eles hoje no mundo da música.

Diferente de tempos atrás, o que está em jogo aqui nem é o maior cachê, a turnê mais lucrativa ou coisa que o valha, mas quem faz mais diferença no mundo pop atualmente. Nem dá para acreditar que você ainda pensou em Rolling Stones, U2, The Police ou Led Zeppelin, eles já foram os maiores e hoje apenas colhem merecidamente os louros disso. O Radiohead é hoje o grupo mais importante do mundo tanto por dar indicações para o futuro do mercado, quanto por fazer isso com a própria música.

São sete sucessivos discos. Criativos, com propostas diferentes e interessantes que captam influências positivas de origens diversas, incluindo o grunge do Nirvana, o rock progressivo dos anos 70, os sons do pós-punk, o kraut rock e a eletrônica. E se não são quem mais vendem no mundo, mostram sua força de várias outras formas, inclusive em vendas. Mesmo tendo lançado três meses antes seu novo disco In Rainbows na internet, com aquela proposta inovadora de cada um pagar o que quiser, a banda estreou nas duas principais paradas do planeta (Estados Unidos e Inglaterra) alcançando o primeiro lugar do topo.

Na internet a maioria nem pagou nada, mas 38% do público tirou grana do bolso. E segundo dizem, foram mais de um 1,3 milhão de downloads só nos cinco primeiros dias, gerando 20 milhões de dólares. Eles não divulgam os dados precisos, mas afirmam que as vendas do disco pela internet superaram o que faturaram com as vendas de todos os discos anteriores juntos. O download oficial gratuito terminou e a banda partiu para outras frentes. Se lá fora já é o primeiro das paradas, no Brasil In Rainbows começa a ser vendido em fevereiro, já estando em pré-venda em alguns sites por um preço salgado (R$ 40 em média) se comparado ao preço nas lojas virtuais gringas (10 dólares em média).

Em várias frentes
O Radiohead é notícia em tudo que faz, não só porque sabem usar isso como marketing, mas também porque sabem escolher o que fazem. O grupo está sabendo utilizar bem as armas que tem e vem mostrando alguns caminhos. Mesmo sem pertencer a uma grande gravadora. Shows ao vivo com transmissão pela internet, apresentações-surpresa gratuitas, todos os álbuns em uma caixa de CDs ou dentro de um pen drive personalizado, nova turnê mundial (a partir de junho com boa parte dos ingressos já esgotados), acordo com o iTunes para venda do novo álbum sem os mecanismos anti-cópia (DRM), clipe lançado na internet. Nada disso não faria sentido se a música do Radiohead não extrapolasse as fronteiras de mera música pop bem feita. Pouca gente no planeta consegue reunir experimentalismo, boas melodias, lindas canções, estranheza, e ousadia num mesmo prato. O melhor é que está cada vez mais fácil comprovar isso ao vivo. Tom Yorke e a banda estão mesmo com muita vontade de vir ao Brasil e as negociações para shows no país estão bastante avançadas para este ano. Podem ir juntando dinheiro.

Mais Radiohead
Uma discussão pública sobre cachê, trouxe a tona o rompimento do Radiohead com a EMI. O fato é que a banda encarou estar fora de uma grande estrutura e bancou seu próprio caminho. Em breve, o grupo deve brigar também com a editora que tem os direitos das faixas do novo disco. Isso porque o produtor norte-americano Amplive remixou todas as faixas de In Rainbows em companhia de vários rappers e anunciou que disponibilizaria o trabalho de graça pela internet. Batizado como Rainydays Remixes, o projeto teve que ser suspenso, devido a uma exigência da editora Warner Chappel que detém os direitos do álbum do Radiohead. A banda está tentando negociar o caso. Algumas faixas podem ser encontradas pela internet, enquanto o rapper faz um pedido pelo You Tube e uma campanha “Free Amplive” rola na rede.

O caminho do game
Que crise que nada. A música continua sendo atrativo em todo e qualquer lugar, mesmo que o formato, o suporte ou a forma de interagir e entreter com ela mude. Prova disso é o mundo do vídeo-games. Os dois jogos mais badalados do momento, que unem rock e game simulando músicos, Guitar Hero III e Rock Band venderam juntos desde seu lançamento mais de sete milhões de músicas adcionais, vendidas como complemento para os jogos. Em três meses, o GH3 já teve mais de 5 milhões de músicas vendidas, enquanto o Rock Band em dois meses vendeu 2,5 milhões. Entre os pacotes deste último, o mais vendido é o do Metallica, seguido de The Police, Queens of the Stone Age, David Bowie e Black Sabbath. Cada música custa em média 1,99 dólar e os pacotes 5,50 dólares. Os próximos pacotes incluem músicas do Oasis, Smashing Pumpkins e Rush.

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