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COLUNA DO LEVINO: NOVO DO RACONTEURS

O rearranjo pelo qual a música pop vem passando, com as novas ferramentas de divulgação e acesso como a pirataria, o download gratuito e o compartilhamento entre usuários, redefine também a relação entre público e música. Sem um “atravessador”, no caso as gravadoras, o cardápio é farto, variado; sem as lojas e com os discos “vazando” antes mesmo de chegarem às prateleiras, as informações são tantas que caso caiamos no hype não vamos degustar um disco, ouvi-lo com calma, prestar atenção em cada detalhe faixa a faixa, auscutar, afinal de contas daqui a meia hora tem um disco novo para ser baixado.

Resultado? Perde-se a expectativa, aquela espera ansiosa pelo disco da banda preferida, sobre o qual não se leu absolutamente nada a não ser declarações vagas na imprensa (era assim um dia, lembram?). Quem há de nos arrebatar? Quem há de causar os calafrios que a espera por um disco dos Smiths ou do Echo and The Bunnymen, causavam na década de oitenta? Ou o sucessor de um Definitely Maybe, do Oasis, ali pela metade dos anos noventa? Eu fico cá fuçando uma coisa ou outra, mas são poucas as que aguardo com especial atenção.

Pois esse nariz de cera todo é para apresentar dois discos que vazaram não faz dois dias, mesmo anunciados para daqui a uns dias nas melhores lojas (elas ainda existem?) e que eu esperava ansiosamente, curioso, depositando a fé e nenhum trocado, afinal o download é gratuito, cobra-se apenas o tempo em que ele sai do link para repousar numa pasta do HD, daí ouvir com calma, curioso, escarafunchando os arranjos, a mixagem, os solos, os efeitos. O primeiro é Red, do Guillemots, o segundo é Consolers of The Lonely, do Raconteurs. Agora sem mais delongas: puta que pariu! Como um disco bom me deixa feliz! E dois então… Baixa aí e ouve no talo que a massa é de primeira.

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